FÉ E SINTONIA

A evolução tecnológica, nos últimos anos, deu um salto ciclópico. A telefonia móvel tem criado aparelhos celulares com recursos variados. Nunca se teve tanto acesso a tantas informações, como hoje acontece. Os aviões, automóveis, computadores e televisores mudam de modelo e de configurações aceleradamente.

Mesmo com tudo isso e com a utilização de aparelhos sofisticados, nossos cientistas e estudiosos não acabam com os problemas que assolam a humanidade, tais quais a fome, a violência, as desigualdades, a corrupção e as doenças, e situações como essas exercem uma forte influência sobre as pessoas, deixando-as desacreditadas de uma melhoria no contexto humano, incrédulas no bem diante de tudo isso.

É preciso reagir, não se intimidar. Tenhamos a pretensão de mudar o mundo e proponhamos a fazer algo.

Faça uma oração, uma prece.

Cante uma canção de amor.

Envie um e-mail, uma mensagem pelo celular, uma carta pelos Correios, uma visita amiga, um pensamento benéfico, mas reaja e faça alguma coisa.

As notícias degradantes que chegam até nós de diversas formas são tramas de grandes inteligências, encarnadas e desencarnadas, que pretendem contaminar as pessoas com o vírus do desânimo e do pessimismo, tirando de nós a vontade de caminhar rumo ao nosso aprimoramento. Canções, filmes, novelas, sites deturpadores de esmerado valores são sugestionados por seres invisíveis aos nossos olhos, mas que estão em nossa volta, perto de nós, dentro de nosso espaço, influenciando-nos constantemente. Muitos deles, saudosos de suas terras natais, já que não podem voltar à elas, pois não acompanharam a evolução de suas moradas, ou por estarem numa situação de revolta e infelicidade, fazem o mesmo à nós. Por serem infelizes querem nos ver assim, também. Não podemos ficar a mercê dessa sedução.

Quando se fala em influência espiritual, dá-se a impressão de que os espíritos voltados para o mal fazem conosco o que querem, mas não é assim. Na realidade, eles fazem a nós o que queremos. Eles se aproveitam de nossa emanação fluídica conspurcada, em forma de pensamentos, pensamentos esses que captam o que temos em nosso campo sentimental, e multiplicam essa carga para nos envolver em um emaranhado trevoso. Comandados por células flamejantes de orgulho, mágoa e revolta aguardam apenas por um toque divino em suas feridas, e nós podemos ser os intermediários dessa ação. O medicamento para nos livrarmos dessas contaminações é, antes de tudo, nos libertarmos da ociosidade, porque mente e tempo vazios são oficinas de trabalho e morada de várias entidades perdidas nas cavernas obscuras da ignorância. A intenção da mudança de comportamento é fazer com que brote em nós, e neles, os bons sentimentos. A repercussão ocorrerá, pode acreditar.

Tudo o que pensamos, planejamos, falamos e fazemos reflete de alguma forma. Por que, então, pensar e falar de guerra, da vida alheia, gritar, se irritar? A vida terrena é tão breve para ficarmos perdendo tempo com coisas fúteis e nos desgastando. Guardemos em nossas lembranças os dizeres de sabedoria que ouvimos desde pequeninos como “as pessoas boas sempre vencem”, “ o bem sempre vai vencer”, “temos o que merecemos”.

Proferir palavras edificantes, deixando de lado as palavras de vibrações negativas e crermos na Justiça Divina, empenhando-nos nas atividades voltadas ao bem é dar início a uma caminhada que nos conduzirá ao topo de uma montanha, de onde veremos as maravilhas da vida e estaremos inacessíveis ao mal. Confiemos em Deus, em todos os momentos, pois as boas inspirações manifestarão. Ao nos depararmos com os problemas, dificuldades e dores diversas, nos sentimos sem saída e meio que perdidos, e são nestas horas que precisamos ter fé e confiar, que no momento certo a ajuda virá.

Francisco Xavier Pereira, jornalista, radialista e fundador da Rádio Educadora AM e FM na cidade que hoje resido, Ubá, Minas Gerais, em um de seus programas denominado de o Momento do Ângelus, no qual ele aborda as questões religiosas de uma forma bem ecumênica, citou uma frase de Santo Agostinho que ressalta o que é ter fé: “Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus escreva o resto.”

Que sábia colocação, hein?

Confiar em Deus não é tão simples como nos parecia. Nas dificuldades do caminho, nos momentos de tristeza, achamos que o Pai nos abandonou; nos sentimos desprotegidos e tudo parece ruir. Mas devemos nos erguer. Nós não estamos sozinhos. Deus, Jesus, e todos os trabalhadores do Alto estão trabalhando constantemente em nosso favor. Esses momentos de fraqueza ocorrem para buscarmos força dentro de nós e crescermos, aprendendo a, futuramente, caminhar sozinhos. Tragamos em nossas mentes a seguinte frase: Deus me ama e jamais me abandonará. Assinemos a folha e deixe que Ele escreva em nosso caminho.

Ficando em nosso centro crístico, estaremos envolvidos e protegidos por um campo de benigno valor energético e nos livraremos daquela redoma, onde o gigante monstro insalutífero do pessimismo não nos alcançará.

A espiritualidade corresponderá à nossa fé, desde que tenhamos coragem para irmos à luta, mesmo sem recursos visíveis para isso. Entreguemos nossas preocupações nas mãos de Deus e confiemos, na certeza de que não há escuridão que resista aos raios de sol de um lindo amanhecer.