Movimentos espirituais - Não se deixe enganar
Não se deixe enganar!
“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ela. Que estreita é a porta, e que apertado o caminho que leva para a vida, e que poucos são os que acertam com ela”( Mateus 7: 13 e 14).
Verificando as portas
(Elisabeth Alves)
É bom estudarmos a Bíblia. Não devemos esquecer do que aprendemos no lar espiritual. Muitas vezes confundimos porta larga com as ditas ofertas do mundo secular, mas infelizmente não é tão fácil assim definir, afinal, as larguezas que podem levar nosso barco a pico são obstáculos que estão dentro da própria Igreja. E mais, estão disfarçadas de doutrinas.
As primeiras doutrinas eram limpas, sem modismos da fé. Os pastores, em sua maioria diáconos que detinham em suas mãos a responsabilidade de dirigir a Igreja e suas congregações, eram homens habilitados na Palavra, mesmo que maioria nada conhecesse sobre a Ciência Religiosa – Teologia. Só que estes irmãos tinha autoridade através do conhecimento da Pessoa do Espírito Santo e reconheciam a ação e o poder deste. Sendo assim viviam de forma responsável seu ministério pessoal e, quando necessário, defendia a Fé, através de suas palavras cheias de autoridade.
Para que saibamos que estamos agindo certo na Casa de Deus, o melhor é verificar o tipo de porta que usamos, e isto se faz através da Leitura constante da Palavra e de uma vida voltada não só ao estudo, mas a prática dela.
Durante minha infância vivia entre a Igreja União Pentecostal em Guaianases, com minha mãe-avó e visitava com frequência a Assembleia de Deus, em Vila das Roseiras, ministério do Belém, onde amava os cultos e Escolas Bíblicas. Lembro-me que um dia, na verdade, uma noite, na Assembleia de Deus, durante a Palavra, uma senhora começou a enrolar a língua e começou a entregar um a profecia dentro da Igreja. Os irmãos bateram palmas para interromper a Palavra – isto não se fazia na hora da Palavra, mas na hora dos louvores e oportunidades era comum interromper com palmas dos mais próximos do profeta. O pastor José Vieira desceu do altar, foi até a mulher e disse: “Cala a boca satanás”.
A maioria dos irmãos começaram a falar baixo, pois era conhecido de todos que ele não fora ainda batizado com o Espírito Santo – a Assembleia de Deus acredita que só recebeu o batismo quem fala em línguas. O que não é de fato, pois os dons também são outros, inclusive os de reconhecer os espíritos e pelo que se segue dá para notar que o pastor o tinha. A situação era muito desconfortante para a Igreja, que desejava ouvir a tal profecia, mas ele não reconheceu como algo vindo de Deus.
Ao perceber o que acontecera entre os irmãos, a mulher – ou o que estava nela – tentou recomeçar com a 'palhaçada' ai o pastor José Vieira – que nós chamávamos de pastor porque dirigia a Igreja, mas era diácono – virou para a mulher e disse, com mais autoridade, mas se, aumentar o volume da voz: “Cala-te satanás” e a mulher estrebuchou e caiu endemoniada.
Ele expulsou orou, chamou alguém para atender a senhora e voltou para o altar. Não lembro sobre o que pregava e quem o fazia, mas aquela história se apegou a mim. Na verdade esta história ficou gravada em minha memória. Este pastor marcou a minha vida, pelo compromisso que ele tinha com Deus e com as ovelhas. Não só neste episódio, mas é esta história que dá base ao que estamos vendo.
Examinai os espíritos, se vêm de Deus (I João 4-1), advertiu o apóstolo, mas hoje muitos não o fazem e qual o motivo para não fazê-lo? Simplesmente por que mesmo com todo este tal avivamento espiritual que a Igreja diz viver, a maioria dos líderes, cheios de conhecimento humano e técnicas de oratória e convencimento, não possuem o essencial, a capacidade de discernir o que é de Deus, o que é para chamar a atenção (doença das paixões: egoismo, baixa estima, complexo de inferioridade, entre outros) e o pior, o que é demoníaco.
