OS MALEFÍCIOS DA MODERNIDADE VERSUS ZONA FRANCA

A evolução tecnológica é uma tendência mundial e hoje vemos, materializar-se à frente de nossos olhos, instrumentos e equipamentos que, há algumas décadas atrás, eram puras fantasias, objetos de nossa imaginação, como as viagens interplanetárias, as armas de raios laser, os veículos – automóveis e aviões supermodernos – e tantas outras coisas que víamos nos Gibís da época, que alimentavam nossos sonhos em nossa juventude e nos conduziam aos dias de hoje – o futuro de nosso presente de outrora... como se vivendo um sonho ao invés de uma realidade.
Essa transformação foi iniciada na segunda grande guerra – nos idos de 1940 – quando as nações se uniram para combater Hitler que pretendia dominar o mundo e transformar a Alemanha no centro do Poder Mundial através da tentativa de domínio da raça ariana – eliminando milhões de judeus e todos aqueles que tentassem conter sua sanha assassina. Assim deu-se início a era atômica com a transformação de fábricas dos mais diversos segmentos, para desenvolvimento de armas e artefatos bélicos de alto poder destrutivo e de diversificações tecnológicas como a eletrônica, da comunicação via satélites e das modernidades atuais afastando temporariamente o risco de vermos nossos países subjugados por ditadores – defensores de regimes autoritários que ainda teimam em se manter no poder em alguns poucos países, tentando reascender arcaicas políticas ligadas a regimes socialistas decadentes que pretendem afastar-nos de nossas raízes democráticas. E no meio de tanta tecnologia surgiu na década de setenta o Modelo Zona Franca de Manaus com a implantação de vários segmentos industriais de ponta em nossa cidade, com base na atratividade dos produtos japoneses, pioneiros no incremento e desenvolvimento tecnológico da eletroeletrônica, encantando a todos que ainda se mantinham distantes do uso de modernos eletro-domésticos objetos da sede de consumo de toda a população brasileira.
Instalaram-se aqui fábricas do polo relojoeiro (com mostradores digitais e a bateria), de motocicletas, eletro-eletrônicos com televisores e os famosos vídeos K7 que revolucionaram o mercado consumidor, do polo de Lentes Oftálmicas e Óculos, de máquinas calculadoras – de micro-ondas, de canetas esferográficas e tantos outros produtos, cumprindo sua missão de desenvolvimento sustentável de evitar a interiorização e manter o Estado com baixos índices de desmatamento de nossa floresta amazônica. Para dar sustentabilidade à Zona Franca de Manaus foram criados incentivos de redução de tributos municipais, estaduais e federais para permitir equilíbrio com os altos custos dos fretes decorrentes da distância entre os fornecedores internacionais e clientes instalados em outros estados da federação.
Para viabilizar o incremento e manutenção de mão de obra das indústrias aqui instaladas foi criado pela Suframa o PPB – processo produtivo básico, determinando um mínimo de operações de manufatura básica necessários a cada produto e desta maneira criou-se estímulo a instalação de industrias do polo de componentes – especificamente papel e papelão com fabricação de caixas de papelão ondulado, Isopor – calços para uso nas embalagens, injeção plástica – para fabricação dos gabinetes dos produtos, plásticos e derivados, estamparias e metalúrgico - para componentes metálicos, todas essas fábricas consideradas como commodities com produtos de baixo preço, alto volume de investimentos e grande necessidade de escala de produção para viabilização de seus processos produtivos e lucratividade. E agora, a própria evolução tecnológica, com tendenciais mundiais de racionalização de matérias primas empregadas nesses produtos vem comprometer o equilíbrio de manufatura do distrito industrial por falta de escala de produção e custos extremamente mais baixos desses produtos fabricados na Ásia, ameaçando o futuro das indústrias destes segmentos aqui instaladas. Suframa, Governo do Estado e nossas instituições precisam repensar o futuro e agir rápido. O recado está dado! A prorrogação dos cinquenta anos sozinha não garante o modelo.
Urias Sérgio de Freitas.