FERIDAS E CICATRIZES

Estamos tão acostumados com determinadas ocorrências, em nossas vidas que, de tanto se repetirem acabam por passar despercebidas. Em razão dos estímulos do mundo exterior, parecemos viver mergulhados num estado de anestesia permanente, ficando as nossas atenções, voltadas para os apelos dos nossos sentidos ou aos chamamentos das nossas cambiantes emoções.

Enquanto isso, ninguém se dá conta dos fantásticos rituais que se desencadeiam, em nós mesmos, quando, por algum motivo, sofremos algum ferimento.

Ferida é qualquer ruptura da superfície externa ou interna do corpo, que provoca separação de tecidos e é causada por uma força ou agente lesivo externo. As feridas implicam em riscos, que incluem a possibilidade de ruptura de vasos sanguíneos, provocando hemorragia e a penetração de bactérias ou material estranho que poderão dar origem a infecções.

De início, o impacto resultante de alguma contusão, corte ou perfuração, atuando em nosso cérebro, desencadeia, além do mecanismo da dor, emoções que podem variar do medo ao pavor, com lágrimas, imprecações ou, até mesmo, com desfalecimento diante do sangue e da visão trágica, dos próprios tecidos expostos em carne viva.

Passado o primeiro impacto e atenuada a dor, com a devida medicação e proteção da área, nos postamos numa espera despreocupada aguardando a cicatrização do ferimento. Mas é, exatamente nesse momento, que se iniciam, sem que percebamos, fantásticos processos internos alheios às nossas consciências e também fora do nosso comando.

Sem que percebamos, ao constatar que, em algum ponto do nosso corpo físico, algo saiu do modelo original desenhado para o seu perfeito funcionamento, nosso cérebro emite um sinal para que se dê partida no processo adequado à necessária reconstituição dos tecidos lesados, ou seja, a cura.

Que fenômenos, exatamente, acontecem, dentro de nós, para que essa maravilhosa operação se processe? Qual é o fator determinante para que as células destruídas sejam recompostas ou substituídas a partir do momento da contusão?

Tudo leva a acreditar que no meio de algumas centenas de bilhões de átomos, alguns e só alguns, especificamente, tomem a iniciativa de se combinarem, dando início ao trabalho de reconstituição daquelas células danificadas.

A intuição aponta para a possibilidade de que “os átomos sejam dotados de alguma forma de inteligência ou de memória”, atuando como determinantes da ação reconstrutora.

Em conseqüência, já podemos ir mais longe, intuindo a hipótese de que esses átomos saibam que estão disponíveis para obedecer a um plano que foi adredemente elaborado para justificar as suas existências. Em outras palavras, podemos admitir que esses componentes microcósmicos, estejam programados para a função específica, de atender à reconstrução de um tipo específico de células, nesse caso as do tecido lesado, função essa, da qual não poderiam se afastar.

Se os átomos possuem inteligência, ou memória, é possível que incorporem alguma espécie de consciência, para que venham a obedecer o estímulo cerebral e desfechar a ação correspondente.

Considerando que entre os átomos comprometidos com o processo não haja reações negativas à execução da tarefa é também possível imaginarmos que essas partículas da energia, além de serem portadoras de memória, sejam desprovidas do livre-arbítrio ou de vontade, pois cumprem exatamente a missão para a qual foram programadas, a partir do momento em que recebem o comando para a ação.

Já que o assunto abordado concluiu seu objetivo, o de colocar o leitor diante dessa impressionante possibilidade, estimulando-o a dedicar alguma parte de seu tempo para refletir sobre esse tema palpitante, resta-nos avançar sobre o entendimento de que assim como existe um plano ao qual os átomos são submetidos, igualmente, existem, também, planos a serem cumpridos por outras formas de vida no Universo, onde se incluem os seres humanos.

Considerando que os seres humanos, ao contrário dos seres do mundo mineral, vegetal e animal, além de serem dotados de consciência são, também, possuidores do livre-arbítrio e, por conseguinte, de vontade, resta saber se estamos cientes de quais são as nossas tarefas diante do Plano elaborado para cada um de nós, individualmente, e para a Humanidade, de modo geral.

Para começarmos o caminho que nos leva a tais respostas, precisamos nos lembrar da célebre frase do Oráculo de Delfos: “Homem! Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os mistérios dos deuses" e, a partir daí, buscarmos os fundamentos que nos auxiliem a responder, para nós mesmos, as seguintes perguntas: “Quem sou eu? O que faço aqui? De onde venho? Para onde vou?

Afinal, o Homem pode não ser exatamente, aquilo que pensa ser.

Amelius

(O presente texto foi escrito já há algum tempo e, como dito, no início, teve auxilio da intuição. Hoje, o assunto já é explicado em termos da “Biologia Quântica” e pode ser melhor apreciado no livro “A Biologia da Crença”, de Bruce H. Lipton, Ed. Butterfly.

Amelius
Enviado por Amelius em 10/10/2016
Reeditado em 02/05/2022
Código do texto: T5787467
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