Pede pra sair!

Estamos vivendo o ápice do capitalismo. De um lado isso é positivo, pois vivemos revoluções tecnológicas e científicas. Do outro lado o topo do capitalismo é negativo, pois continuamos com as misérias humanas e, além delas, a conseqüência desse sistema que precisa ser reavaliado.

O homem moderno sofre com o estresse do dia-dia. Ao mesmo tempo, que somos livres e possamos decidir o que é o melhor em nossas vidas – garantias na Constituição, leis apropriadas e a modernidade – conseguimos ficar presos em nós mesmos e nas vaidades do mundo. Ter o carro do ano, a melhor casa do bairro, conforto em nosso lar não são aspectos negativos. Pelo contrário, nós precisamos lutar pelo conforto. Temos direito a saúde (que as pesquisas com células-tronco sejam um direito de escolha do cidadão), ao lazer, o trabalho e a segurança. Porém, pagamos por tudo isso hoje e, como numa bola de neve, necessitamos cada vez mais de nossos empregos.

Ai, que mora o perigo. Por falta de oportunidades em nossas carreiras, no qual sonhamos desde criança, fazemos concursos públicos. E muitas vezes longe da nossa verdadeira vocação e optamos por trabalhos burocráticos, no qual o único prazer que temos é ver o salário depositado em nossa conta corrente no final do mês. A frustração é tão grande, que despejamos nossas angústias e ansiedades nos shoppings, fazendo compras a perder de vista.

Precisamos de conforto? Sim. Ficarmos dependentes deles? Não. Trabalhar em um serviço que o desgasta emocionalmente para manter a prestação de um carro zero ou para manter aquele apartamento em um bairro rico é um risco incalculável para a sua saúde. A probabilidade de ficarmos doente e usarmos em demasia os hospitais e psiquiatras é grande. E eu pergunto: a felicidade é isso? Para alguns podem ser, mas para outros a felicidade consiste em ter simplicidade (não abnegar do conforto) e sim, aceitar os padrões e os rendimentos de sua vida atual e lutar por um progresso sadio.

Lutar pela sua vocação está em primeiro lugar na sua vida profissional. Amar o que faz. Ter prazer no que faz. Esse é o primeiro passo para ganhar dinheiro, sem tê-lo que repassar a um médico. Será ou não mais rico que o seu vizinho, não importa. O que importa é a sua felicidade. Não assuma nada – casamento, filhos, bens – antes de ter certeza da motivação que tem pelo seu trabalho. Antes de caminhar por novos desafios em longo prazo, procura um rumo profissional compatível com seus sonhos. Nesse momento a decisão mais difícil é renunciar ao seu emprego atual. Ficar cara a cara com seu chefe e pedir para sair. Mas tudo na vida tem um risco, quando a intenção é boa. Como dizia Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena”.

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