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Perfil

Nem mesmo sei se me conheço.
46 anos ainda são pouco.
Poeta frustrado,
profissional agitado.
Viajante do RS, tendo passado por Porto Alegre, Santo Ângelo, Três Passos, Campo Novo, Cerro Largo, São Jerônimo, Charqueadas, Balneário Pinhal, Torres (nestas morei); Lagoa Vermelha, Passo Fundo, Uruguaiana, Caxias, Bento Gonçalves, São Borja, Porto Xavier, Porto Lucena, Santa Rosa, Soledade, Cambará do Sul, São Francisco (todas a trabalho).

Hoje moro no Chuí, fim do Estado, do país(quem sabe do mundo), fronteira com o Uruguai. Vivo aqui por opção, convivendo com um estilo de vida diferente, mesclado e reaprendendo a viver, ou morrer, sei lá. Minha inquietude me trouxe para cá por algum motivo.
Já andei bastante e por isso acho que vim parar aqui, talvez para não ter mais para onde andar.... 2009 : Passaram-se dois anos e continuo a andar. Ainda procuro um lugar onde aquietar minha alma.
....
Quem diria, passado algum tempo, estou de volta à estrada, nessa busca estressada que faço de mim.
Beijo no coração. (atualizado em 11.09.10)
... Hoje, de novo me encontro sozinho, ainda buscando um caminho que nunca soube encontrar.
Sem conseguir escrever uma linha sequer, sigo a sombra que havia deixado para trás.
Sonhando voltar ao Chui, onde tive momentos de paz.(atualizado em 27.01.11.....)
2013: Os 46 anos se foram, aos 49 e continuo andando, tateando, buscando. Já nem sei mais o quê. Hoje, após voltar ao Chui, retornar a Porto Alegre, andar pelo litoral, estou em Brasília, perdido. Ainda mais longe de casa... e de mim!  A profissão e a inquietude me trouxeram até aqui! Agora espero novas cartas nessa mesa de um jogo estranho, que nem sei jogar! 
04.04.2014 - Que mão ruim nesse jogo que jogo; Brasília, agora distante, marcou-me bastante pela solidão. Viajante errante, cigano bargante, voltei a andar. Parece mentira, ou meia verdade. De cidade em cidade a trabalho de novo (e já não sou mais tão novo para tanto andar) continuo correndo, continuo esquecendo os caminhos de volta! Meu Chui, que sonhava voltar, quase nem consigo lembrar nessas noites de insônia que tenho ( e mantenho por puro prazer).
Eta perfil atrapalhado, desgovernado e desencontrado do próprio passado, legado que levo para o que ainda me resta andar.
RIO DE JANEIRO, quando pensei morar por aqui? 
Mas foi onde vim parar!
Nada planejado, nada esperado, apenas estou por aqui, justificando essa ânsia do nunca parar! Do nunca deixar o cansaço ganhar!
...
Oi meu perfil abandonado... Tanto tempo passado, somo hoje 55 anos e o pior, continuo na estrada, continuo rolando como pedra jogada.
O Rio ficou no passado, o presente me trouxe de volta ao sul, a caminhos que tanto trilhei, retornei. Beira mar, litoral, de inverno intenso e verão infernal. Resta a brisa do mar a me acariciar. Escrevendo, escrevendo...vivendo...
2020...quanto tempo fazendo o mesmo, correndo de mim! 
Retornando esporadicamente ao recanto das letras para, em poucas letras, falar de mim, onde andei, o que fiz, o que não fiz!
Há pouco mais de um ano, retornei para casa, família, aconchego...E PÁH, essa inquietude (hoje acho que é cármico) me assolou, assediou, torturou até que peguei a mochila que, escondida no armário, esperava impaciente pelo ombro amigo. Reencontrei a estrada, o velho tênis e as velhas roupas de viagem...os rabiscos e manuscritos voltaram. Voltei EU! Espíritos amigos um dia me dirão o porquê dessa inquietude, desse mal administrar o convívio, dessa ânsia pela companhia da solidão! Acho que esperam esse encontro em espírito, pois talvez eu pare de dar trabalho!

 

2023, novo ano, manias antigas! Parado há dois anos nesta cidade chamada Maquiné, entre o mar e a serra, tão calmo, tão tranquilo!!! Que nada, arrumando de novo a velha mochila, preparo uma nova partida, uma saída pela esquerda (só os mais velhos entenderão)!

Sigo rabiscando neste perfil desarrumado, na ânsia de eu mesmo entendê-lo, o que me parece quase impossível! 

Criei esse emaranhado e não consigo mais organizá-lo logicamente, o que me faz seguir montando essa colcha de retalhos!