AS PREFERÊNCIAS DAS MULHERES MODERNAS

AS PREFERÊNCIAS DAS MULHERES MODERNAS

Meu pai costumava brincar dizendo que “mulher é um bicho complicado”, e olhando os fatos e a história não deixo de lhe dar razão. Antes, há trinta, quarenta anos atrás elas sonhavam com o “príncipe encantado”, um efebo imberbe que vinha trotando num garboso cavalo branco. O sonho do “foram felizes para sempre” caiu de moda. Hoje há uma consciência mais pragmática que diz que casar não é viver felizes para sempre – isso é coisa de conto de fadas – mas saber como enfrentar a vida juntos pela vida toda, aproveitando momentos esparsos de ventura. Este é o quadro da felicidade.

As preferências femininas mudaram o foco. A maioria prefere o “só, que mal acompanhada”, rejeitando aquele desespero primevo de arranjar um par a qualquer preço. A mulher hoje é mais seletiva, longe do “o que cai na rede é peixe”. É comum se ver na noite, na praia, no shopping mulheres, numa faixa média de trinta anos, em grupos, digitando furiosamente seus smartphones, vestidas com apuro, rescendendo a perfume importado, com olhos de predador e objetivos bem definidos. Elas, preliminarmente, querem saber onde o cara trabalha, o curso em que se formou e a marca do carro que tem. Se for reprovado em um desses itens o papo não prossegue. Aquela história do cara bonito, alto, olhos verdes não voga mais. Elas buscam coisas mais objetivas. Pode ser feio, desde que rico. Alguém já disse, com muita propriedade, que quem gosta de homem é v. (homossexual); mulher gosta é de dinheiro.

Liberadas, as mulheres de hoje são bem mais ambiciosas. Incorporando três verbos novos a seus vocabulários: empoderamento, resiliência e empreendedorismo, para caracterizar sua norma geral de ação, elas romperam certos paradigmas antigos, passando de caça a caçadoras, indo com seu carro ao motel e, em muitos casos, pagando a conta com seu cartão de crédito. A mulher moderna prefere se apresentar como “empresária” ou empreendedora, mesmo que seja de uma lojinha de material esportivo que abre hoje e fecha em três meses, do que ser assalariada em qualquer atividade mais prosaica. O empoderamente está levando as mulheres a estruturas de poder nunca sonhadas, como magistradas, promotoras, diretoras, etc. Em nome da liberdade e de uma possibilidade imediata de escape, ela não admite ser sustentada pelo parceiro. Ela pode até bancar o cara por algum tempo, mas jamais ser “manteúda” dele. O cara pode ser rico, mas ela quer ser economicamente independente.

Há uma exceção aí. Mesmo que o cara não seja rico, jovem ou bonito, há um tipo que fascina o mulherio: o intelectual... elas se atiram quando o cara fala bem, tem boa conversa, profere palavras sensatas, fala olhando nos olhos, faz bons discursos em palestras, aulas, conferências ou coisas do gênero.

Esta é, de um modo geral, um retrato das preferências de, pelo menos, algumas mulheres de nosso tempo.