Sou frágil como o cristal
Desta estrada em que caminho
Deixando marcas no chão.
P'ra trás deixei Portugal,
Meu País em desalinho,
Buscando uma direção.
Não me perguntem quem sou. Perguntem-me como me chamo. Ter um nome basta para poder excluir-me do anonimato. Deixem-me revelar o que penso e o que sinto sôbre o que me rodeia neste mundo onde prolifera o oportunismo, a traição, o egoísmo, a violência e mentes doentias.
A minha escrita, fiel ao meu pensamento, criou um “by-pass” na estrada da minha vida que me leva onde a minha imaginação quiser. Com ela saio do plano realista, não isento de grandes choques entre sentimentos opostos e contrariedades profundas, para um plano repleto de ideais, quantas vezes realizáveis. A verdade e a fantasia andam sempre de braço dado naquilo que escrevo. Umas vezes falo verdades sôbre mim, outras vezes falo verdades sôbre os outros. Quando a verdade é dura demais, procuro na fantasia aquilo que gostaria fosse real.
Nem sempre o desejável é impossível de atingir. A vontade e a nossa constante renúncia em admitir o “não consigo” poderá, muitas vezes, levar-nos onde quisermos.
Tendo referido as bases que motivam a minha vontade de escrever, deixo aos outros a decisão de viajarem comigo. Talvez não tenham, depois, necessidade de saber quem sou porque, muito provavelmente, passarão a conhecer-me melhor do que eu própria e a excluir-me, ou não, do seu interesse em lerem o que escrevo.