O BARÃO DE MARAÚ

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

Se a história ensina alguma coisa é que o mal é difícil de vencer, tem uma resistência fanática e jamais cede por vontade própria.

Martin Luther King Jr.

É importante levar ao conhecimento público da juventude estudiosa de Santa Rita e da Paraíba que José Teixeira de Vasconcelos, foi o primeiro e único Barão de Maraú, nasceu na Paraíba (atual João Pessoa) em 1798, filho de Joaquim Teixeira de Vasconcelos e Adriana Teixeira, faleceu em na Capital da Paraíba (atua João Pessoa) em 29 de abril de 1873, com 75 anos de idade, conforme publicou o Jornal da Parahyba, edição de 07 de maio de 1873, noticiando o falecimento do Barão de Maraú, no entanto pesquisadores outros informam que o falecimento do referido homem público e latifundiário ocorreu na cidade de Mamanguape/Paraíba¹, o que coloca em dúvida o real local de onde ocorreu o seu óbito, era um cidadão de poucas letras, porém, fazendeiro rico, inclusive foi “senhor de engenho” na Várzea do Paraíba e que recepcionou em 1859, Dom Pedro II e sua comitiva quando em vista a Província da Paraíba no Engenho São João, em Santa Rita, além de político brasileiro e que foi comandante superior da Guarda Nacional no Reinado de Dom Pedro II. Casou-se com Francisca Monteiro da Franca e não teve descendentes¹. No período de 22 de abril a 01 de novembro de 1867, assumiu a Presidência (hoje Governador) da Província (hoje Estado) da Paraíba, na condição de segundo Vice Presidente Provincial. Era oficial da Imperial Ordem da Rosa do Segundo Império Brasileiro. Em seu relatório, espécie de prestação de contas em 01 de novembro de 1867, quando da transferência do Poder Provincial ao seu sucessor, o Barão de Maraú fez e publicou sua exposição² relatando seu governo nos seguintes termos: http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u504/000002.html, enfocando especificamente: a) Segurança Pública e Individual: http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u504/000003.html ; b) Força Pública: http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u504/000004.html , inclusive afirmando de que em LUCENA: tinha 4 praças (soldados); Mamanguape: 10 praças; na Bahia da Traição, 5 praças; Pilar: 5 praças; Pedras de Fogo: 6 praças; Gurinhem: 7 praças; Ingá: 10 praças; Campina Grande: 15 praças; Areia: 21 praças; Alagoa Nova: 7 praças; Bananeiras: 10 praças; Araruna: 7 praças; São João: 15 praças; Teixeira: 15 praças; Conceição: 9 praças; Piancó: 15 praças; Misericórdia: 15 praças, totalizando: 176 praças responsáveis pela segurança pública na Paraíba de 1867; c) Contingentes de Guerra: http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u504/000005.html ; d) Administração da Justiça: http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u504/000007.html ; e) Instrução Pública: http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u504/000008.html ; onde o Barão de Maraú afirma textualmente que "[...] se bem que me parecessem convenientes algumas modificações nessa lei como propus em meu relatório a Assembléia, reconheço todavia que falta disso cumpre fazer alguma coisa, e com urgência, em ordem a arrancar a instrução pública do péssimo estado, em que há muito se acha; sujeitando-a a uma rigorosa inspeção, capaz de obrigar os professores ao exato cumprimento de seus importantes deveres, e se atendendo no mesmo tempo a uma melhor distribuição das escolas, com o que talvez se possa conseguir uma redução em seu número, visto como entendo que alguns povoados, onde existem cadeiras, as podiam dispensar sem grande inconveniente [...]"; f) Obras Públicas: http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u504/000009.html ; g) Eleições: http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u504/000010.html ; h) Objetos diversos: http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u504/000011.html .

Em síntese, José Teixeira de Vasconcelos em sua exposição (uma espécie de discurso de transmissão de cargo ao seu sucessor) em 01 de novembro de1867, declarou para seu sucessor de que o mesmo procedesse à aprovação da nova lei de ensino na Província para colocar “[...] em ordem a arrancar a instrução pública do péssimo estado, em que há muito se acha [...]”. E cujo discurso ainda continua atualizado 146 (cento e quarenta e seis anos) depois, o que significa dizer que os problemas educacionais na Paraíba são seculares. O Barão de Maraú foi precedido pelo Presidente Américo Brasiliense de Almeida Melo e sucedido pelo Presidente Inocêncio Seráfico de Assis Carvalho. Enfocamos ainda que a atual cidade de Santa Rita nos tempos do Barão de Maraú era um pequeno arraial tendo em vista que “a origem da cidade de Santa Rita, foi, provavelmente, a Capela de Nossa Senhora de Santa Rita, erguida em 1771. Quando em 1851 construíram a Capela de Nossa Senhora da Conceição, Santa Rita era um arraial, composto de seis casas”, incluindo “a casa do senhor vigário³”, portanto, um arraial e/ou povoado ainda despovoado sem qualquer importância administrativa e política no cenário estadual e nacional, valendo salientar de que aqui ainda não se fazia presente a máquina governamental através de escolas, praças (soldados) etc, valendo mencionar de que Lucena em 1851 era mais importante do que Santa Rita, já tinha 4 (quatro) praças (soldados) para garantir a segurança pública da localidade.

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REFERÊNCIAS:

¹MARAÚ, Barão. José Teixeira de Vasconcelos. Página visitada em: 10/01/2013:http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Teixeira_de_Vasconcelos

²MARAÚ, Barão. Governo da Província da Parahyba do Norte. 01/11/1867. Transmissão de cargo ao sucessor – Páginas visitadas em 27/05/2013:

< http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u504/000002.html >

< http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u504/000003.html >

< http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u504/000004.html > <http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u504/000005.html > <http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u504/000007.html >

< http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u504/000008.html >

³NASCIMENTO, Jaime Gonçalves do. Resumo da História de Santa Rita. in.: Anuário Informativo de Santa Rita. João Pessoa: Tipografia:A Imprensa, 1937.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 27/05/2013
Reeditado em 14/07/2022
Código do texto: T4312483
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