O que está ocorrendo, nesse instante, na educação baiana, merece a atenção de todos os cidadãos brasileiros.
1- Os professores estaduais estão em greve há 80 dias.
A situação é muito grave.
Gostaria de esclarecer o que motivou os profissionais a radicalizarem através dessa decisão que vem sendo mantida durante tanto tempo.
No ano passado, o governo estadual baiano estabeleceu um acordo com os professores, cumprindo uma decisão nacional quanto ao piso nacional, estabelecendo que pagaria 22% equivalente ao aumento confirmado pela presidenta Dilma Rousseff.
Percebam que existiu um acordo, ou seja, o governo acertou algo com a categoria dos docentes.
Não foi uma promessa, foi um acerto oficial, inquestionável, inviolável, enfim, de caráter magnânimo.
O que aconteceu depois disso?
Durante o ano de 2012, ele pagou aos profissionais que não possuíam graduação o valor definido pelo governo federal.
Não pagou esse valor aos professores graduados.
Todos, graduados ou não, tiveram um aumento de 6,5%.
Mas tal aumento de 6,5% alcançou todos os servidores públicos da Bahia.
Eis o que levou os professores à greve.
Os nobres profissionais pedem que o governo estadual cumpra somente o que foi acertado, concedendo o ganho, estabelecido oficialmente, aos professores que nada ganharam.
Penso que esse motivo é grave demais.
O governo fez um acordo com os professores, depois não cumpriu. Isso realmente é sério.
Alega o governo não ter dinheiro, mas não abre os "cofres" do FUNDEB, não mostra quanto tem nem quanto gastou referente aos recursos desse importante fundo federal
O governo não dialoga e vem utilizando uma estratégia bem maquiavélica a fim de enfraquecer o movimento.
Desde o início da greve, vem utilizando uma propaganda sistemática na qual mente demais.
Tais mentiras não podem ficar sem a nossa repulsa, pedem um esclarecimento urgente e oportuno destacando a verdade.
2- Vou revelar fatos importantes que vocês merecem conhecer.
Logo começando a greve, a mesma foi declarada ilegal pela Justiça.
Os professores não respeitaram tal decisão judicial e mantiveram a greve.
O governo estadual decidiu cortar os dias não trabalhados.
Com a sequência da greve, os profissionais da educação conseguiram que uma decisão judicial suspendesse o não pagamento dos salários, estabelecendo que os salários de maio (a greve começou em 11 de abril) fossem pagos.
O governo estadual não cumpriu tal decisão e conseguiu, logo depois, com outra ordem judicial, revogar a determinação anterior.
A grande maioria dos professores, portanto, já está três meses sem receber salário.
Nesse momento, muitos dirão que os professores não merecem receber já que não estão trabalhando.
Considerando essa argumentação, vale indagar se o professor tem o direito de fazer greve ou não tem.
Se alguém imagina que o professor não pode fazer greve, tudo bem.
Caso você ache que ele também pode efetuar essa justa reivindicação de qualquer trabalhador, o ato de cortar o salário imediatamente como foi feito, é mesquinho demais.
Primeiro é importante ressaltar que o salário de um professor é indigno e desperta piedade em quem verifica o contracheque de um mestre do ensino público.
Mas há pessoas que ganham um salário mínimo, talvez retruquem alguns.
Então, o professor merece somente o salário mínimo?
3- É importante agora fazer uma observação bem oportuna.
Quando é anunciado o salário do professor, costuma-se citar o valor que ele recebe dando quarenta horas (trabalhando dois turnos), incluindo vários cursos que o professor costuma fazer a fim de melhorar seu salário.
Cita-se tal valor levianamente ou esquecendo de explicar esse detalhe.
Na prática, meus amigos, muitos professores ocupam os três turnos e há aqueles que possuem uma outra atividade, sem ferir a lei, totalmente alheia a sua formação de professor (eu sou uma dessas pessoas que, além de lecionar, possui uma atividade fora das salas de aula nada relacionada à educação).
Desejo registrar que os professores deveriam ganhar o suficiente para apenas trabalhar um turno, ou seja, vinte horas.
Assim ele teria direito a uma vida digna, teria condições de se reciclar e contribuiria verdadeiramente para uma educação de qualidade.
Mas a realidade não é essa, nós sabemos.
Tristes salários recebem os professores, precisam ocupar, se possível, todos os três turnos, não conseguem nem sequer preparar suas aulas graças a tanta correria, não vivem nada satisfeitos e, humanamente falando, expressam um desgaste que muito entristece a mim, que envergonha o país, que suscita nojo em relação aos nossos políticos e deveria despertar o repúdio da sociedade consciente.
