SINECURA DO PODER POLÍTICO

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR

[...] Ser radical é tomar as coisas pela raiz. Ora, para o homem, a raiz é o próprio homem.

EDMUNDO CAMPOS COELHO

Em um passado não muito distante a juventude tinha mais dedicação aos seus estudos nas diversas fases de sua instrução de jardim da infância, primária, secundária e universitária. Tanto é assim que a disputa no meio acadêmico era natural e normal naqueles tempos. Infelizmente, a juventude de hoje, com raras exceções, encontra-se mais focada em temas relacionados com suas vidas pessoais do tipo: drogas licitas e ilícitas, sexos do mais diversos tipos, enriquecimentos ilícitos de quaisquer maneiras, tudo tendo com fundamentação teórica a vida de atores da televisão e atores reais de sua vivencia no meio do tipo da sociedade em que freqüentam, querem tirar vantagens em tudo que faz. É o espetáculo de ser vitorioso em tudo sem quaisquer tipos de esforços materiais e espirituais, sem origem etimologicamente falando, onde se possa mostrar sua face e ou fotografia a sociedade em geral, e esta que continua preconceituosa sobre todos os ângulos socialmente falando. Apesar de tudo a sociedade continua procurando sempre acertar e nunca errar, apesar de que filho da puta, de ladrão, de veado, de maconheiro, de travesti, etc, continua sendo os filhos e filhas da vizinhança, nunca os ou as dele e/ou delas.

De modo que atualmente, mais do que nunca, o(s) sinecura(s) do poder político de plantão nas três esferas dos governos: federal, estadual e municipal, pelo Brasil afora continuam aplicando suas mágicas e trambicagens que levam os enriquecimentos ilícitos, sem razão de ser, sem esforço material e mental. Minha gente o termo “sinecura”, vem do latim, Língua do antigo Império Romano, que acabou-se há mais de dois mil anos, porém, ainda continua fazendo estragos em Santa Rita, na Paraíba, no Brasil e no mundo. Vamos primeiro saber a origem da palavra “sinecura”, vem do latim “sine”, que significa “sem”, mais “cura”, que quer dizer “cuidado” e ou “preocupação”. O que vale dizer, que “Sinecura” é um emprego e não trabalho, bem remunerado e que não exige grande esforço para o trabalho, como por exemplo, um (a)secretário(a) e ou ministro(a) sem pasta, sem atribuições, sem objetivos e sem metas de quaisquer espécies a serem cumpridas, legalmente falando, basta carregar fuxicos para quem exercer algum tipo de poder nos três níveis de governos já mencionados, seja no Poder Executivo, Judiciário e ou Legislativo, onde o sistema de governo for republicano e democrático, pois, onde o sistema de governo for monárquico, ainda tem os “sinecuras” dos imperadores, que reinam e não governam, porém, vivem muito bem remunerados para inventarem estórias dos “pirros” da modernidade, assim como o “Pirro” original, heróis da guerra e/ou da batalha que nunca existiu, fica sempre nos projetos e promessas de realizações, nunca realizadas ou concretizadas. Os sinecuras tem tudo demais, enquanto o povo que paga seus salários lícitos e ilícitos, direta e indiretamente tem tudo de menos: segurança pública, empregos, baixos salários, saúde, hospitais, escolas, obras estruturantes, lazer, merenda escolar, remédios, ambulâncias, projeto de vida, de futuro, orgulho de ser brasileiro, etc.

Agora nos tempos modernos, um exemplo prático de “sinecuras” são os lobistas, que vivem ligando para rádio, televisão, escrevendo besteira de toda ordem nas redes sociais, exaltando seu chefe e ou chefe temporário no exercício do poder, esculhambando, mentido a bel prazer contra os opositores de quem lhe paga para fazer e defender suas realizações nunca pensadas e jamais realizadas. É esse tipo de trabalho de gente desocupada, utilitária e prostituta de todos os níveis, não precisa ter muito ou pouco estudo, basta fazer o que o chefe de plantão lhe mandar fazer contra seus adversários políticos e ou contra suas práticas aliciadas de gestar a coisa pública.

