O QUE É FELICIDADE?

"Uauuu, passei em primeiro lugar no curso de medicina em uma das melhores universidades públicas do país. Como estou feliz por isso". "Vivaaa, comprei o carro e a casa que eu tanto sonhava. Hoje me considero uma pessoa feliz e realizada". Estes são alguns dentre muitos outros exemplos que temos quando o assunto é felicidade. Passar em um vestibular concorrido, comprar uma nova casa, viajar para a Disney, emagrecer, casar com fulano (a), arrumar o emprego X, isso e aquilo, são desejos modernos que aprendemos desde cedo a chamar de felicidade. E, não sejamos hipócritas: ter tudo isso de fato é muito bom. No entanto, será que felicidade é tão somente a conquista de bens materiais? Ou então a ausência de problemas relacionais, como por exemplo: ter bons filhos e ótimas relações conjugais? Indo um pouco além e, em tempos de extremo narcisismo, quem sabe então um corpo sarado capaz de causar inveja em qualquer malhado? Bem, manuais não faltam em “nossas prateleiras com propostas de felicidade” para responder tais questões. Religiosos, espiritualistas, profissionais de marketing e publicidade, gurus de autoajuda e outros inundam nossas vidas com técnicas de como ganhar isso, como ser aquilo, como tomar posse daquilo outro e assim por diante, reduzindo a vida em meros desejos e vontades. Novamente deve-se reiterar que não há mal nenhum em ter bens materiais, status profissionais e excelentes relações interpessoais, aliás, mal mesmo é não ter nada disso. Só que felicidade, a meu ver, é bem mais um caminhar consciente e responsável pela vida do que meras e legítimas conquistas. Ela não é um destino que se chega e pronto. Até porque que destino final seria este? Não existe um estado humano e permanente aonde se chega e lá permanece feliz para sempre. Isso é ilusão. A vida é cheia de alterações e percalços em que hoje estamos sorrindo e amanhã chorando, tristes e depois alegres, empregados e desempregados, saudáveis e lamentavelmente enfermos, etc. Por isso, esta tal felicidade anunciada mundo a fora (em especial entre nós ocidentais) é ilusória para não dizer alienante. Talvez a melhor proposta fosse uma vida com significado ao invés de feliz. Viver com significado significa valorizar e aproveitar o momento que se está, quer dizer, dar valor as coisas mais simples e “insignificantes”. É o sorvete com os filhos, a brincadeira com o cônjuge, o churrasco no fim de semana com os amigos, o passeio no parque, à leitura de um bom livro, o conselho na hora da angustia, o abraço amigo na solidão, o vinho na lareira com o irmão, a luta pela justiça e, muito mais. Por isso, desista de uma vez por todas em querer ter uma vida feliz e, se esforce para ter uma vida com significado. Pode ter certeza que você será bem mais feliz...

Danilo D
Enviado por Danilo D em 15/06/2017
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