Hoje não acontece isto, os pastores acabam preferindo manter o lobo bem guardado e permitindo que as ovelhas sejam feridas ou até mesmo morram. Na verdade, fala-se tanto em pentecostalismo, em renovação espiritual, mas os pastores e líderes ditos evangélicos, em sua maioria, não tem visão suficiente para reconhecer e identificar o que é carne ou ação demoníaca. Expulsar demônios é nossa obrigação e para fazer isto, é necessário reconhecê-lo. Já ação da carne e a meninice, ambas devem ser tratadas de forma específica, pois são doenças da alma humana. A carnalidade travestida de santidade excessiva deve ser combatida com a Palavra, já que a Verdade liberta. E a meninice, que acontece pela falta de aceitação de determinadas pessoas, deve ser tratada com sabedoria sim, mas ambas com autoridade.
Hoje há muita confusão e busca por cargo, fama e dinheiro, a simplicidade e pureza da Fé já não são importantes. Busca-se a satisfação pessoal e não importam-se com a santidade e fidelidade que devemos prestar, como culto, ao Senhor.
Antigamente os pastores agiam diferente. Usavam a autoridade e experiência de líderes e sabiam como gerir uma Igreja com sabedoria.
Ir contra as maldades é ser bondoso
(Pastor Sergio Carlos da Silveira)
Jesus combatia o que não era de acordo com a Palavra. Ele via as pessoas deturpando os direitos de outras e lutava pelos direitos dos mais fracos, dos sem voz. No templo, no livro de Marcos, Ele acabou com o Comércio dentro do Templo. Ele defendeu-nos por bondade, por seu amor a Justiça. Veja o que Ele disse nesta ocasião: Não está escrito: A minha casa será chamada, por todas as nações, casa de oração? Mas vós a tendes feito covil de ladrões' - Marcos 11:17). Sim, infelizmente muitos tem transformado a Casa do Senhor em Centro de Recuperação de Nome e Crédito no Céu e nada de falar contra os pecados que atingem o corpo espiritual. Comer ou deixar de comer algo não influencia na salvação de pessoa alguma, mas falar algo como se Deus o mandasse sem ser, atrapalha a vida dos ditos profetas, e das suas vítimas. Sim, devemos observar as pessoas que recebem uma 'profetada' como vítimas de sua própria ignorância e falta de entendimento. E quem pode defender estas pessoas? Os pastores e líderes, apresentando a Palavra sem vícios, sem rodeios. Veja esta mensagem: Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração (Hebreus 4:12) A Palavra serve para discernir sim o que é de Deus e o que não é de Deus. O Espírito Santo não faz confusão e os meninos na fé geralmente não possuem conhecimento bíblico suficiente para entregar uma mensagem baseada na Palavra, por ai pode-se verificar de onde vem tal mensagem entregue por um profeta neófito. Já o carnal, mesmo que tenha conhecimento bíblico, ele tem toda uma postura que mostra quem de fato ele é. O Senhor Jesus nos advertiu que existiriam falsos profetas: Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores (Mateus 7-15), mas Ele mesmo nos ensinou identificá-los: Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? (Mateus 7-16).
Muitos sentem-se ameaçados pelos tais profetas que vivem a dizer que não se deve tocar nos 'ungidos do Senhor', mas falar em línguas e entregar profecias não demonstra santidade de ninguém, afinal em todas as outras religiões há algum tipo de manifestação deste tipo, mas o que o Senhor disse sobre estas pessoas? Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus (Mateus 7-21).
Somos enganados por nossa excessiva crença nas pessoas que se dizem espirituais, mas o Senhor Jesus deixou para nós bases específicas de defesa da nossa fé.
Muitos pastores passam dias, horas e todo o tempo dos cultos agredindo as outras religiões, seitas e heresias, tratando de colocar medo nos fiéis, mas não limpam as feridas das ovelhas do Senhor, não ensinam-lhes reconhecer o que é campo bom para pastar e o que são abrolhos.
Muitos dizem que não são responsáveis por tirar o joio do meio da Igreja e isto não poderia ser mais errado, não por tirar o joio e sim por não cuidar do trigo. Se analisar bem a Parábola do Trigo e do joio, pode-se observar que os trabalhadores que reconheceram o joio, permitiram que este fosse semeado entre a boa semente por dormirem. E hoje muitos pastores estão permitindo que o joio seja semeado em meio ao trigo, simplesmente por fazerem como aqueles ajudadores do dono do campo, dormirem em serviço.
