Minha razão subsiste entre o coma e a letargia
Onde percorrem meus instintos mais primitivos
Por onde se escoam as sombras da minha alma
Meus silêncios jazem de luto por ser o que sou
Por ser, tão somente o que sou, apenas sou no
Estigma, na corrente que prende arrastando-me
À frente, pelos caminhos dantes percorridos na
Mais plena das virtudes, a luta de sempre ser
Eu falo e me calo, e grito e choro, mas ninguém
me ouve. Silente e fria é a voz que ecoa aqui dentro.
De tantos devaneios, às puras algemas da sanidade
Sou o grito do meu próprio silêncio, sou a luz e o medo
Quero viver, mas como?
Quero dançar, mas como se dança?
Quero amar, mas como é que se ama?
Quero...não! não sei o quero....tudo...nada.
Não falem de mim às ocultas! Eu sou homem, sou humano
Falem! Agora digam-se o pensam a meu respeito.
Não. Melhor não dizerem nada. Vós sois apenas
Pensamentos, e são meus. Calem-se todos, agora!
Avizinha-se de mim a morte por asfixia amorável à sombra
Dos queixumes de beijos abrasantes, e o frio é forte como o fogo
queima as minhas entranhas letra por letra até o ultimo poema
mas não morrerei insuficiente e rude, dar-te-ei o meu amor para sempre.