A formação de hábitos virtuosos

Lembremos a frase famosa “uma andorinha só não faz verão”, segundo a qual um ato bom não identifica o indivíduo virtuoso. Sob este aspecto, educar moralmente é ensinar virtudes, construir hábitos e forjar o caráter.

Ensinam-se virtudes às crianças de modo abstrato: seja justo, não minta, não se aproprie do que é seu, não agrida, seja responsável e generoso, cumpra seus deveres etc. Essa prática enfatiza as tradições da cultura e deixa pouco espaço para que se assumam pessoalmente as regras de modo autônomo. Além de que a exterioridade da ação não reflete necessariamente o amadurecimento moral.

De fato, duas crianças com o mesmo comportamento – por exemplo, que empresta material para o colega – podem estar em níveis morais diferentes, uma age assim por já ser cooperativa, enquanto a outra porque teme a reprimenda do professor ou por desejar ser elogiada.

Outra crítica é que a moral não é um livro de receita de comportamentos “certos”, já que muitas vezes nos encontramos em situações que exigem maturidade e elaboração pessoal para resolver conflitos cuja solução não tem como ser prevista.

Nosso caráter não pode ser julgado apenas por um ato (quem faz isso reflete sua ignorância), não somos uma ação e sim um complexo de comportamentos e ações. Isso não é uma coisa espontânea, e sim algo que é trabalhado e aperfeiçoado com o tempo e com experiência de vida.

Cada um sabe uma conduta de ética (que pode variar dependendo da região, família, leis etc) e de acordo com que aprendemos sabemos o que é errado e o que não é. Cada pessoa neste planeta é diferente, mas temos coisas em comum. E neste contexto de pluralidade devemos respeitar as diferenças e saber nos respeitar na sociedade.

Por exemplo: Eu gosto de coisas que ninguém da minha cidade gosta. Aqui as pessoas gostam principalmente de sertanejo e funk, não gosto desses estilos musicais, entretanto eu respeito quem gosta. Gosto de música asiática e gostaria que as pessoas respeitassem isso.

Aumentar o nível moral é muito importante para o ser humano. Isso faz parte da evolução moral como indivíduo. Pense nessas questões:

– Eu abro a boca apenas para reclamar?

– Falo mal do outro?

– Me respeito e me valorizo?

– O que preciso fazer exercer a ética?

– Tenho força de vontade para deixar as coisas ruins para trás?

– Em que nível está meu egocentrismo?

Devemos responder estas questões para sermos pessoas melhores e aumentar o nível de moralidade, que com a contemporaneidade isso está a entrar em declínio em muitas vidas.