DIVÓRCIO. UM LUTO A SER ENFRENTADO. COMO LIDAR COM ESTA FASE?

Sempre atenta ao comportamento humano, estou estudando, no momento, as etapas que comprometem o ser humano no que tange ao luto do divórcio. Sim, chamo LUTO, pois há uma perda. No divórcio sempre há alguém que se vai e alguém que fica.

No entanto, este luto é mais doloroso, pois a pessoa que ficou, não entende direito o que aconteceu, se questiona acerca dos fatos que desaguaram num doloroso divórcio com perguntas, tipo: Onde foi que eu errei? Onde começou a minguar nossa relação? O que eu deveria/poderia ter feito e falhei? Como ele(a) pôde me abandonar? Eu não merecia isto! Ah, que vontade de morrer...

E assim, inicia-se o ciclo do luto do divórcio.

A outra parte, por sua vez, está noutra esfera, colhendo os remendos existenciais, tentando à duras penas refazer sua vida, lutando dia e noite para esquecer tudo o que vivenciou nos anos passados ao lado do finado vivo (paradoxal, não?) e aí a coisa complica.

O resultado disto é mais uma família destruída, tendo, por consequência, filhos com problemas emocionais que desenvolverão em certo estágio da vida e duas pessoas sofrendo concomitantemente. Já imaginou que situação?

Por mais que tentem demonstrar ao mundo, à sociedade e amigos que está tudo bem, é notório que nada está bem, poxa!

Fico indignada, vez que percebo nitidamente que as pessoas entraram nesse círculo vicioso de utilizarem máscaras e sentem-se compelidas ao uso imediato do inevitável acessório, quando, na realidade, deveriam se cuidar, falar sobre o assunto com os mais íntimos, buscar ajuda psicológica, tomar uma medicação por determinado tempo, colocar tudo pra fora, permitir-se, desabafar...

À título de ilustração, gosto de narrar certa estorinha que ouvi numa pregação evangelística, relatando, de forma sábia e pertinente que quando duas pessoas se casam, há, hipoteticamente, a colagem de duas folhas de papel em branco. Elas são coladas uma na outra e assim ficam por um determinado tempo.

Daí, as pessoas, por motivos mais variados possíveis, decidem se divorciar. Ora, aquelas duas folhas precisam ser descoladas, entendem? Como fazer?

Eu mesma fiz a experiência em casa e constatei que, por mais habilidosa que procurei ser, o simples ato de tentar desgrudar as folhas, findou por deixar vários pedaços de uma na outra.

Divaguei em pensamentos, me entristeci e percebi a grandiosidade de se evitar um divórcio, pois é algo doloroso demais, uma vez que ficam pedaços de uma pessoa na outra.

Divórcio não é um ideal, um preceito bíblico, Deus nos criou para que sejamos uma pessoa complementando outra. Duas pessoas bem diferentes, mas com visão única e com um amor tão grande que nos faz abrir mão de diversos desejos pessoais para ver prevalecer o desejo do nosso amado.

Amor, verdadeiro amor nos remete à respeitar o cônjuge em sua presença e sua ausência, faz com que sejamos fiéis e leais em todos os momentos, faz com que, mesmo à contragosto, abramos mão das nossas vontades em detrimento do bem estar do outro. Requer, acima de tudo, resignação, obediência, calmaria, bom humor.

Calma lá: Não estou falando em uma pessoa se anular em detrimento da prevalência da "autoridade" do outro. Não é isto! É saber que se ama tanto, que abrir mão de certos caprichos nossos para satisfazer nosso amado, é algo sublime e até divino.

O que temos visto hoje é uma leva de pessoas que se dizem "resolvidas" e que estão sozinhas, nadando em dinheiro, realizadas profissionalmente, mas sem um cheiro no cangote (termo genuinamente pernambucano) durante o dia, sem um ombro para reclinar a cabeça e sem uma perna emaranhada na sua durante a noite, sem um cúmplice para abrir o coração.

Sou sim uma mulher altamente bem resolvida, mas totalmente adepta de uma relação saudável em que eu não precise nunca, jamais competir nem tentar prevalecer sobre meu parceiro, meu cônjuge, meu companheiro, afinal somos um.

É maravilhoso amar e ser amada e um casamento saudável traz consequências salutares em todas as outras esferas da vida.

Não destrua seu casamento por meros caprichos. Ceder faz bem.

Vencer em todas as ocasiões, nem sempre é a melhor pedida.

Nas perdas, nas negociações e nos acordos, muitas vezes somos os vencedores.

É isto que muita gente não entende e querem ser independentes, quando o "X" da questão do matrimônio é que os dois sejam apenas um.

Evite, de todas as formas possíveis e que estejam ao seu alcance curtir o luto do divórcio, pois todos perdem.

Família: Um projeto de Deus.

Proteja a sua!