Sublime silêncio...
Que induz ao raciocínio, Que repara os erros,
Enxuga as lágrimas,
Apara as arestas,
Fecha as feridas,
Abre as portas antes trancadas Pela escuridão da ignorância,
Permitindo a entrada da luz,
E o despertar da confiança.
Silêncio...
Que desativa todos os sentidos,
E querendo falar, não se fala.
Querendo ouvir, não se ouve.
Querendo ver, não se vê.
Querendo tocar, não se toca.
Querendo aspirar, não aspira,
Não respira, não se sente,
Apenas pressente,
Todo o desejo latente e perdido,
De um coração triste e reprimido.
Silêncio...
Para que o pensamento em si flua,
Reconhecendo cada erro, cada falha,
E a alma arrependida se destila e depura,
Concebendo o dom do perdão e da graça.
Silêncio...
Para que se faça tangível a razão,
Reconhecendo os jardins dos desamores,
Transformando-os em jardins de flores,
No templo puro e cristalino do coração.
Silêncio...
Para que todas as ofensas desvaneçam,
As dúvidas em confiança se convertam!
E as esperanças perdidas sejam recuperadas,
Na certeza de alegrias docemente renovadas.
Silêncio...
Para avaliar como é frágil as nossas vidas E que de um momento para o outro Podemos perder tudo que um dia tivemos E que jamais teremos de volta... Como um espelho que se quebra Em milhões de pedaços... Fragmentos de amor... Despedaçados... Partidos...
Silêncio...
Um silêncio que me devora,
Cada segundo, cada minuto,
Cada hora;
De uma forma lenta, triste, inconsolável. Sentindo os olhos do mundo Todos voltados para mim Como a me condenar.
E tentar fingir ou fazer de conta Que a dor e a solidão Jamais me tocaram...
Porém, sabemos que é em vão! Pois, se o meu corpo não o demonstra Minha alma despida desta camuflagem Verte em lágrimas, sufocada de dor Tremendo sozinho em soluços Num canto qualquer deste planeta Querendo apenas morrer neste Silêncio Que a saudade fincou em meu coração. Até que um dia sozinho sare, e eu entenda Que amar verdadeiramente com pureza É dar liberdade a quem um dia amamos E sentir-se feliz por ela ser amada e feliz, Mesmo que não seja mais conosco...
