QUEM É DEUS?
Francisco de Paula Melo Aguiar
A pergunta: quem é “Deus”? tem como resposta o fato de ser uma palavra que tem origem no latim com o mesmo significado e/ou sentido. Portanto, palavra derivada de um radical sânscrito com a conotação da ideia e/ou significando luminosidade, luz que também aparece em outro vocábulo e/ou palavra derivada do mesmo radical: o dia como vocábulo oposto a noite.
Em Salmo 14:1, o homem ateu é chamado de “tolo”, diante da confusão que faz da existência de Deus, tudo porque a Bíblia Sagrada não tem como missão provar e/ou deixar de provar a existência real de Deus, haja vista a sua real existência desde o principio e ou inicio de tudo (GÊNESIS 1:1). É por isso que as Escrituras Sagradas revelam a natureza, o caráter e a própria obra da criação de Deus, o Grande Arquiteto do Universo que ainda não tem plagiador na humanidade. E não poderia deixar nunca de ser assim e assim continuará até a consumação dos tempos.
A história nos revela que na Antiguidade pré-cristã a inteligência grega atingiu a maior concepção e/ou conhecimento sobre o “Ser” e/ou “Deus”, segundo a reflexão do filósofo grego Aristóteles, nascido em Estagira em 384 a.C e falecido em Atenas em 322 a.C, com 62 anos de idade. O sábio Aristóteles foi aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande (RUSSEL; ALVES, 2004, p. 122).
Deus é na concepção de Aristóteles, o puro ato de existir por si só. Tal descoberta tesista aristotélica é uma realidade nua e crua sobre a existência do Supremo criador. Tudo porque cada coisa em si tem uma essência única, própria e limitada, de modo que a qual acontece em termos de existência num tempo e espaço determinado, como por exemplo: aquilo é uma árvore e/ou seja um vegetal com diversas características naturais e/ou essenciais e que está viva e nascida e/ou plantada em algum lugar, portanto, presente aos olhos humanos, o que significa algo que realmente existe e/ou tem existência. Já pensou o homem plantando e ou reflorestando todos os continentes terrestres que foram criados por Deus num piscar de olhos?
É de suma importância pensar sobre Deus corretamente, haja vista que ter uma falsa ideia sobre Ele representa isso um ato de idolatria, haja vista que Ele é monoteísta e não politeísta e muito menos panteísta. O homem ímpio é reprovado por Deus quando diz: “Você pensa que eu sou como você?” (SALMO 52:21). Assim é bom que se saiba que Deus é o único Ser Supremo, Criador, Dono e Regente de tudo que existe sobre o mundo envolvendo, céu, terra e mar. É o único Ser auto-existente, justo e perfeito em poder, glória e bondade.
Deus é a cima de tudo e todos um “Ser”, onde cuja essência não é isto e/ou aquilo, levando-se em consideração de que Ele é um “Ser” puro, auto-ativo, perfeito e é o ato de existir por si só, portanto, um “Ser” ilimitado e que se encontra acima do tempo e do espaço e jamais dependerá da vontade humana. É assim um “Ser” transcendente e que está presente em todo tempo e lugar, sem depender de nenhum outro ser maior e ou menor do que Ele para existir em todos os sentidos da palavra na concepção helênica.
A historicidade nos revela que o Cristianismo incorporou a concepção helênica a tradição cristã filosófica com facilidade a partir do momento em que descobriu que tal ideia não era algo estranho as origens epistemológicas contidas na Bíblia Sagrada, cujo texto já era conhecido pelo povo de Israel. E isso é compreensível quando Moisés indagou a Jeová para saber em nome de quem ele deveria apresentar-se ao povo, tendo como resposta: “Aquele que é, me manda a vós” (ÊXODO 3:14).
Por outro lado, vamos encontrar na tradição religiosa do Cristianismo, o próprio Deus, Jeová e/ou Javé (tudo vai depender da tradução bíblica para atender as diversas religiosidades envolvidas) se revelando na pessoa de seu único filho Jesus Cristo, como sendo amor, diante da afirmação: “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1JOÃO, 4:8). Portanto, o amor diante de tal afirmação revelada por Jeová e/ou Deus e/ou o Grande Arquiteto do Universo, é a linha e/ou base fundamental do modelo e/ou caminho e/ou paradigma e/ou matriz e/ou maneira segundo a qual é desenvolvida e/ou desenrolada a grande aventura cósmica da humanidade.
