Dalva de Oliveira
Vicentina de Paula Oliveira, conhecida como Dalva de Oliveira foi uma cantora brasileira. Filha mais velha de Mário de Paula Oliveira e da portuguesa Alice do Espírito Santo Oliveira. Além dela, os pais tiveram mais três meninas, Nair,Margarida e Lila e um menino que nasceu com problemas de saúde e morreu ainda criança.
Seu pai, que era conhecido na cidade pelo apelido de Mário Carioca, era marceneiro e músico nas horas vagas, tocava clarinete e costumava realizar serenatas com seus amigos músicos, chegando a organizar um conjunto para tocar em festas. A pequena Vicentina gostava de acompanhá-lo nessas serenatas.
Viviam de forma bastante modesta e quando ela tinha apenas oito anos, sofreram um duro golpe familiar: Mário faleceu, deixando a esposa com quatro filhos para criar. Dona Alice resolveu, então, tentar a vida na capital paulista, onde arrumou emprego de governanta. Conseguiu vaga para as três filhas em um internato de irmãs de caridade, o Internato Tamandaré, onde Vicentina chegou a ter aulas de piano, órgão e canto. A menina ficou lá por três anos, até ser obrigada a sair, devido uma séria infecção nos olhos. Nessa ocasião, a mãe perdeu o emprego, pois os patrões não aceitaram a presença da menina. Dona Alice conseguiu emprego de copeira em um hotel e Vicentina passou a ajudá-la. Trabalhou então como arrumadeira, como babá e ajudante de cozinha em restaurantes. Depois, conseguiu um emprego de faxineira em uma escola de dança onde havia um piano.
Transferiram-se para o Rio de Janeiro em 1934, onde foram morar à Rua Senador Pompeu, numa "cabeça-de-porco", segundo a própria cantora. Nessa época, a família já estava novamente reunida pois as irmãs voltaram a morar com a mãe.
Em 1935, no Cine Pátria, Dalva de Oliveira conheceu Herivelto Martins que formava ao lado de Francisco Sena o dueto Preto e Branco. Foi terminado o dueto e nascia assim o Trio de Ouro. Iniciaram um namoro e, no ano seguinte, iniciaram uma convivência conjugal, oficializada em 1939 num ritual de Umbanda. A união gerou dois filhos: o cantor Pery Ribeiro e Ubiratan de Oliveira Martins. Ubiratan trabalhou em televisão como camera man e depois produtor de programas televisivos, como o Fantástico, da TV Globo.
Separou-se de Herivelto Martins em 1947, iniciando uma batalha de ofensas mútuas muito explorada pela imprensa da época. Matérias mentirosas publicadas por Herivelto Martins, com a ajuda do jornalista David Nasser no Diário da Noitefizeram com que o conselho tutelar mandasse Pery Ribeiro e Ubiratan de Oliveira para um internato, só podendo visitar os pais em datas festivas e fins de semana, podendo sair de lá definitivamente com 18 anos. Dalva de Oliveira sofreu muito por isso. Em 1949, oficializaram a separação.
Em 1952, depois de se consagrar mais uma vez na música mundial e ganhar o título de Rainha do Rádio,Dalva de Oliveira resolveu excursionar pela Argentina, para conhecer o país e cantar em Buenos Aires. Nessa ocasião conheceu Tito Climent, que se torna primeiro seu amigo, depois seu empresário e mais tarde, seu segundo marido. Com ele adotou uma filha chamada Dalva Lúcia de Oliveira Climent, a qual Dalva de Oliveira brigou na justiça pela guarda da menina, que ficou com o marido, já que casada anos com ele, viviam brigando. Dalva de Oliveira era uma mulher simples, e Tito Climent queria uma mulher fina e cheia de requintes, sempre pronta para atender a todos em cima do salto.
Em 1963, Dalva de Oliveira e Tito Climent se separaram oficialmente. Ela voltou para o Brasil sozinha e triste, sendo que a filha vai visitá-la nas férias, como os filhos que estão no internato.
Casou-se depois com Manuel Nuno Carpinteiro, modesto rapaz muito mais moço que ela. Sofreu, ao lado de Manuel, grave acidente automobilístico, na cidade do Rio de Janeiro, que resultou na morte por atropelamento de três pessoas, em 18/08/1965, sendo obrigada a abandonar a carreira por alguns anos. Manuel Nuno Carpinteiro se tornaria seu último marido.
