Monologo do Eu

Monologo do Eu

Minha razão subsiste entre o coma e a letargia

Onde percorrem meus instintos mais primitivos

Por onde se escoam as sombras da minha alma

Meus silêncios jazem de luto por ser o que sou

Por ser, tão somente o que sou, apenas sou no

Estigma, na corrente que prende arrastando-me

À frente, pelos caminhos dantes percorridos na

Mais plena das virtudes, a luta de sempre ser

Eu falo e me calo, e grito e choro, mas ninguém

me ouve. Silente e fria é a voz que ecoa aqui dentro.

De tantos devaneios, às puras algemas da sanidade

Sou o grito do meu próprio silêncio, sou a luz e o medo

Quero viver, mas como?

Quero dançar, mas como se dança?

Quero amar, mas como é que se ama?

Quero...não! não sei o quero....tudo...nada.

Não falem de mim às ocultas! Eu sou homem, sou humano

Falem! Agora digam-se o pensam a meu respeito.

Não. Melhor não dizerem nada. Vós sois apenas

Pensamentos, e são meus. Calem-se todos, agora!

Avizinha-se de mim a morte por asfixia amorável à sombra

Dos queixumes de beijos abrasantes, e o frio é forte como o fogo

queima as minhas entranhas letra por letra até o ultimo poema

mas não morrerei insuficiente e rude, dar-te-ei o meu amor para sempre.