A BALA E O PRETO

BALA PERDIDA OU PRETO JULGADO

BALA PERDIDA OU PRETO JULGADO

Quando já não temos,
Verdades na vida,
E tudo o que vemos,
Vem de bala perdida.

E quando não podemos,
Justificar nossa lida,
E mentir nem sabemos,
Aí nos dão formicida.

Pois os atos demonstram,
Que está tudo errado,
Se os pretos julgados,
As chacinas enfrentam.

Pobre é estigmatizado,
Preto, então, é lamento,
Índio é demonizado,
E o resto é excremento.

No perder ou achar,
Se foram a bala e o preto,
Num revide ou num bar,
Nas ruas e praças... num gueto.

Mas não quero o que ditam,
Decantado pelos sectários,
Se são tolos e só acreditam,
Em bandidos domando cavalos.

Pois não sou gado no pasto,
Nem aguardo o entardecer,
Se não sigo o boi pelo rastro,
Nem na fila, se é pra morrer.

As polícias precisam entender,
Que fazem parte da sociedade,
Sem ver cor, fortuna ou poder,
Mas ser guia da humanidade.

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Poeta Braga Costa ©2020
Jequié, BA, Brasil.