Frankenstein, ou o Prometeu Moderno


Gosto muito de escrever resenhas de livros que recebo de presente, mas dessa vez foi diferente. Ao passar por uma livraria de minha cidade, deparei-me com um exemplar curioso: "Frankenstein, ou o Prometeu Moderno", da editora DarkSide Books.

Acompanho essa editora desde seu surgimento, quando ainda era um simples site em fase de desenvolvimento. O profissionalismo dado à edição de seus livros dispensa comentários. E nesta obra de Mary Shelley não poderia deixar de ser o mesmo. Da capa à diagramação, da forma apaixonada como essa editora edita seus livros à qualidade primorosa do acabamento final, o livro repete a mesma fórmula dos demais já lançados pela editora.

Eu já tinha lido o romance, mas não resisti quando vi aquele livro fantástico na vitrine da livraria. Comprei.

Frankenstein, de Mary Shelley, é um dos maiores clássicos da literatura de terror e de ficção científica. Escrito no século XIX, o romance da escritora britânica Mary Shelley, conta a história de como o cientista Victor Frankenstein constrói um monstro em seu laboratório, a partir de partes de diversos cadáveres. Esse terror de arrepiar a espinha é até hoje influência para a literatura ocidental, tanto de horror quanto de ficção científica.

Trata-se do relato de uma ciência maldita, que confere poder a quem a pratica, aplicando suas descobertas no mundo real. Porém, analisando o lado do monstro que, depois de escapar do laboratório, iniciando uma jornada violenta de assassinatos e desordens, percebemos que ele também tinha potencial para o bem: ansiava por amizade e amor e ajudou uma pobre família que passava fome.

Em parte, fico sempre com a impressão de que trata-se de uma falta de responsabilidade do cientista Victor Frankenstein. De acordo com o romance, o cientista queria “derramar uma torrente de luz em nosso mundo escuro”, mas renuncia a toda a responsabilidade moral sobre sua criação, abandonando seu "monstro". Sentindo até mesmo uma certa esperança de que iria esquecer sua "abominável criação".

Em tese, essa é a crença que temos de todo cientista: melhorar o mundo com sua ciência. Mas não levamos em consideração que essa crença de melhorar o mundo é algo tão antigo quanto a própria ciência. Criar a imortalidade com base na tecnologia tem origem na antiga busca da alquimia, cuja pedra filosofal, acredita-se, dava a imortalidade aos alquimistas.

Ao ler esse livro, percebemos que nossa humanidade precisa andar de mãos dadas com a ciência. A ciência não apresenta significados definitivos quanto à questão do que é ser algo melhor, já que não pode nos dizer o que isso significa. E, principalmente, não determina aquilo que devemos ser. Nós, humanos, criamos a ciência, e demos a ela seu significado e propósito. Portanto, para toda escolha que fazemos, devemos ter um comportamento ético e, principalmente, responsabilidade. 
Sr Arcano
Enviado por Sr Arcano em 17/03/2017
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