São seis horas... Vão passando sonolentas...
Morre a tarde em langor suave e vaporoso...
No campanário o sino em tocadas lentas,
Anuncia a Ave-Maria, respeitoso...
Tarde e noite, em aquarelas alvacentas,
Parecem mostrar ao bardo esperançoso
(No etéreo manto), entre pratas e magentas,
Uma tela do teu rosto veludoso...
A saudade antiga se me abriga n'alma,
E a lembrança do teu riso não me acalma!
O teu olhar e o teu perfume sinto ainda...
Vem novamente a madrugada e nasce o dia.
A tarde volta langorosa e luzidia
E a noite me aguarda nesta dor infinda!
02.11.06