Aedo da Violência

Aqui estamos prezados leitores em mais uma coluna acerca da série os Vilões da Bíblia, falando acerca da sombria figura do senhor Lameque, uma fina ironia shakespeariana bem encaixada nesse contexto, e apesar de ser uma figura sombria conforme pensa Félix Guattari tem muito a nos dizer numa linguagem fria , mas tem uma pequena dimensão de sabedoria , uma real fagulha acesa disposta a revelar o que estava acontecendo.Nessa quinta coluna abordarei sobre o senhor Lameque como um aedo da violência.

E aedos em definição exata , são poetas ambulantes que andavam em palácios e cidades cantando suas odes aos heróis, e aos acontecimentos que mereciam uma extrema atenção ou uma boa dimensão de respeito em razão de muitos heróis mortos, o senhor Lameque ganha esses status mediante ele cantar sua própria experiência amarga com a violência existente em sua época.Essa experiência configurou um mundo instável e ao mesmo tempo com ausência de segurança nessa civilização nascente , e ele apenas trouxe á tona em duas linhas poéticas essas verdades para as gerações posteriores.

Diante dessa pequena descrição acerca do status que estava investido, ele se detêm em dizer que sofreu em mínimos detalhes esta violência. Na verdade o mundo antediluviano ainda não tinha ouvido alguém cantar na pequena cidade sua amarga experiência, esses fatos demonstram a capacidade da humanidade sinalizar seus mais duros atos em prol de uma defesa ou de uma morte. Ele quis sinalizar que a humanidade dava passos errados , conforme seu pensamento.

O aedo exaltou os perigos inevitáveis dessa escalada de violência que iriam surgir no horizonte, ele previa que a humanidade iria sofrer amargas dores advindas desse processo todo. Ele conseguiu enxergar que isso não ter um final exato como um pensar matemático como normalmente pensamos, o poeta tinha boa razão para pensar desta forma. Aí reside a ironia fina cervantina, a morte á espreita ele se reafirma em dizer que sobrevirá alguma forma de castigo.

Desta forma, a possibilidade em ver coisas exatas num extensa fumaça advinda de atos violentos , parece as tempestades de areia no deserto nada fica claro, tudo fica bem obscuro e embaçado nessa tempestade, e a humanidade caiu numa enorme tempestade sem volta sem sinais de clareza em meio a escuridão. A presença do castigo, imagino que ele sabia previamente que os perigos iriam claramente aparecer ao céu bem cinzento á sombra de nuvens carregadas.

Assim espelhar o futuro partir de dados mínimos em dois momentos poéticos , é semelhante empacotar um jornal com peixe , na verdade esse poeta teve uma voz oracular em direção aos caminhos que a humanidade estava tomando rumos inexatos e frios sem um sinal de um luz, esse rumo era escorregadio e perigoso.Mesmo como uma voz oracular, ninguém lhe ouviu ou prestou um pouco de atenção ao que falava o poeta. Esse tal aedo tinha toda razão em apontar o que poderia vir no futuro, ele previa que as luzes tardariam a chegar, e a culpa não seria da pessoa dele. A insistência daria tempo para a verdade existencial e potencial.

Variantes de um ponto de vista ou de um aviso, o aedo estava certo em seus ditos e adágios poéticos, a maneria de pensar foi uma novidade aos cidadãos de Enoque, ele optou pelo silêncio evocativo do seus eventuais ouvintes.O aedo via os desafios no horizonte que apontaram o famoso sinal vermelho para um possível aumento da violência, apesar de ser irônico como de costume, o aedo entendeu que tudo logo passaria na berma da estrada, a concepção dele somente era arriscada e perigosa , um mundo em crise existencial.

Isto, meu caro leitor dedico duas colunas a questão da veia poética , por já ter sido um poeta de voz oracular na adolescência. Entender o aedo era um desafio para quem nunca tinha ouvido um como os moradores de Enoque, um poeta ontem e hoje é um subversor, infelizmente o senhor Lameque não estaria sozinho em sua tarefa de transformar os acontecimentos em linhas poéticas , mas ele ainda conseguia ouvir os lamentos na cidade.

