Sentava ela
ao lado da janela
pedia que a chuva
fosse branda com a casa dela
Sentava só
com as mãos que davam nó
pedia pra chuva
que levasse somente o pó
Pó este da estrada,
que cruza há tanta tempo
mas é a chuva sua preocupação e lamento
lamento esse que chora
que implora à Nossa Senhora
que leve essa chuva
daqui para outras curvas
Curvas lá do deserto
Onde o céu é coberto
Por espessa camada
Que deixa a terra
acamada!
Ai, é que a chuva
destrói minha telha
Ai, é que a chuva
parece centelha
parece ser de outro planeta,
deve ser por isso que o medo teima
Ai, é que a chuva não tem piedade
Ai, e por mais que ela tenha idade
Parece não saber da catarse
que descarrega em minha propriedade.