RENÚNCIA DE BENTO XVI SERÁ A VEZ DO BRASIL NO VATICANO?

Segunda-feira, 11 de fevereiro do ano em curso o mundo foi pego de surpresa por uma notícia vinda direta do Vaticano de que Joseph Ratzinger, o papa Bento XVI, que há cerca de oito anos assumiu o cargo até então ocupado pelo Papa João Paulo II que faleceu, vai renunciar ao cargo, no próximo dia 28, alegando incapacidade física para continuar representando a Igreja Católica.

Diante da notícia da decisão de Bento XVI de deixar o cargo acendeu a especulação sobre os possíveis nomes de cardeais que se candidatarão para concorrer ao cargo máximo da representatividade catolicista. Dentre personalidades de outros continentes, cogita-se a hipótese de o próximo pontífice vir da América Latina e ser um brasileiro, haja vista que vários nomes podem ser indicados no Vaticano, como Dom João Braz de Aviz; Dom Odilo Scherer; e Dom Cláudio Hummes. Aliás, o fransciscano que já fora arcebispo de São Paulo foi um entre aqueles que receberam o chapéu vermelho das mãos do Papa João Paulo II, porém, era apenas um nome entre tantos outros.

Marco Police, conhecedor vaticanista, há anos, desde as movimentações para a escolha do sussessor de João Paulo II, defende a probabilidade de um Papa latino-americano. Mas, o que fazer para se tornar um Papa? Como se transformar no sucessor do trono de São Pedro? Uma crença que perpetua por séculos revela que o melhor caminho para se tornar um Papa é não se lançar como candidato, uma vez que para os católicos quem escolhe a Santidade é o Espírito Santo. Não que o Conclave, a assembléia que elege o pontífice, seja um evento milagroso, tudo é feito com um minucioso e prolixo estudo, isto é, uma investigação meticulosa de nomes, idade, condutas, personalidades, onde os cardeais observam e, ao mesmo tempo, são observados.

O que tiraria a chance de Dom Cláudio Hummes, em relação a outros nomes é a idade considerada avançada, 78 anos, entretanto, isso não quer dizer nada, uma vez que uma pessoa pode chegar aos 90 ou mais anos de idade mentalmente lúcido e fisicamente bem.

Um Papa surgido da América Latina seria importante por várias questões, uma porque metade dos católicos é latino-americano e depois pelo fator social, ou seja, a América Latina precisa urgentemente de um representante que defenda a igualdade social latino-americana e pregue a paz com maior veemência. Não importa se o escolhido seja Dom Cláudio Hummes, Dom João Braz de Aviz, de 65 anos; Dom Odilo Scherer ou qualquer outro nome, desde que seja um brasileiro. Isso é justo, ora, o Brasil é o maio País católico do mundo, porque não o representante do catolicismo ser alguém genuinamente brasileiro.

Saber realmente quem será o novo sussessor de São Pedro aqui na Terra e qual denominação Sua Santidade terá ainda é um mistério até mesmo para o Vaticano. Por dedução, talvez seja intitulado João Paulo III e por vontade, desejo e justiça que seja um entre os brasileiros, ainda que cotados prematuramente. A única certeza que mais de um bilhão de fiéis têm, assim como todo o mundo, é que está muito próximo de conhecermos o novo representante católico já que passados seissentos anos de uma renuncia papal, Bento XVI precisa renunciar.

Gilson Vasco

professor

escritor