No início dos anos 1970, foi morar em uma confortável casa no bairro carioca de Jacarepaguá.
De voz afinada, e bela, considerada a Rainha da Voz ou O Rouxinol Brasileiro, sua extensão vocal ia do Contralto ao Soprano. Em 1937, a Dalva de Oliveira gravou, junto com a dupla Preto e Branco, o batuque "Itaquari" e a marcha "Ceci e Peri", ambas do Príncipe Pretinho. O disco foi um sucesso, rendendo várias apresentações nas rádios. Foi César Ladeira, em seu programa na Rádio Mayrink Veiga, que pela primeira vez anunciou o Trio de Ouro.
Em 1949 deixou o trio, quando excursionavam pela Venezuela com a Companhia de Dercy Gonçalves. Em 1951 retomou a carreira solo, lançando os sambas "Tudo Acabado" (J. Piedade e Osvaldo Martins) e "Olhos Verdes" (Vicente Paiva) e o samba-canção "Ave Maria" (Vicente Paiva e Jaime Redondo), sendo os dois últimos grandes sucessos da cantora. No ano seguinte foi eleita Rainha do Rádio, e excursionou pela Argentina, apresentando-se na Rádio El Mundo, de Buenos Aires, na qual conheceu Tito Clement, que se tornou seu empresário e depois marido, pai de sua filha, como mencionado anteriormente. Ainda em 1951, filmou"Maria da Praia", dirigido por Paulo Wanderley, e "Milagre de Amor", dirigido porMoacir Fenelon.
Três dias antes de morrer, Dalva de Oliveira pressentiu o fim e, pela primeira vez, em sua longa agonia de quase três meses, falou da morte. Ela tinha um recado para sua amiga Dora Lopes, que a acompanhou ao hospital: "Quero ser vestida e maquiada, como o povo se acostumou a me ver. Todos vão parar para me ver passando".
Ela faleceu em 31/08/1972, vítima de uma hemorragia interna provavelmente causada por um câncer. A cantora teve seu apogeu artístico nos anos 30, 40 e 50. Seu corpo está enterrado no Cemitério da Saudade no Rio de Janeiro.
Álbuns de Estúdio
Coletâneas
VICENTINA PAULA DE OLIVEIRA
(55 anos)
Cantora
* Rio Claro, SP (05/05/1917)
+ Rio de Janeiro, RJ (31/08/1972)- TOURO
Cantora
* Rio Claro, SP (05/05/1917)
+ Rio de Janeiro, RJ (31/08/1972)- TOURO
Vicentina de Paula Oliveira, conhecida como Dalva de Oliveira foi uma cantora brasileira. Filha mais velha de Mário de Paula Oliveira e da portuguesa Alice do Espírito Santo Oliveira. Além dela, os pais tiveram mais três meninas, Nair,Margarida e Lila e um menino que nasceu com problemas de saúde e morreu ainda criança.
Seu pai, que era conhecido na cidade pelo apelido de Mário Carioca, era marceneiro e músico nas horas vagas, tocava clarinete e costumava realizar serenatas com seus amigos músicos, chegando a organizar um conjunto para tocar em festas. A pequena Vicentina gostava de acompanhá-lo nessas serenatas.
Viviam de forma bastante modesta e quando ela tinha apenas oito anos, sofreram um duro golpe familiar: Mário faleceu, deixando a esposa com quatro filhos para criar. Dona Alice resolveu, então, tentar a vida na capital paulista, onde arrumou emprego de governanta. Conseguiu vaga para as três filhas em um internato de irmãs de caridade, o Internato Tamandaré, onde Vicentina chegou a ter aulas de piano, órgão e canto. A menina ficou lá por três anos, até ser obrigada a sair, devido uma séria infecção nos olhos. Nessa ocasião, a mãe perdeu o emprego, pois os patrões não aceitaram a presença da menina. Dona Alice conseguiu emprego de copeira em um hotel e Vicentina passou a ajudá-la. Trabalhou então como arrumadeira, como babá e ajudante de cozinha em restaurantes. Depois, conseguiu um emprego de faxineira em uma escola de dança onde havia um piano.
