SONHAR

Publicado por: Apostolo GC Silva
Data: 28/12/2022
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Créditos

Título SONHAR LOCUTOR.APÓSTOLO GC.SILVA.

Na Ilha de São Jorge

Noite, céu aberto todinho estrelado, convidando a lua para o encontro dos amantes na madrugada: livre das sonoras buzinas Infernais, longe da tosse seca de cachorro-rouco devido a poluição que arranha as gargantas, fora

da visão de jovens que seguram bandeirolas nos faróis dos Partidos Políticos sem os devidos protetores auriculares.

Brasil, passando pela costa do mapa da Nova América (latrina não por gentileza Simpatias: LATINA com muito ORGULHO). Alguns náufragos reencontram Amigos de antigas Caravelas Portuguesas fazendo algumas paradas na Espanha até os demais Continentes longíquos (cada qual com suas sinas e seus respectivos diabinhos-marinhos) uns velejam em cima de humildes jangadas... outros despencam de outras embarcações:

Transatlânticos, Iates, Veleiros, Petroleiros... Carpem Die! Para os que se perderão no Tempo e no Espaço nos Navios Mercantes: Egípcios, Fenícios, Romanos, nos Vezenianos no Final do século XV para os que caíram dos Dracares ao provar os ares Nórdicos.

Neste meio tempo enquanto Piratas & Coristas estão a procura de uma Ilha deserta possivelmente Paradisíaca a qual poderão soltar suas verdadeiras Fantasias proclamando a frase que os desaprisionarão seus peitos cansados de tantas e tantas braçadas de costas e nados borboletas.

Na Ilha de São Jorge deus Zéfiro brincava em cima de uma nuvem soprando ventos primaveris... sem querer auxiliou um Náufrago a estibordo e uma Corista a bombordo, a avistar o pontinho de terra no meio do Oceano.

Não cruzaram os olhares por se encontrarem preocupados com

questiúnculas relativas a Sobrevivência: como secar os corpos abençoados depois de engolir os ares da maresia, havendo a necessidade primordial de reposição de sais minerais... mas até os cocos-verdes serem quebrados leva certo tempo, fora o estudo da ciência de como se livrar de possíveis sinfonias de mosquitos e pernilongos.

Zéfiro se divertia observando os galhos repletos de trapinhos... pendurados nos galhos:

- Que cena ‘Translumbrant’, pensou o Dono do Vento na Primavera!!!

Com três folhas de amoras a Corista frustada se sentou a sombra da bananeira poetando consigo mesma:

- A folha da bananeira! (com entonação grave) ...A folha da bananeira (com a voz rouca)... A folha da bananeira...(com sensualidade) - prosseguindo a declamação redundante em voz alta - Quem me dera ser uma Verdadeira Poeta... que situação lastimável, depois de remar tanto vejo

que não entendo nada da Arte de rimar. Paciência! Nem todos nasceram destinados a conquista de Geladeiras de Top de linha... nem todos tem o jeitinho ‘special’ para reativar os Dodecassílabos de Camões...

Enquanto isto nosso náufrago na tanga, o Irmão de Jesus-Menino, estava preso às suas divagações entre as Flores Silvestres: Bem que podia chover como antigamente na minha horta... por aqui nenhum sinal de Viva Alma, mas nada tenho a reclamar sou Protegido pelos deuses: da Terra, do

Ar, do Mar, do Fogo, da Lua, dos Céus, das Estrelas... por fim Deus é Meu Escudo me sinto respeitado muito embora... Aiiii que saudades da Flor...!

Um minuto, um de meus Super-Talentos apontam para uma voz Humana... e é Feminina, no meio deste vazio!

- A folha da banan...! Ai São Tomé está ilha pode estar repleta de antropófagos... de facínoras... não quero desbravá-la... A folha da banan... hum... o que é aquilo balançando a folha de bananeira ...? acho que estou vendo ... um ´Bananão´ ambulante!!!

- Oi que fazes nesta ilha perdida Guria?

A Corista, esfrega as duas mãos sobre os olhos:

- Deve ser Miragem... São Tomé!!! (que eu saiba miragens não falam) - Queeem eeé vo-cê? gaguejou uma das Filhas de Eva.

