DESARMAMENTO

 

Senhores parlamentares, o projeto de lei sobre o desarmamento da população constitui-se num patético engodo. O referendo, onde será aprovado o sim ou o não à venda das armas de fogo, é um verdadeiro desperdício do dinheiro público. Nossa sociedade vive acuada sob o domínio do medo. É notório, na vitrine dos noticiários, que somente ladrões, bandidos e assassinos possam empunhar armas brancas e de fogo, tirando-nos a vida por qualquer banalidade. E, os senhores querem privar-nos dos nossos direitos de defesa? Questiono: os senhores podem usar armas para vossa defesa e de seus? Vossa lei vos ampara para tal feito? Se algum bandido sanguinário invadir minha residência, que é uma verdadeira prisão, e eu for atacado, o que devo fazer? Me calar? Aceitar tudo até as piores barbaridades? Morrer pela honra ou pelas mazelas e conchavos dos senhores? Quem vai me defender? O Estado? O Município? Segurança privada? Ou meus cachorros? Na lembrança desse poema que muitos atribuem ao poeta russo Vladimir Maiakovski (1893 -1930), fervoroso militante Bolchevique, mas seu verdadeiro autor é o carioca Eduardo Alves da Costa, que o publicou pela primeira vez em 1968, ano clímax da repressão em nosso País, que diz: "[...]  Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim e não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e,  conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta [...]” E porque não dizemos nada, e já não podemos mais dizer nada. Sociedade insegura: a sorte está lançada. Que Deus nos abençoe!.

 

Publicado nos seguintes Jornais:

Jornal do Comercio- Porto Alegre ( RS )    — 22/08/2005
Jornal Folha Guaibense - Guaíba (RS)      — 08/09/2005
Jornal Correio de Eldorado -        (RS)       — 12/09/2005
Jornal Correio de Noticias ( Eldorado do Sul (Rs )22/09/2005
Jornal Novo Tempo - Barra do Ribeiro (RS)    15/09/2005
 

Buenas amigos, finalizando, gostaria de concluir que este artigo também foi enviado para centenas de amigos, e que, no final das contas, o resultado do plebiscito foi em torno de 85% a favor do “não”.

 

Um BAITA abraço flor de especial e voltaremos...