Confissões do Silêncio
E confessar uns tantos segredos
Para logo depois desistir,
Resignando-se em seu silêncio,
Com seus medos e solidão.
Ocultando seus sentimentos,
Guardando em si sua poesia.
Temendo a terna sensibilidade,
Acobertando-se em sua razão.
E o cérebro tentará conter o coração,
Mas o que fazer com a alma de andarilho?
Com este intenso movimento oculto?
Com este ir e vir que não tem distância?
Estranha atração por lembranças.
Por que tanto valor tem o passado?
Seriam recordações ou ilusões?
Vivência real ou idealizações?
Quantas noites perdidas a divagar...
E vêm despertar a insônia as horas.
E o dia chega belo e a noite não vai.
E o que era lento fica tão depressa.
Fora das quatro paredes do quarto
O ritual de buzinas em festa.
A agressividade educada das ruas.
A superficial linha entre fronteiras.