O joio deve ser combatido com trabalho ativo não só na maior distribuição de semente de trigo sobre a Terra, mas também pelo atento cuidado para com as plantações, para que no meio não caia da semente maligna.
Por aqui cai a defesa de muitos pastores que alegam que não se deve arrancar o trigo. Na verdade não devemos permitir nem mesmo que ele seja semeado. Cuidar das plantações do Senhor é obrigação de seus ajudadores, que somos nós. Principalmente os líderes, seja de Igreja, de grupo ou congregações.
E mais, não quer muito joio, semeie mais trigo!
Ensine as pessoas temer ao Senhor
(Elisabeth Alves)
Quando ensinados a temer a Deus – não em ter medo, mas ter respeito pelo que é santo – as pessoas passam a tomar mais cuidado com as suas atuações dentro da Igreja. Não se deve permitir que as pessoas brinquem com a Palavra de Deus, que ajam precipitadamente, dizendo que algo vem de Deus, sem ser. Quando a pessoa reconhece o perigo de brincar com o que é santo, o culto ao Senhor flui mais fácil.
Veja esta palavra: Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; assim sejam poucas as tuas palavras (Eclesiastes 5:2). Sim, tudo que fazemos ao Senhor deve ser com decência e ordem, afinal Deus não habita no meio da bagunça.
Sempre fui uma pessoa observadora e em meu trabalho na Casa do Senhor, sempre me utilizei desta minha qualidade para adquirir conhecimento. Lembro-me de diversos pastores que agiam com sabedoria e precisão, levantando-se contra os engôdos que se levantavam no meio da Igreja. Em sua maioria, era pastores amorosos, corretos e, principalmente, seguros na Palavra, não aceitavam meninice e muito menos chocarrice no meio da igreja. Muitos mandavam parar na hora, pois, na verdade tinham responsabilidade com o rebanho e com Deus.
Uma vez, em minha adolescência, vi algo estranho na Igreja do bairro onde morava e que já frequentara antes. Nesta época estava agregada a casa de um pastor que morava a poucos metros da Igreja, Sua esposa era líder do Círculo de Oração e não era dada a estes movimentos estranhos que ocorriam no templo. Um dia, cheguei para almoçar e ela não estava em casa, por algum motivo fui a Igreja chamá-la, mas ela estava fora com o grupo de visita. Dentro da igreja, arrastando-se como cobra, estava uma irmã de outro ministério – na verdade do meu até. Perguntei a uma irmã que palhaçada era aquela e ouvi desta: “Não irmãzinha! Não é palhaçada! É Deus usando ela para encontrar os pecados escondidos”. Lembrei-me de pronto do Salmo que diz que não adianta escondermos nosso leito nem no inferno, pois os olhos de Deus nos alcança. Fiquei pensando na espécie de conhecimento bíblico que aquelas irmãs possuíam, que aceitavam uma aberração daquela como algo de Deus. Sai de lá revoltada e fui contar para o pastor que estava no lugar de meu pai. Sei que foi proibido pessoas desconhecidas ministrarem no Culto com as irmãs. Sua esposa ficou revoltada quando soube do ocorrido. Mas muitas irmãs, mesmo ouvindo a refutação bíblica sobre o assunto, ainda ficaram chateadas com a interrupção do que para elas era o 'agir de Deus'
Sim, desde os anos 90, Igrejas grandes estão permitindo que ocorra certos movimentos dentro delas. São irmãos com unção de segurar parede, arrastar-se como cobra – isto faz parte da mistura do Evangelho com a yoga – fechar covas – as pessoas rodam por horas e nada dizem, nada falam, só giram do começo ao fim do culto – e há ainda outras unções estapafúrdias. Que me consta o Espírito Santo é educado e não imita costumes de terreiros de umbanda.
Outra desculpa que ouço frequentemente quando sou questionada é que na verdade é o diabo quem copiou os costumes do Senhor – o que não é verdade – mas, se fosse isto mesmo, nós que nos dizemos santos, um povo separado, poderíamos usar outra passagem bíblica para este fim: Fugi da aparência do mal (I Tessalonicenses 5-22), e então, abstermos de tudo o que parece mal, de tudo o que nosso inimigo usa para ser cultuado.
