NO ECOAR DOS SINOS


(...) Dos envelhecidos barris de carvalho / Um ardente trago... / À poesia que nos afaga / E que esta abstrata simbiose / Na alma do poeta... / Jamais se apague.

Nesta grande morada que se versa
Sou o andar afadigado do peregrino;
Sou o sonho intangível do menino,
Pecado na aurora-cega inversa...

Alma que na dimensão se dispersa,
Procurando alcançar, a sua luz-destino,
Viajando à sombra dum clandestino,
Neste veleiro de melancolia submersa.

Que singra num peito rechaçado
Pelas adagas da humanidade insana,
Aniquilando o amanhã do desesperado.

Pra quem a sorte, ao sorrir lhe engana
Ao revelar as chagas deste flagelado...
Que numa sé... O sagrado véu profana!