A natureza de Deus é verdadeira e inatingível diante de sua misericórdia. Ele é espírito intangível (JOÃO, 4:24). E até porque Deus é único, em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo (MATEUS, 3:16-17). É também um Ser infinito (1 TIMÓTEO, 1:17). É o Ser incomparável (2 SAMUEL 7:22), também imutável (MALAQUIAS 3:6), está presente em todos os lugares (SALMO, 139:7-12), tem conhecimento de tudo (MATEUS, 11:21) e é o único que tem todo poder e autoridade (EFÉSIOS, 1:21; APOCALIPSE 19:6).
Não temos menor dúvida que inicialmente Deus, Jeová, Javé, Gadu, dentre outros nomes dados, Ele é a plenitude do “Ser”, infinitamente bom, que comunica a glória de sua existência aos demais seres racionais e/ou homens livres, de bons e/ou maus costumes, perfeitos e/ou imperfeitos, religiosos e/ou profanos, que livremente fecham o circuito universal, convergindo assim para Deus, princípio e fim último, grande e supremo. Ressaltamos de que tudo é uma questão meramente humana a faculdade de escolher o caminho que leva ao dia e/ou à noite, diante de sua grandeza e luminosidade do Oriente que resplandece no Ocidente, envolvendo princípios de valores materiais e espirituais.
Vejam o caráter de Deus conforme a revelação bíblica, como por exemplo: Ele é justo (ATOS 17:31), é amoroso (EFÉSIOS, 2:4-5), dono da verdade (JOÃO 14:6), além de Santo (1 JOÃO 1:5). Por outro lado, Ele mostra compaixão (2 CORINTIOS 1:3), tem misericórdia (ROMANOS 9:15) e também tem graça (ROMANO 5:17). É o único juiz dos juízes que julga o pecado (SALMO 5:5), porém oferece in loco o perdão (SALMO 130:4).
A humanidade sempre teve e terá grandes gênios em termos científicos que mesmo nunca tendo trilhado e/ou se convertido a qualquer tipo de religiosidade, de maneira direta e ou indiretamente atingiram o “Ser Supremo”, embora por concepções e/ou contextualizações diferentes de movimentos e/ou religiosidades, porém nunca irredutíveis, dentre os quais, Einstein (1879-1955), diante do fato dele acreditar na existência da inteligência natural de Deus, através da manifestação da natureza por meio de qualquer homem dotado de razão. Já na revelação histórica, Deus é revelado e/ou manifestado através de um enviado Dele, cuja mensagem só pode ser aceita tendo como fundamentos básicos os argumentos insofismáveis históricos que comprovam diretamente sua credibilidade e autenticidade da missão profética divina, é por exemplo, o caso da vinda de Jesus Cristo, o enviado de Deus, segundo os ensinamentos da Bíblia Sagrada para os seguidores do Cristianismo.
E a obra de Deus é incalculável, tamanha é sua visão e concepção cósmica porque é Dele que tudo flui e flui com abundancia. Dentre suas obras passadas, presentes e futuras podemos destacar resumidamente: é o autor da criação do mundo (GÊNESIS, 1:1), também é o Grande Arquiteto do Universo e/ou do Mundo, pois, o sustenta ativamente (COLOSSENSES 1:17), também vive executando seu plano eterno (EFÉSIOS 1:11), haja vista que tem como meta a redenção do homem da maldição do pecado e bem assim da morte (GÁLATAS 3:13-14), tudo isso porque Ele é o garoto propaganda que faz atrair pessoas de todas as partes do mundo para Jesus Cristo (JOÃO 6:44), inclusive disciplina seus filhos (HEBREUS 12:6) e tem como missão final julgar o mundo (APOCALIPSE 20:11-15).
Não podemos compreender Deus longe de suas obras porque o que Deus faz fluir de quem Ele é. Aqui está uma lista resumida das obras de Deus, passadas, presentes e futuras: Deus criou o mundo (GÊNESES, 1:1; ISAIAS 42:5); Ele ativamente sustenta o mundo (COLOSSENSES 1:17); Ele está executando o Seu plano eterno (EFÉSIOS 1:11) que envolve a redenção do homem da maldição do pecado e da morte (GÁLATAS 3:13-14); Ele atrai as pessoas para Cristo (JOÃO 6:44); Ele disciplina os Seus filhos (HEBREUS 12:6) e Ele julgará o mundo (APOCALIPSE 20:11-15).
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Referencias
Almeida, João Ferreira. BÍBLIA SAGRADA. Brasília/DF: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.
ÁVILA, Fernando Bastos de. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. 2 ed.,Rio de Janeiro: MEC/FENAME, 1976.
RUSSEL, Bertrand; ALVES, Laura. História do Pensamento Ocidental. São Paulo: Ediouro Publicações, 2004, 510p.