LOUCURA E  LUCIDEZ    
(Na minha louca concepção)

 
No mundo real onde a objetividade impera,  extremos são estados de desequilíbrio. Posiciona-se no meio e tem-se o meio como padrão e como tal, aceito pela maioria como sendo o posicionamento dos lúcidos. Então, dá-se o estabelecimento da condição estagnada que delimita o círculo dos lúcidos e os conceitua como “normais”.
Nesse entendimento, quem adota os padrões  e se encaixa no círculo é tido como aceitável pela sociedade e recebe da mesma, o selo de “normal”.
No entanto, a mesma sociedade que se diz livre das amarras da loucura, é o carrasco que  aprisiona o sujeito em sua essencial natureza de ser livre.
Há condições e leis impostas sutilmente, e os que fogem dessas condições e dessas leis, são castigados pelos açoites da crítica, da zombaria ou da ridicularização.
A cada açoite, a certeza ilusória do senhorio e do poder de domínio sobre os demais, no entanto, não se percebem em atitude de sutil e marcante irracionalidade.
No campo mental, os seres humanos constroem grades para si mesmos e por vezes, se debatem entre as grades do pensamento. Daí a sensação de angústia existencial e todas as formas de sofrimentos psíquicos.
Essas grades se constroem desde o nascimento quando se dá o primeiro contato com a realidade externa onde se iniciam as suas primeiras impressões e interações com o meio ambiente e com os seres humanos que o circundam. Sendo a mãe, o seu primeiro ponto de referência.
Durante o decorrer da vida, o sujeito enfrenta cada barra!... E na verdade são as barras de suas próprias interpretações da realidade, aliadas aos porões mentais onde se confinam suas concepções acorrentadas a padrões mentais de comportamento.
E no campo mental, dos que afirmam serem detentores da razão, desenha-se um quadro psíquico que se caracteriza pela necessidade de poder e domínio sobre os demais e em sua intrínseca essência, um estado latente de insegurança onde o ego sobrevive em função da aceitação de um grupo.
O sentimento de “pertencer” proporciona ao sujeito a sensação confortável de se sentir  protegido. Paralelamente, poder-se-ia ilustrar como sendo o quadro onde a mãe seria a sociedade que o aceita e alimenta e em última instância, isso significa sobrevivência, cujo impulso de mantê-la é instintivo.
Simplificando, há uma constante ação do instinto de sobrevivência em todos os campos onde o ser humano se percebe.
No entanto, esse processo de dependência toma proporções e características de “patológico”, muito embora o conceito de patológico esteja estabelecido dentro do “livro de leis” estabelecidas pelos “lúcidos” que lhes serve de parâmetro para os rótulos dos que não se enquadram no sistema, não obedecem ao esquema, não respeitam e não se sujeitam a essas leis.
O deslocamento do que está no meio em direção aos extremos, caracteriza e delineia os comportamentos e atitudes atípicos da loucura, segundo o ponto de vista dos “lúcidos”.
Sobre outra gama de loucos, que não são poucos discorro a seguir:
Evidentemente, existem os “loucos” acorrentados em suas próprias celas mentais de loucura, onde a inconsciência do estado de ser ou pertencer, é a chave perdida de seus porões escuros e obscuros do estado de consciência, onde o subconsciente é o recôndito espaço ilusório onde se encontram.
Nesse grupo, estão os loucos inconscientes de sua loucura; os loucos patológicos que sofrem e fazem sofrer os que o circundam; os verdadeiros “alienados mentais”.
Agora, existem os chamados “malucos beleza”.
Esses voam livres de um extremo a outro. Têm asas na imaginação que os permitem voar a alturas onde sem asas não se voa. Em dimensões mais altas, capta-se um sentido mais amplo de tudo e em mergulhos mais profundos, extraem-se pérolas do fundo de oceanos profundos do estado do ser.
São os que detêm alto grau de lucidez e consciência sobre si mesmos. Consciência e percepção altamente exacerbada. Clareza de raciocínio. Fluidez de pensamentos e ideias. Ideais voltados para o bem estar da humanidade. Equilíbrio notável sobre suas emoções. Percepção extra-sensorial. Comunicação através de canais fluídicos de energia e contato com os seres de dimensões além do humanamente perceptível e compreensível. Capacidade de empatia e telepatia.  Extrema sensibilidade que aliada à sua capacidade de percepção o  habilita a visualizar a natureza humana, e sua própria natureza diferenciada de uma forma bem mais ampla e profunda através do “terceiro olho”.
São os capazes de previsões. Os chamados profetas. Os detentores de energias que promovem a cura física. Os que atuam no campo mental através de ondas de energias. Os antenados que captam vibrações, das mais sutis, que se originam  desde as manifestações mais baixas e destrutivas de energia quanto às de mais altas e construtivas formas de energia; que os levam ao profundo inferno em seus estados mentais quanto ao paradisíaco céu de suas percepções. Os que alçam voos extremamente altos e sublimes. São os “anjos” revestidos de humanos com suas missões de atuar na Terra em prol do progresso da ciência e da evolução da humanidade. Também se enquadram os “anjos decaídos” com seus poderes de destruição. Nesse grupo de seres especiais, dotados de capacidades especiais, estão os que se destacam pela genialidade. Destacam-se os grandes pensadores, os líderes religiosos, os gênios da arte e da ciência. Os portadores de conhecimento e sabedoria que estão além do comum e do perceptível pela maioria. Capacidade de liderança. São os que vêm imbuídos da missão de iluminar a humanidade e mostrar-lhes os caminhos do progresso em todos os campos onde se faça necessário um avanço mais significativo da evolução humana dentro de um plano estabelecido  no “tempo e no espaço do invisível” e que se faz presente e atuante dentro do “tempo e do espaço do visível”.
Concluindo: Há mais coisas sobre a loucura e a lucidez do que imagina a nossa vã Psiquiatria.