A verdade sobre a II Guerra Mundial

A VERDADE SOBRE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Miguel Carqueija



É desolador saber que existem pessoas acreditando ter sido a Rússia comunista e seu líder Stalin, heróis da II Guerra ao enfrentarem Hitler e o nazismo. Quem pensa assim esquece que o comunismo é tão ruim quanto o nazismo e na prática matou mais gente, pois durou mais tempo. Vamos tentar reconstituir os fatos básicos sobre o que realmente aconteceu naqueles anos terríveis.
O conflito de fato já havia iniciado na Ásia, com a invasão da China pelo Japão. Em 1937 houve a terrível batalha de Nanquim, retratada no belíssimo filme “Flores do Oriente”. Na Europa começou em setembro de 1939, quando a Polônia foi atacada por Hitler.
Pois bem: naquela época havia o Pacto Germano-Soviético. Hitler e Stalin eram aliados, existe até um filme raro (mas que eu vi certa vez na televisão) mostrando os dois trocando um brinde. Aliás, sei que houve até intercâmbio cultural em decorrência do pacto. Ora bem, a ditadura de Stalin foi uma das piores da História, dezenas de milhões de pessoas (principalmente camponeses) perderam a vida, um sem-número de cidadãos sofreu perseguições, torturas, prisões arbitrárias e execuções. Isso incluiu os próprios comunistas, pois expurgos terríveis vitimaram inúmeros membros do Partido Comunista. O próprio Trotsky, um dos fundadores do Soviet, teve de fugir do país e acabou sendo assassinado no México, já durante a II Guerra, a golpe de furador de gelo.
Por aí se vê que os dois monstros (Hitler e Stalin) bem que se mereciam.
Quando a Alemanha invadiu a Polônia, em 1° de setembro de 1939, imediatamente os governos da Inglaterra e da França declararam guerra ao III Reich. Muita gente hoje não sabe, mas os poloneses resistiram heroicamente e a capital, Varsóvia, não caiu num primeiro momento. Na verdade, espantosamente, as forças nazistas até recuaram diante da fuzilaria dos poloneses! E quando o prefeito de Varsóvia resolveu ir embora, um dos seus auxiliares lhe disse qualquer coisa assim (cito de memória o noticiário da época): “Não se preocupe, senhor Prefeito, pois mesmo que a cidade desabe sobre nossas cabeças, nós a defenderemos.”
A Alemanha havia invadido pelo oeste. Mas nesse ponto a Rússia invadiu pelo leste, de surpresa; esprimida por duas superpotências, a Polônia sucumbiu. E curiosamente, desta vez ninguém se lembrou de declarar guerra à Rússia! E ela não se limitou a Polônia, atacou a Finlândia também, onde esbarrou com séria resistência.
Percebemos que desde o início existia oculta conivência ou leniência ao comunismo, da parte das potências ocidentais.
A guerra foi evoluindo. Em 7 de dezembro de 1941 os japoneses atacaram Pearl Harbor e trouxeram os Estados Unidos para a dança. Os americanos trataram de fundir as duas conflagrações, a da Ásia e a da Europa. Aí Hitler, já derrotado na famosa Batalha da Inglaterra, cometeu a grande loucura de atacar a Rússia, abrindo uma nova e temerária frente. No entanto, numa primeira hora, os nazistas acumularam êxitos e chegaram até as portas de Moscou e de Stalingrado. Os russos não estavam preparados para enfrentar o poderoso exército nazi. Diz-se que Stalin (cognominado o “Homem de Ferro”) ficou desesperado, chegando a admitir que iriam perder tudo o que Lenin construíra. E vejam bem, custou à beça para deter os alemães, até 1943 eles ainda obtinham alguns triunfos.
É lamentável constatar que Churchill, logo no início, correu a se pronunciar e, desprezando as diferenças ideológicas, pôs-se a lamentar o sofrimento do povo russo pego de roldão, as crianças inclusive. Mas, por que ele não vira a mesma coisa nas vítimas dos avanços soviéticos na Polônia e outros locais? O fato é que o Ocidente dito cristão, sem deixar de combater o nazismo não poderia ter socorrido Stalin. Ora essa, deixassem as duas bestas apocalípticas se estraçalharem mutuamente. A grande verdade é que Churchill e Roosevelt traíram a civilização cristã. O que eles fizeram, por assim dizer, foi um pacto com o demônio para derrotar o diabo. O nome disso é contra-senso (para não dizer coisa pior).
Mas enfim, o que derrotou os nazistas foi o mesmo fator que causou a derrocada de Napoleão no século XIX: o General Inverno. Hitler chegou a se queixar, como lembra Marques da Cruz em “Profecias de Nostradamus”: Napoleão pegou 20 graus abaixo de zero, o Fuehrer pegou 40... e se os exércitos napoleônicos dispunham de cavalos e os nazistas, com veículos motorizados, estavam bem mais equipados, isso não adiantou: num frio tal a gasolina congela.
As verdadeiras intenções de Stalin ficaram claras ao final do conflito: o nazismo perdeu a guerra mas quem ganhou não foi a democracia: foi o comunismo. Mais da metade da Europa (tendo em vista o enorme tamanho da Rússia) ficou sob domínio bolchevista, uma tirania terrível, que persegue a religião, proíbe a dissidência, estabelece o partido único e férreo; prende arbitrariamente, aterroriza, mata, tortura, age até sobre a liberdade de consciência. Acaba voltando contra si própria: numa dessas reviravoltas, em 1953, Stalin morreu misteriosamente, ao que parece assassinado pelos seus pares numa das reuniões do Soviet.
Enquanto isso, o mapa da Europa oriental ficou assim: uma parte, a URRS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, ou União Soviética) com a Rússia e um grande número de nações escravizadas, como Estônia, Letônia, Lituânia, Ucrânia, Armênia e outras, inclusive na Ásia; outra parte, a Cortina de Ferro, com países teoricamente independentes mas na prática satélites do Kremlin: Polônia, Alemanha Oriental, Bulgária etc.
Uma triste situação que durou até a chegada do grande Papa João Paulo II.


Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 2017.




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