Fromhell; From This Fuckin' Earth - Por Guilherme Sakuma

fromhell; from this fuckin’ earth (Série: É nóis!)

Não sei onde o li pela primeira vez, mas Raf, como sempre o chamei, vivia largando uns três ou quatro textos por dia; todos enormes e com nenhum erro de digitação, o que é bem difícil de acontecer quando se escrevem esses textos enormes e se tem a si próprio como revisor. Não que essa informação seja a coisa mais importante sobre ele, mas acho que eu tenho que começar por aí se vou falar dessa curiosa figura.

Rafromhell, ou Raf, é tipo um pensador moderno... Larga várias pérolas, assim, uma atrás da outra, como quem não quer nada. Uma vez quase me levou as lágrimas, só que antes de começar a chorar eu dei um forte tabefe no meu próprio rosto e me lembrei de quem eu era. Mas claro que isso não tira nem um pouquinho o mérito deste filósofo/pensador/escritor moderno.

Dos quatro mosqueteiros (Pitt, Cavisseumaluco, Samuka (Samuka é o papai aqui que vos fala)), acho que ele é o que mais lê, e é o único que anda de skate. Tenho essa visão dele como um cara que não consegue sossegar em seu canto; um cara que tem que sempre estar fazendo isso ou aquilo, fazendo sete coisas ao mesmo tempo, hiperativo como uma criança que tomou seis latinhas de Red Bull achando que eram refrescos.

Aliás, não, eu não preciso ter nenhuma visão dele, pois o conheço pessoalmente. Pessoalmente ele não parece tão hiperativo assim; pessoalmente ele parece com alguém que jamais se interessaria por escrever. Não que isso seja ruim, escritores não são conhecidos por serem as pessoas mais interessantes do mundo...

Fico pensando com o que será que eu pareço... Algum gênio da matemática? O japonês da barraca de banana na feira? Sufocador de criancinha?... Definitivamente não com um escritor, acho. Enfim...

A primeira vez que vi Raf, foi na Galeria do Rock, lugar onde trabalho. Ele estava no rolêzinho, atrás de umas peças de skate. Quando passou pela porta da loja, se deteve. Eu estava absorto em pensamentos do tipo “Hum... Depois que eu assassinar a minha linda vizinha, qual será o melhor lugar pra guardar os ossos dela?”.

– Sakuma! – chamou.

– Ôpa... (Eu não sabia de onde o conhecia... “Teria trabalhado comigo na época da corretora de inseguros?”, fiquei pensando.)

– Sakuma, sou eu! – disse, se aproximando com a mão estendida pra cumprimentar.

– Cara... Você, você... (Eu ainda fazendo aquela cara de quem não se lembrava do nome de ninguém.)

– Rafromhell, cara!

Nos cumprimentamos e conversamos rapidamente; sobre não conseguirmos ser publicados, sobre os nossos empregos de merda e sobre bundas gostosas, basicamente. Achei-o um cara bem boa praça; com NADA de cara de escritor. Acho que foi principalmente por isso que simpatizei com ele.

A segunda vez que vi Raf, se não me engano, foi nessa semana; na segunda-feira, acho. Trocamos umas idéias e eu mostrei pra ele a capa do meu “livro”. Ele gostou da capa, mas não gostou do preço.

Assim que ele saiu, eu mesmo fiz uma pesquisa de preços no site e vi que eu estava querendo levar grana demais nas vendas.

Feitos os reajustes, agora estou ganhando R$ 1,99 por cada livro que vender. Dá pra comer um churrasco grego do lado da galeria do rock, se o cara deixar eu ficar devendo um centavo.

Raf também sempre me dá a maior moral e vive me citando; devo o lance do autocompletar da barra do Google a esse cara também.

Ele já disse que se inspirou em algumas paradas minhas pra escrever; e agora eu digo, finalmente, que também aprendi com seu estilo introspectivo e ao mesmo tempo visceral.

No mais, LEIAM mais coisas do Raf, o Rafromhell. Ele tem muito o que dizer e o faz de uma forma bastante peculiar.

É nóis, também, man.

Guilherme Sakuma – 18/02/2011

Nada de fotos obscenas, please (E-MAIL): guilhermesakuma@estadao.com.br

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 20/04/2011
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