Transferiram-se para o Rio de Janeiro em 1934, onde foram morar à Rua Senador Pompeu, numa "cabeça-de-porco", segundo a própria cantora. Nessa época, a família já estava novamente reunida pois as irmãs voltaram a morar com a mãe.
Em 1935, no Cine Pátria, Dalva de Oliveira conheceu Herivelto Martins que formava ao lado de Francisco Sena o dueto Preto e Branco. Foi terminado o dueto e nascia assim o Trio de Ouro. Iniciaram um namoro e, no ano seguinte, iniciaram uma convivência conjugal, oficializada em 1939 num ritual de Umbanda. A união gerou dois filhos: o cantor Pery Ribeiro e Ubiratan de Oliveira Martins. Ubiratan trabalhou em televisão como camera man e depois produtor de programas televisivos, como o Fantástico, da TV Globo.
Separou-se de Herivelto Martins em 1947, iniciando uma batalha de ofensas mútuas muito explorada pela imprensa da época. Matérias mentirosas publicadas por Herivelto Martins, com a ajuda do jornalista David Nasser no Diário da Noitefizeram com que o conselho tutelar mandasse Pery Ribeiro e Ubiratan de Oliveira para um internato, só podendo visitar os pais em datas festivas e fins de semana, podendo sair de lá definitivamente com 18 anos. Dalva de Oliveira sofreu muito por isso. Em 1949, oficializaram a separação.
Em 1952, depois de se consagrar mais uma vez na música mundial e ganhar o título de Rainha do Rádio,Dalva de Oliveira resolveu excursionar pela Argentina, para conhecer o país e cantar em Buenos Aires. Nessa ocasião conheceu Tito Climent, que se torna primeiro seu amigo, depois seu empresário e mais tarde, seu segundo marido. Com ele adotou uma filha chamada Dalva Lúcia de Oliveira Climent, a qual Dalva de Oliveira brigou na justiça pela guarda da menina, que ficou com o marido, já que casada anos com ele, viviam brigando. Dalva de Oliveira era uma mulher simples, e Tito Climent queria uma mulher fina e cheia de requintes, sempre pronta para atender a todos em cima do salto.
Em 1963, Dalva de Oliveira e Tito Climent se separaram oficialmente. Ela voltou para o Brasil sozinha e triste, sendo que a filha vai visitá-la nas férias, como os filhos que estão no internato.
Casou-se depois com Manuel Nuno Carpinteiro, modesto rapaz muito mais moço que ela. Sofreu, ao lado de Manuel, grave acidente automobilístico, na cidade do Rio de Janeiro, que resultou na morte por atropelamento de três pessoas, em 18/08/1965, sendo obrigada a abandonar a carreira por alguns anos. Manuel Nuno Carpinteiro se tornaria seu último marido.
No início dos anos 1970, foi morar em uma confortável casa no bairro carioca de Jacarepaguá.
Carreira
De voz afinada, e bela, considerada a Rainha da Voz ou O Rouxinol Brasileiro, sua extensão vocal ia do Contralto ao Soprano. Em 1937, a Dalva de Oliveira gravou, junto com a dupla Preto e Branco, o batuque "Itaquari" e a marcha "Ceci e Peri", ambas do Príncipe Pretinho. O disco foi um sucesso, rendendo várias apresentações nas rádios. Foi César Ladeira, em seu programa na Rádio Mayrink Veiga, que pela primeira vez anunciou o Trio de Ouro.
Em 1949 deixou o trio, quando excursionavam pela Venezuela com a Companhia de Dercy Gonçalves. Em 1951 retomou a carreira solo, lançando os sambas "Tudo Acabado" (J. Piedade e Osvaldo Martins) e "Olhos Verdes" (Vicente Paiva) e o samba-canção "Ave Maria" (Vicente Paiva e Jaime Redondo), sendo os dois últimos grandes sucessos da cantora. No ano seguinte foi eleita Rainha do Rádio, e excursionou pela Argentina, apresentando-se na Rádio El Mundo, de Buenos Aires, na qual conheceu Tito Clement, que se tornou seu empresário e depois marido, pai de sua filha, como mencionado anteriormente. Ainda em 1951, filmou"Maria da Praia", dirigido por Paulo Wanderley, e "Milagre de Amor", dirigido porMoacir Fenelon.
