vidas

Por todas as partes, monstros que só vagam a noite;

por todos os cantos, corpos sem nada dentro;

xícaras de sangue, no café;

voltam as manhãs, a serem nubladas e mortais;

reviro esses destroços que sobraram

desse teatro de horrores;

É como se catasse ossos no deserto.

O vampiro de pele seca e de rosto cortado,

segue de luto pelas ruas;

em meio a tantas solidões,

desertos negros, para atravessar ao meio dia.

A chuva que cai, invade todas as ruas

vago pela noite feito um bicho

são os faróis altos

que blindam o meu carro na contra-mão.

Mendigos e prostitutas dividem todas as esquinas;

não muito diferente deles, ando por todos esses lugares.

a diferença é que eles são felizes;

e eu, não quero nem me ver.

A essa altura, quase madrugada; não sinto sono.

O perfume e o cheiro do cigarro se confundem.

Esse bandido que me empresta a alma,

é o único amigo,e tudo que sobrou em mim.

E essa madrugada quase infinita!

vinho e luz acesa, combinação mortal.

volto ao teclado

por esses caminhos escuros e inacabados,

em que minha alma se arrasta abatida e maltrapilha;

Dry seco pra adoçar a boca.

Rodo pelas cidades, sem vaga para estacionar.

os sinais fechados transformam todas as vias

em um labirinto fúnebre e sem graça.

Edmilson Cunha
Enviado por Edmilson Cunha em 14/12/2012
Código do texto: T4035487
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