A menina e a mulher.

A menina costumava se esconder em sua timidez.

Tinha vários sonhos escondidos e palavras não ditas.

Mas mesmo em sua máscara social, deixava subir para os dignos de sua confiança uma franqueza lapidada.

A menina cresceu e anda seguindo seu caminho.

A máscara de outrora agora só tinha espaço nas origens e extremos de suas emoções.

Virou um reflexo modificado de seus entes queridos, buscando adaptações para si de suas qualidades e defeitos.

Nem sempre tem sucesso, mas aprendeu mesmo com muitas lágrimas, oscilações fisiológicas e emocionais a nunca parar de tentar e acreditar.

Já deixou de lado a dependência excessiva de seus cuidadores, mas não sua interdependência, gratidão e afeto.

Isso é o que acontece quando o amor é solidificado pela sinceridade.

Nem sempre acerta, mas conhece a honestidade de se sentir humana.

A menina em certo ponto se olhou no espelho e viu que já se fez mulher.

A mulher se analisa, muitas vezes com racionalidade excessiva.

Sabe que aprender a viver é atividade contínua.

Mas não deixa de se culpar quando a costumeira dispersão provoca o esquecimento de atitudes ditas perfeitas de consideração por quem ama.

Carrega resquícios de modelos de vida que não são seus, mas de seus iguais.

Nesse momento, a menina puxa a saia da mulher e aponta para um lugar esquecido.

A mulher se abriu para aquilo e deu de cara com sua balança de evolução interior.

Os sorrisos foram simultâneos quando o resultado positivo foi reparado.

De alma lavada, ambas fecharam a cortina das análises e seguiram suas vidas: cada uma em sua época.

Angela MT Melo
Enviado por Angela MT Melo em 29/11/2012
Código do texto: T4011858
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