Juan Daniel
(101 anos)
Ator e Cantor
* Barcelona, Espanha (20/02/1907)
+ Rio de Janeiro, RJ (28/10/2008) - AQUARIO
Ator e Cantor
* Barcelona, Espanha (20/02/1907)
+ Rio de Janeiro, RJ (28/10/2008) - AQUARIO
Seu nome completo era Juan Daniel Ferrer. Seu pai, fotógrafo, emigrou para a Argentina por volta de 1913, radicando-se em Córdoba, província do mesmo nome. Quando ele faleceu, a família mudou-se para Buenos Aires.
Juan tinha 16 anos e logo se iniciou no teatro de revistas, como corista e bailarino, aos poucos galgando papéis mais importantes, como chansonnier e galã-cantor. Seu primeiro solo, foi de rosto pintado imitando Al Jolson na música Sonny Boy. Integrou-se no então fulgurante mundo artístico argentino, estabelecendo amizades com grandes nomes como Enrique Cadicamo, J. C. Cobián, Marianito Mores, Charlo e muitos outros.
Fazia dupla com Maria Ester Gamas na ocasião em que, cerca de 1929, esteve pela primeira vez no Brasil, com uma companhia argentina de revistas, que se apresentou no Teatro Avenida, do Rio de Janeiro.
No final de 1931, depois de três anos de ausência excursionando pelo Prata, voltava ao nosso país a Companhia Tró-ló-ló, do empresário e ator Jardel Jércolis, e com ela veio Juan, que fazia par com Lódia Silva, esposa de Jardel, pais do ator Jardel Filho. A crítica brasileira gostou de Juan: "é um cantor de agrado imediato."
Uma dupla feminina já vinha se destacando desde 1928, formada por duas irmãs, Mary & Alba, ambas naturais da Argentina, com apresentações também no Brasil. Eram dançarinas e bailarinas, inclusive acrobáticas, "sedutoras, desenvoltas e graciosas." Em 1933, fazendo parte da Companhia de Jardel, apresentam-se em Portugal, naquela que foi a primeira e histórica ida de uma companhia brasileira de revistas à Europa.
Em 1935, participam do filme Carioca Maravilhosa, lançado em 1936. No final de 1935, Jardel volta ao Velho Mundo, levando de novo no elenco Mary & Alba, e, nessa oportunidade, também Juan Daniel. Juan e Mary, apaixonados, nem esperariam o retorno ao Brasil para se casarem. Apadrinhados por Sylvio Caldas e Alba, uniram-se na cidade de Vigo, Espanha, numa cerimônia "escondida", mas não muito, pois o "segredo" não duraria mais que uma semana.
Enquanto permaneceu na Espanha, Juan correu o risco de ser convocado, como cidadão espanhol que era, para lutar na Guerra Civil que estava irrompendo. Ambos entenderam que era chegada a hora de deixar a Espanha. Ainda atuariam na França e Itália antes de embarcar, em 1936, de retorno para o Brasil.
A partir daí, a atividade do casal se faz cada vez mais variada e intensa. Desfeita a dupla com Alba, devido o casamento, Mary prossegue sozinha. Juan, além de cantar, é diretor-artístico do Cassino Atlântico. É contratado pela Rádio Clube do Brasil e, mais tarde, pela Rádio Globo, onde ganha o slogan de O Cantor das Américas, dado pelo locutor do seu programa, Raul Brunini.
Excursiona por largo tempo à Argentina em 1942/ 43, onde forma orquestra, chega a gravar 2 discos na RCA-Victor desse país, e trabalha novamente com Jardel Jércolis. De 1941 a 1949, no Brasil, grava 32 músicas em várias etiquetas.
O fim do jogo, em 1946, no governo Dutra, e conseqüente fechamento dos cassinos, causou grande desemprego entre os artistas. Juan, por isso, passa a atuar em circos (pavilhões) e no teatro, como no Teatrinho Jardel, ao lado de Mara Rúbia e Renata Fronzi.
Em 1949, formou a Companhia Juan Daniel, com sua mulher, construindo o Teatrinho Follies. No teatro de revista, atuaria até 1957, fazendo uma parada de sete anos, após a qual voltaria como produtor na TV-Tupi do Rio de Janeiro, integrando a equipe do Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho), que viria a acompanhar em sua ida à TV-Globo, onde trabalharia como produtor, por exemplo, na organização dos Festivais Internacionais da Canção.
Na Globo tem a oportunidade de recomeçar como ator em papéis adequados à sua idade, em várias novelas, como Minha Doce Namorada, O Bem-Amado, O Casarão e A Gata Comeu, episodicamente até cantando El Dia Que Me Quieras, na novela Pecado Capital, de 1975.
Por conta disso, chega a gravar um LP em "portunhol" com o pianista e crítico musical José Fernandes, o que os leva a se apresentar em casas noturnas e churrascarias.
Juan Daniel e Mary comemoraram suas Bodas de Diamante, em 1995, rodeados de seus filhos Daniel Filho (João Carlos Daniel) e Cláudia e dos netos João e Carla Daniel. Daniel Filho foi um dos mais importantes diretores da nossa televisão, ator, e hoje é também um consagrado diretor e produtor de cinema.