Na verdade, minha preocupação não é com uma igreja apenas, preocupo-me com todo o corpo de Cristo, com todas as denominações, pois estão lidando com almas e elas merecem nosso respeito, nosso amor e nosso cuidado, sejam elas responsabilidade de quem for, são também nossos irmãos e devem ser cuidados com amor e com autoridade e, não ser levadas de forma leviana.
E só tem esta preocupação quem conhece verdadeiramente a palavra não aceita coisas estranhas no rebanho.
Lembro-me de algo que aconteceu comigo quando ainda era da Assembleia de Deus. Um domingo, fui a Igreja e o pastor trouxe uma Palavra tão forte, que me fez me arrepender de todos os meus pecados. Sabe aquela mensagem que faz com que você enfim reconheça que foi por sua única e exclusiva culpa que Jesus sofreu? Pois foi assim neste dia.
Foi uma benção, eu chorava, só lagrimas, na verdade gemia de vergonha de meu Salvador ter sofrido tanto por mim e eu não dar o devido valor.
Enquanto eu chorava ali, sem nem saber mais aonde estava, embora soubesse sim, mas estava maravilhada com o que o Senhor fizera através da Palavra, uma irmã tida como vaso, me abraçou e veio me entregar um recado de Deus, como se Deus estivesse satisfeito com meus atos. Suas palavras retiravam toda a força do que eu tinha vivido ouvindo o pastor Jorge falar.
Desculpem-me vocês, mas mandei ela pastar.
Eu não acredito que o Espírito santo aja com confusão, afinal, Deus não o é: Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos (1 Coríntios 14:33) e este não é um versículo isolado, esta inserido em um estudo sobre eu uso dos dons, então tem muito a ver com o que estamos estudando.
Naquele culto, tive uma experiência particular com o Senhor e não poderia aceitar que outra pessoa viesse desfazer o que a pessoa do Espírito Santo tinha feito dentro de mim.
Se por acaso eu fosse uma menina na fé, teria aceito a palavra dela, afinal algo assim tirav a de mim a responsabilidade frente aos meus pecados. Ora, se pecamos devemos pedir perdão, se a Palavra vem te limpando, o Espírito Santo não vai mudar o que Ele fez, pois não é menino birrento, Ele é parte de Deus.
Há pessoas que gostam de agir como meninos na fé. Então precisam crescer na palavra e se tornarem idôneos na fé. E esta idoneidade só é possível quando estudamos a Bíblia, pois é nosso manual de prática da fé.
Na verdade, devemos ser prudentes como a serpente e simples como uma pomba, mas jamais agirmos de forma que desagrade a Deus. Quando estamos crescendo na Graça e no conhecimento, estamos seguindo o conselho dos apóstolos que vieram antes de nós e Paulo nos ensina que entre falar em Línguas e sermos sábios, devemos preferir agir com sabedoria dentro da Palavra: Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida (1 Coríntios 14:19) e no versículo 18 ele alega que fala mais línguas que todos os outros. Ele nos dá uma grande lição que devemos seguir. Entre fazer algo que só edifica a nós, ou pior, que pode escandalizar aos outros, devemos agir com inteligência.
Quando alguém serve a Deus de verdade o Espírito Santo guia-o no caminho certo. Sendo assim, não será enganado por falsos pastores, profetas e pelo diabo.
É para isto que é necessário termos uma boa base espiritual, sendo assim, nada abalará a nossa caminhada com Cristo.
Quando estamos falando de ação do Espírito Santo, é interessante notar esta se dá de forma coerente com a Palavra e com o pensar de Deus. Sim, o Espírito Santo não nos orienta de forma a desagradarmos a Deus e irmos contra seus santos preceitos. Se algo sai da Palavra não provem de Deus e se não é uma orientação do Senhor deve ser descartada.
Para terminarmos, ficamos com a advertência de Paulo: Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento (1 Coríntios 14:20) enão apenas conhecermos esta, mas colocarmos em prática crescendo de fato.
Fiquem na Paz de nosso Senhor Jesus!
Pastor Sergio Carlos da Silveira e
Elisabeth Lorena Alves