O aedo sabia de antemão que a realidade se confirmou com as tristezas da vida , esse apontamento poético seria uma afirmação exata da verdade ontológica dos fatos sucedidos.O fato do aedo saber aonde tudo isso iria parar desafiou a maneira de pensar no mundo de então, mas ele nada podia fazer para mudar esse quadro funesto que se desenhava no horizonte, o que podia fazer esses apenas relembrar que a violência sofrida lhe imputaria alguma forma de castigo ou retaliação.

Ler isso hoje é relembrar dos passos dados por aquele aedo nos tempos primordiais da humanidade , e o aedo previa que as coisas iriam apenas desandar ironicamente no mundo, Nesse ínterim,o desafio se mostrava num horizonte utópico , em que quanto se questionava menos respostas aparecia nesse mesmo horizonte. As fogueiras eram levantadas para afastar o frio noturno , mas o aedo repetia sua canção em prol de uma sociedade nascente mas ainda perdida.

E ao longe podia se ouvir esse ecoar essa cantiga de findar ao longe, muitos habitantes apenas questionavam tal fato ou música que se ouvia ao longe. Esse aedo olhava para as nuvens buscando alguma forma de conforto ou ajuda, olhar paras nuvens representava buscar alguma forma de socorro para uma humanidade em crise, ele se sentia inseguro mas tudo tem seu fim, e as respostas ainda não chegaram em um ambiente sombrio e frio.

Naturalmente esse aedo ao falar sua palavras oraculares as pessoas entendiam que as coisas tendiam a piorar gradualmente , e o aedo apenas inferia das atitudes alheias os risco de brigas e desentendimentos com facilidade comum a um homem que trabalhe com sentimentos e palavras oraculares, e pode enxergar com uma imensa profundidade os estilos de saber e entender o mundo e suas espaciais realidades.

Cada fio lírico solto de sua boca era uma verdade revelada acerca da humanidade e suas crises existenciais, sabia que tudo era possível acontecer nos mínimos detalhes.Ninguém pode apenas jogar palavras ao vento e saber onde o vento vai levar , ele tinha em mente que somente os erros poderiam ser corrigidos na mesma violência, era de fato uma aposta num possível futuro ou no amargo presente, essas evidências apenas davam uma garantia que os eventos da vida não seriam de fato fáceis ou imaginosamente legais como ele pensava.

Infelizmente, o senhor Lameque fez um enorme esforço em entender a vontade suprema dos eventos com uma vontade soberana em se revelar um oráculo da crise existencial nas pessoas e na sociedade inexata sofrível , com tamanho de um toque primordial e exato, e nada poderia entender nas brumas do tempo primordial da humanidade. Os efeitos estavam certos em acontecer em cada desafio de lidar com com a realidade bruta da violência ou o vilancete bem afinado dessa fissura do tempo.

A visão do aedo revelou-se exata e profunda com força fria, o senhor Lameque apenas apontou um um facho de luz num horizonte sombrio sinalizado pelo futuro.A leitura dessa realidade era um desafio bem frio ao ao antediluvianos e aos pensadores de nossa pós-Modernidade líquida onde grandes valores se derreteram exatamente como naquele tempo. O senhor Lameque ao dar todos esses apontamentos um fina ironia cervantina e shakespeariana, revelou um bom autor e que questionou as verdades reais, meu caro leitor, esse aedo ou poeta ao ter uma voz oracular despontava uma visão fria.Meu leitor, atendendo pedidos , esse senhor Lameque apresenta até o presente momento uma visão cínica e hedonista da vida e da humanidade que já enfrentava suas crises existenciais, espero que tenha entendido, e não se sinta ofendido com as visões que trouxe dele como uma pessoa normal cheia de defeitos e imperfeições.

JessePensador
Enviado por JessePensador em 18/08/2017
Código do texto: T6087910
Classificação de conteúdo: seguro