Com 22 anos me casei e vim do Paraná para o Mato Grosso;
já na Amazônia Legal, não tive medo de fazer o
necessário, quando era necessário que fosse feito.
Criei a Cidade de Nova Maringá , fui seu primeiro
professor de português, fui vereador por ela , criando o
distrito e depois emancipando o município, fui eleito o
seu primeiro Prefeito e aí implantei-o no meio da selva.
Dado a esse trabalho tenho varias homenagens , comendas,
títulos, moções, material tão falsos quanto a maioria dos
que me concederam tais honrarias .
Os momentos inesquecíveis na minha memória, são das
pessoas que morreram nas nossas estradas, atolada em
barreiros, em especial, uma criança que morreu com a
cabeça no meu colo.
Houveram outras, mas essa me marcou mais, acho que pela
impotência do momento e pela raiva do descaso com nossa
realidade nesse canto do mundo, onde viemos incentivados
por um Governo Federal que nos abandonou à própria sorte
e depois de vencermos à custa do nosso sangue suor e
lágrimas, nos trata como bandidos destruidores, sem
assumirem que fomos peças de xadrez no tabuleiro da
Política Nacional, que na época nos queria onde estamos
para abrirmos fronteiras na mata.
Para amenizar o sofrimento coletivo, me aventurei pelos
caminhos da política, fiz o que era necessário ser feito,
mas para isso, convivi com o que não gosto e por fim me
desiludi com o ser humano.
Afastei-me do povo me tornando carreteiro e isolado na
cabine vejo e escrevi por muito tempo, (e por muitos quilômetros), o meu jeito de ver o mundo.
Fui um sobrevivente que na insônia da noite
rabiscava versos pra esquecer coisas amargas.
Não me considero um artista, sou leigo e os poemas que
escrevo, vêm naturalmente, sem dia, nem hora, sem que eu
tenha controle sobre eles e por isso, nem poeta me
considero, pois sou apenas um "psicógrafo do coração”.
Sempre fui um romântico inveterado, sempre fui apaixonado
por poesias, mas escreve-las, jamais passou por minha
mente; até que vi a minha primeira pendurada no papel, aí
não consegui mais parar; e foi algo que me fez muito bem
à alma.
Jamais pensei em escrever profissionalmente, mesmo porque
no Brasil, não se sobrevive de poesias, pois apesar de
termos muito mais amantes de poesia do que se presume, as
editoras, (e a mídia), preferem amenidades vendáveis,
mesmo que o conteúdo seja um BBB da vida.
Por outro lado sempre pensei que escrever por dinheiro
seria o mesmo que vender alguém querido, pois cada poema
é feito por ou para alguém especial.
Partindo da premissa que um homem pra deixar sua marca na
vida precisa ter um filho, plantar uma árvore e escrever
um livro; tendo amado, tido duas filhas maravilhosas,
plantado esperanças e uma cidade no meio das arvores do
Mato Grosso e muitas arvores nessa cidade; editei um
livro “Caminhos da Alma” só pra fechar a conta, mas nao
tenho ideia de fazer outro.
Esse era o texto original, até em outubro de 2012, quando quis o destino, Deus e o povo da minha cidade, que eu voltasse à chefia do Poder Executivo Municipal no dia 07/10/12; assimsendo, fui eleito prefeito pela segunda vez, depois de 16 anos afastado da politica e do mundo, empossado dia 01 de janeiro de 2013.
Num pais que da vergonha dizer que sou politico, orgulhosamente terminei meu terceiro mandato probo e pobre como entrei e graças a Deus, graças a esse trabalho serio e gracas a bondade do meu povo, fui reeleito Prefeito em 2016 e novamente empossado em 01/01/2017...
esse sera meu quarto e ultimo mandato.
Desse modo, a poesia saiu lucrando bastante, pois a politica me afastara por mais quatro anos da poesia e do Recanto das Letras.
Deve ter sido um pedido de Petrarca, Vinicios, Castro Alves, ou outro poeta
la com Deus pra ajudar os versos aqui na terra.
17/12/2021
Hoje depois de 09 anos afastado, resolvi voltar para o meio dos poetas, espero que me perdoem.
Esperei 01 ano em quarentena depois que terminou meu terceiro mandato de prefeito, para desintoxicar a alma que por mais que a gente cuide, acaba sendo embrutecida pela política.
03 mandatos de prefeito, volto com a ficha limpa, sem nenhum processo , sem nenhum inquérito, com todas as contas aprovadas.