Morte
Três dias antes de morrer, Dalva de Oliveira pressentiu o fim e, pela primeira vez, em sua longa agonia de quase três meses, falou da morte. Ela tinha um recado para sua amiga Dora Lopes, que a acompanhou ao hospital: "Quero ser vestida e maquiada, como o povo se acostumou a me ver. Todos vão parar para me ver passando".
Ela faleceu em 31/08/1972, vítima de uma hemorragia interna provavelmente causada por um câncer. A cantora teve seu apogeu artístico nos anos 30, 40 e 50. Seu corpo está enterrado no Cemitério da Saudade no Rio de Janeiro.
Mais Informações
- Na primeira versão do filme "Branca de Neve e os Sete Anões"produzida pelos estúdios Disney, em 1938, Dalva de Oliveira dublou os diálogos da personagem Branca de Neve. As canções foram interpretadas pela dubladora Maria Clara Tati Jacome.
- Em 1974, Dalva de Oliveira foi homenageada pela Escola de Samba Acadêmicos de Santa Cruz, com o enredo "O Rouxinol da Canção Brasileira". Em 1976 a Escola de Samba Turunas do Riachuelo (Juiz de Fora, MG) foi tri-campeã do carnaval da cidade com o enredo "Estrela Dalva", que foi homenageada de forma não biográfica, sendo o samba antológico na cidade.
- Em 1987 a Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense levou para a Sapucaí o enredo "Estrela Dalva".
- Em 2002 o teatrólogo mineiro Pedro Paulo Cava produziu e dirigiu o espetáculo teatral "Estrela Dalva", cujo sucesso rendeu ao elenco de 16 atores, viagens por diversas capitais brasileiras e cidades do interior de Minas Gerais após quase dois anos em cartaz na capital mineira. Dalva de Oliveira foi interpretada por Rose Brant, Herivelto Martins por Léo Mendonza e Nilo Chagas por Diógenes Carvalho. O espetáculo foi baseado no livro de Renato Borghi e João Elísio Fonseca que foi adaptado por Pedro Paulo Cava. O elenco tinha ainda Diorcélio Antônio, Freddy Mozart, Rui Magalhães, Márcia Moreira, Leonardo Scarpelli, Felipe Vasconcelos, Libéria Neves, Jai Baptista, Ivana Fernandes, Patrícia Rodrigues, Meibe Rodrigues, Fabrizio Teixeira e Bianca Xavier. A produção executiva foi de Cássia Cyrino e Luciana Tognolli. Todo o elenco passou por meses de preparação vocal e corporal dando vida e emoção sempre aplaudidos de pé pelo público que lotava as sessões.
- A vida de Dalva de Oliveira foi retratada em janeiro de 2010 com a minissérie "Dalva e Herivelto - Uma Canção de Amor", produzida pela Rede Globo. A atriz Adriana Esteves interpretou Dalva de Oliveira, enquanto o ator Fábio Assunção interpretou Herivelto Martins.
- Na cidade de Rio Claro, SP, tem uma praça em sua homenagem com nome de Dalva de Oliveira.
Álbuns de Estúdio
- 1953 - A Voz Sentimental do Brasil
1955 - Dalva de Oliveira Com Roberto Inglez e Sua Orquestra
1957 - Os Tangos Mais Famosos na Voz de Dalva de Oliveira
1958 - Dalva
1960 - Em Tudo Você
1961 - Tangos
1961 - Dalva de Oliveira
1962 - O Encantamento do Bolero
1963 - Tangos - Volume II
1965 - Rancho da Praça Onze
1967 - A Cantora do Brasil
1968 - É Tempo de Amor
1970 - Bandeira Branca
Coletâneas
- 1972 - Grossas Nuvens de Amor
1973 - O Amor é o Ridículo da Vida
1973 - Dalva em Recital no Teatro Senac
1982 - Dalva de Oliveira Especial, Vol. 1
1987 - Dalva de Oliveira - Série Os Ídolos do Rádio, Vol. V
1993 - Trio de Ouro
1994 - Saudade…
1994 - Meus Momentos
1995 - Dalva de Oliveira
1997 - A Rainha da Voz
2000 - Dalva de Oliveira e Roberto Inglez e Sua Orquestra
2000 - Bis - Dalva de Oliveira
2006 - Canta Dalva