Um Brasil rural moderno

O campo agrícola se encontra vazio, ocupado pela falta de ideias e de oportunidades e por uma violência ativa. A cidade tem seu valor, mas o meio urbano está se esgotando e também saturado, sobretudo nas grandes urbes, com evidência de mão de obra ociosa em algumas atividades, pois também não há espaço disponível para a grande demanda da população, quer pela elevada taxa de natalidade, quer pela falta de preparo ou em razão dos conglomerados que se multiplicam geometricamente com poucas estruturas urbanísticas, enquanto poucos indivíduos se interiorizam, somados a um grande fluxo migratório fugindo das intempéries naturais e dificuldades das cidades menores, sobretudo das regiões mais ásperas. Na inércia, o campo aguarda quem tenha coragem e determinação para apostar no que o meio rural é capaz de oferecer em troca se for oxigenado pela garantia de oportunidades aos que se determinarem em desenvolver a produção agro-pecuária para o crescimento regional como um todo, mudando a paisagem.

A inércia do campo se dá por falta de lastro na produtividade que não se mostra suficiente para suprir o excesso de consumo humano, enquanto sobram oportunidades em potencial da fertilidade da própria natureza, assim como supriu as necessidades dos nossos entes antepassados, atendendo à demanda do próprio contingente populacional nas proporções de então.

O ambiente urbano é essencialmente consumidor e produtor de burocracias e formalidades, agora, observa-se que há falta de quem possa elaborar no meio rural os produtos de consumo alimentícios e utilitários para suprir convenientemente as populações das cidades. Não há espaço urbano sem campo para sua sustentação. Mas também reconhece-se que a fertilidade do campo exige iniciativa do poder público, motivando e incentivando com “Programas de Desenvolvimento Rural” para empreendedores comprometidos com os resultados, tudo mediante convenções para conquistar e alcançar metas acordadas. Trabalhar no campo não é ser caipira e nem voltar como retrocesso, pois a vida árdua dos nossos valorosos antepassados foi suplantada, hoje a tecnologia da modernidade está ao alcance de todos e está acessível para quem quer adequar-se às novas corridas na “agricultura da produtividade” e da “agricultura genética”. A agricultura da produtividade pode se iniciar pelo êxodo urbano onde os indivíduos com conhecimento de mercado consumidor, tecnologias aplicadas, irrigação eletrônica, laboratórios disponíveis, concorrências, produção e produtividade, mecanização, logística, escoamento da produção, centro de distribuição, investimento e lucro, e, com toda essa bagagem se volta para o campo e de pronto este abraça a todos que o procurarem. Será a salvação da lavoura brasileira.