- Sou Amigo do Poeta das Flores, mas também amo: as Gardênias, as Rosas, as Margaridas, as Acácias... as Rúbias...

- Você acredita ter poder suficiente, para ajudar a me livrar de um de meus traumas?

- Claro vamos preparar um Divã de folhas... qual seu nome pequena...?

- Cárites!

- Pois bem, que situação divergente a nossa daqueles comerciais de Pasta Dental antiquiquíssimos da TV em que as pessoas se encontravam no meio da praia e se abraçavam, entrando no mar e etc...

- Interessante, ‘My Lord’... prossiga com o etecetara...

- Os dois rolando na areia feito um casal de quibes sorrindo com os dentes alvos sem necessidade dos moderníssimos processos de branqueamento

destacando as estrelas no sorriso tal qual as novelas Made Mexico... no caso nada gira em torno das tradicionais ‘briguinhas’ entre Peixes & Gatos: FischhhrrrrrrrrssFischhh rrrrrrrrrrsquasheeeeFischhhhrrrs!

- Ah! Como dois... Canibais! Disse Cárites preocupada.

- Não seria tal qual... dois Animais, não???

- Você sabe Amigo de Adão que utilizar literalmente as frases de determinados Autores Conhecidos sem lhes dar o devido valor, pode ser PERIGOSO!

O incrível de tudo isto tem a ver, com unir a Arte para com a falta de bom senso, quando um artista surrupia algo de outrem denota Falta de Vontade do Exercitar o Raciocínio; todo e qualquer Criador registra partes da própria carga de Energia que funciona com uma espécie de Mantra a ser distribuído e será visualizado, no caso das palavras estas tem o Peso da Aura Mental da Pessoa...

Passamos por períodos de Renascimentos... e nossas criações por menores que sejam ficarão registrados (no campo etéreo) de forma que a cada Renascimento se tivermos novas possibilidades de entrar em contato com nossas Obras estas sempre se farão mais próximas no sentido que nos esforcemos na progressão da energia de nossos Pensamentos... também por isto: Novas Palavras.

Que sentido teria uma Pessoa viver em atada em estado permamente com a Corrente de Escritores similares a Augusto dos Anjos, por exemplo...?

- Eureka! Acho que me livrei da folha da bananeira, pensou alto Cárites.

E, agora estou mais preocupada com os Canibais, posso pular no seu pescoço meu novo Amigo...? Morroooo de ‘paura*’ deles! Salve-nos! Salve-nos! Salve-nos!

- Sem medo* de ser feliz, sem problemas ‘Darling’... tu estás em boas mãos, eu te seguro com muito gosto com ou sem sonoplastia.

- Altamente relaxante... chego a pensar em Afrodite!

- Vem, cá vou te contar sobre as minhas Especialidades... primeiro não há nada a temer tanto aqui como na Amazônia você bem sabe que: Não Existem Canibais. E nesta Ilha? somente Flores... uma Cachoeira...

- Uma Cachoeira?! Que Maravilha estou precisando de um Banho de água doce!

- Fique Tranquila ‘Baby’, estando Comigo você estará com Deus! Esqueça os Canibais! vamos deitar de papo prá cima sobre estas folhas e olhar as estrelas... depois quem sabe até dê vontade de refrescar os corpos...

- Excelente idéia! Eu gostaria tanto de saber fazer algumas trovinhas que rimassem com este nosso encontro...

- Que Mãozinhas delicadas... você tem!

- Grande idéia, vamos escrever Ensaios, faremos alguns versinhos na areia...

disse com entusiasmo Cárites.

- Não... não creio que seja uma boa, a maré vai subir e as letrinhas fatalmente serão apagadas pelas ondas... fique quietinha por aqui.

- Explica prá mim então como você faz para rimar tudo tão rapidinho de uma hora para outra?

- Com prazer: blá-blá-blá....blá-blá-blá...

- Aaaaaaaah! blá-blá-blá...blá-blá-blá...!?!

- Hum, hummm... tá?!

- Hum, hummm...tá.

Depois da visão do banho de cachoeira do casal... nosso Zéfiro, adormeceu.

São Paulo, 28.09.04

01h04

Rosangela Aliberti
Enviado por Rosangela Aliberti em 06/01/2005
Reeditado em 05/03/2005
Código do texto: T1215