Muito da ascensão e liderança da Rede Globo de Televisão deve ser creditado a ele, seja na criação de séries e novelas, seja na própria direção.
Morreu vítima de Insuficiência Renal, em sua casa, no Jardim Botânico, Zona Sul do carioca.
Juan tinha 16 anos e logo se iniciou no teatro de revistas, como corista e bailarino, aos poucos galgando papéis mais importantes, como chansonnier e galã-cantor. Seu primeiro solo, foi de rosto pintado imitando Al Jolson na música Sonny Boy. Integrou-se no então fulgurante mundo artístico argentino, estabelecendo amizades com grandes nomes como Enrique Cadicamo, J. C. Cobián, Marianito Mores, Charlo e muitos outros.
Fazia dupla com Maria Ester Gamas na ocasião em que, cerca de 1929, esteve pela primeira vez no Brasil, com uma companhia argentina de revistas, que se apresentou no Teatro Avenida, do Rio de Janeiro.
No final de 1931, depois de três anos de ausência excursionando pelo Prata, voltava ao nosso país a Companhia Tró-ló-ló, do empresário e ator Jardel Jércolis, e com ela veio Juan, que fazia par com Lódia Silva, esposa de Jardel, pais do ator Jardel Filho. A crítica brasileira gostou de Juan: "é um cantor de agrado imediato."
Uma dupla feminina já vinha se destacando desde 1928, formada por duas irmãs, Mary & Alba, ambas naturais da Argentina, com apresentações também no Brasil. Eram dançarinas e bailarinas, inclusive acrobáticas, "sedutoras, desenvoltas e graciosas." Em 1933, fazendo parte da Companhia de Jardel, apresentam-se em Portugal, naquela que foi a primeira e histórica ida de uma companhia brasileira de revistas à Europa.
Em 1935, participam do filme Carioca Maravilhosa, lançado em 1936. No final de 1935, Jardel volta ao Velho Mundo, levando de novo no elenco Mary & Alba, e, nessa oportunidade, também Juan Daniel. Juan e Mary, apaixonados, nem esperariam o retorno ao Brasil para se casarem. Apadrinhados por Sylvio Caldas e Alba, uniram-se na cidade de Vigo, Espanha, numa cerimônia "escondida", mas não muito, pois o "segredo" não duraria mais que uma semana.
Enquanto permaneceu na Espanha, Juan correu o risco de ser convocado, como cidadão espanhol que era, para lutar na Guerra Civil que estava irrompendo. Ambos entenderam que era chegada a hora de deixar a Espanha. Ainda atuariam na França e Itália antes de embarcar, em 1936, de retorno para o Brasil.
A partir daí, a atividade do casal se faz cada vez mais variada e intensa. Desfeita a dupla com Alba, devido o casamento, Mary prossegue sozinha. Juan, além de cantar, é diretor-artístico do Cassino Atlântico. É contratado pela Rádio Clube do Brasil e, mais tarde, pela Rádio Globo, onde ganha o slogan de O Cantor das Américas, dado pelo locutor do seu programa, Raul Brunini.
Excursiona por largo tempo à Argentina em 1942/ 43, onde forma orquestra, chega a gravar 2 discos na RCA-Victor desse país, e trabalha novamente com Jardel Jércolis. De 1941 a 1949, no Brasil, grava 32 músicas em várias etiquetas.
O fim do jogo, em 1946, no governo Dutra, e conseqüente fechamento dos cassinos, causou grande desemprego entre os artistas. Juan, por isso, passa a atuar em circos (pavilhões) e no teatro, como no Teatrinho Jardel, ao lado de Mara Rúbia e Renata Fronzi.
Em 1949, formou a Companhia Juan Daniel, com sua mulher, construindo o Teatrinho Follies. No teatro de revista, atuaria até 1957, fazendo uma parada de sete anos, após a qual voltaria como produtor na TV-Tupi do Rio de Janeiro, integrando a equipe do Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho), que viria a acompanhar em sua ida à TV-Globo, onde trabalharia como produtor, por exemplo, na organização dos Festivais Internacionais da Canção.
Na Globo tem a oportunidade de recomeçar como ator em papéis adequados à sua idade, em várias novelas, como Minha Doce Namorada, O Bem-Amado, O Casarão e A Gata Comeu, episodicamente até cantando El Dia Que Me Quieras, na novela Pecado Capital, de 1975.
Por conta disso, chega a gravar um LP em "portunhol" com o pianista e crítico musical José Fernandes, o que os leva a se apresentar em casas noturnas e churrascarias.
Juan Daniel e Mary comemoraram suas Bodas de Diamante, em 1995, rodeados de seus filhos Daniel Filho (João Carlos Daniel) e Cláudia e dos netos João e Carla Daniel. Daniel Filho foi um dos mais importantes diretores da nossa televisão, ator, e hoje é também um consagrado diretor e produtor de cinema.
Muito da ascensão e liderança da Rede Globo de Televisão deve ser creditado a ele, seja na criação de séries e novelas, seja na própria direção.
Morreu vítima de Insuficiência Renal, em sua casa, no Jardim Botânico, Zona Sul do carioca.