Fica evidente de que a pessoa que se acha nessa situação, e não são poucas não, só tem a perder do ponto de vista moral, porque, conscientemente, estará sendo um “laranja” e além do mais um parasita social. Assim sendo, não sabemos se os espetáculos de revoltas populares dos últimos dias, claro, sem os assaltos ao patrimônio privado, são contra as riquezas ilícitas dos sinecuras existentes em grande número nas três esferas de governos: federal, estadual e municipal. E para ser um sinecura não precisa ser técnico, formado com cursos de graduação, mestrado e ou doutorado, basta ser um canalha destemido da pior espécie, capaz de matar, sequestar, roubar, vender drogas, detratar contra os adversários de seu chefe, facilitar as concorrências quando dos processos de licitações públicas, inventar recibos de compras de materiais de uso permanentes ou não, engendrar discursos bonitos para bois dormirem, diante de parlamentos, cujos membros não tem formação e representatividade em termos de conhecimentos científicos para discordarem, porque fazem oposição enquanto não recebem seus tocos para fazerem ouvidos de marcadores. O sinecura não precisa ter prestado concurso público, basta cair na graça do chefe de plantão e mandar que ele furte para si e fique com uma pequena porcentagem para calar a boca, se abrir o bico, morre e quem tem... tem medo e jamais vai abrir a boca, tem gente por aí que não tem mais onde botar dinheiro, tendo em vista que não deposita em conta corrente ou em fundos de investimentos, porque é uma riqueza sem razão de ser, ilícita, se fizer depósito em conta, o famoso “Leão” da Receita Federal vai buscá-lo. Então a lavagem de dinheiro arranjado ilicitamente é ainda um esquema ou instituto criminoso em que o aparelho policial e judicial ainda não descobriu totalmente como botar na cadeia seus atores, ex-vi o caso dos “mensaleiros” , descobriram, condenaram e ninguém devolveu o dinheiro público e os presídios federais e ou estaduais, jamais tiveram um dos condenados como seus hospedes. É uma realidade nua e crua.

Diante de tanto descalabro administrativo nas três esferas de governos, é que o povo ético, livre e que ainda acredita em mudanças na administração pública: federal, estadual e municipal, em termos de comunidade se ressente do instituto criminoso do “sinecura”, sempre preocupado em ficar rico e muito rico, contra a coletividade, pois, esse tipo de privilégio não é digno e ético, porque não é justo que muitos contribuam com suas forças e seus trabalhos profissionais liberais e/ou não, para manter elementos ou indivíduos sem escrúpulos, num bem-estar e numa abastança imerecida de mesa farta e com abundancia. Em cada administração dos governos: federal, estadual e municipal dos mais de cinco mil municípios do Brasil afora, acontece o fenômeno da multiplicação das sinecuras, o que vale afirmar que é um dos sintomas da insatisfação popular do povo brasileiro diante dos levantas nas ruas das grandes e pequenas cidades, criticando e exigindo ser ouvido e pedindo indiretamente reformas estruturantes nas administrações, por sentir que existe corrupção política e administrativa no Brasil de Pedro Álvares Cabral aos nossos dias.

Em síntese, as pessoas “sinecuras” não tem responsabilidade no exercício de suas funções em favor da coletividade, só pensa em si, uma vez que historicamente, servem com instrumento do poder dos governantes, que as concedem ou nomeiam em troca de favores políticos, e daí vincula-se estruturalmente como uma espécie de espinha “dorçal” no corpo humano, por analogia, uma vez que queira ou não estar vinculado ao instituto do nepotismo.

Embora as sinecuras em tese não exercerem nenhum poder político de fato, podem possuir poder de direito ao pé da letra.

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REFERÊNCIAS

ÁVILA, Fernando Bastos de. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. 2ª ed. Rio de Janeiro: MEC/FENAME, 1976.

COELHO, Edmundo Campos. A Sinecura academica - a ética universitária em questão. São Paulo: Vertice e IUPERJ. 1988.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 24/06/2013
Código do texto: T4356170
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