Que triste!
Eis a nossa realidade.
Mas os que podem pagar apenas desejam colocar seus filhos nas verdadeiras "fábricas de alunos" que há por aí.
Não adianta mascarar a realidade.
A qualidade do ensino geral vem caindo, o país já enfrenta um forte colapso nessa área.
Tentar fugir da reflexão e jamais se preocupar com a questão simplesmente porque tem condições de pagar uma escola particular, me parece uma tola omissão.
As pessoas que fazem isso empurram uma sujeira terrível para embaixo do tapete.
A violência cresce, cresce, cresce...
Nossa cultura já quase não existe...
O país parece sucumbir ao descaso com a vital educação, que precisa ser capaz de alcançar a grande massa visando a refazer um Brasil hoje decadente.
O tal crescimento econômico, o número de construções de escolas e faculdades divulgado com alarde, os discursos dos parlamentares, as músicas que chegam lá fora fazendo barulho, o país que dizem estar sendo notado...
Tudo isso é pura ilusão e bobagem.
Estamos tentando negar que temos um país quase falido no quesito Educação, um Brasil desculturizado, enfatizando o circo do futebol, da música chula, do sexo desvairado, das igrejas salvacionistas, da televisão irresponsável, dos muitos feriados, dos bares cada vez mais lotados, das drogas ganhando cidadania, da violência totalmente banalizada...
Por exemplo, basta conversar rapidamente com alguém (sem celular) e veremos que as pessoas um dia desses correrão o risco de não conseguirem mais elaborar uma simples frase com algum sentido sem dizer um palavrão e ressaltando um mínimo de elegância.
Parece exagerado, mas a coisa realmente está feia!
4- Permitam que eu volte a falar sobre a greve dos professores baianos.
Jaques Wagner, o governador, resolveu contratar uma empresa, administrada por Jorge Portugal, a fim de ministrar aulas para os alunos do terceiro ano, tentando, segundo ele, preparar esses estudantes para o Enem.
O contrato estabelece que cada professor ganhará 250 reais por hora-aula.
Essa informação é assustadora.
Um professor particular ganha cerca de 25 reais hora-aula e o professor da rede estadual (esse mesmo que está parado) recebe um valor inferior a nove reais.
Nesse contexto, o governo, sempre alegando não ter dinheiro para pagar os professores, estabeleceu um contrato de valor tão exorbitante, completamente fora da realidade, objetivando fornecer aulas aos alunos que estão encerrando o Ensino Médio!
O que é isso?
Que loucura é essa?
Não seria mais fácil negociar com o professor, dando um aumentozinho qualquer que justificasse sua volta menos humilhante à sala de aula?
O que adianta pagar tanta grana para essa ilusória preparação miraculosa de alguns alunos nesse momento?
E os outros alunos, mais de 90%, ficarão esquecidos, aguardando o fim da greve?
Afinal de contas, negociar e tentar convencer os professores pagando qualquer migalha o governo não pode, porém pode mentir nas propagandas, gastando um bocado, pode também pagar muita grana a um grupo de oportunistas que não resolverá coisa alguma quanto ao despreparo dos alunos?
Será que ele resolveu bater o pé e não pagar ao professor custe o que custar?
Será tudo isso uma pirraça?
Será que o Jaques é um sujeito pirracento?
Que absurdo é esse, pessoal?
5- O meu objetivo é mostrar o que está acontecendo na Bahia, permitindo assim que você tire a sua conclusão sobre os fatos.
Não é defender o professor, não é necessariamente condenar o governador baiano.
É destacar os fatos.
Eu não omiti que os professores desrespeitaram, no início da greve, uma decisão da Justiça declarando a greve ilegal.
Resumindo:
* Mente o governo quando diz que deu o aumento de 22% aos professores ou que haverá um curso no fim desse ano favorecendo esse aumento.
No momento, os professores graduados só receberam, assim como todos os funcionários públicos do estado, um aumento de 6,5%.
Isso significa que o retorno deles agora os deixaria na mesma condição do dia em que a greve começou.
* Tudo começou porque o governo não cumpriu um acordo assinado pelo próprio governo.
* Diz o governador não ter dinheiro para pagar o professor, mas consegue dinheiro para o tal contrato milionário com Jorge Portugal e gasta um bocado com uma propaganda mentirosa.
Essas três coisas precisam ficar claras:
1- Os professores estaduais estão em greve há 80 dias.
A situação é muito grave.
Gostaria de esclarecer o que motivou os profissionais a radicalizarem através dessa decisão que vem sendo mantida durante tanto tempo.
No ano passado, o governo estadual baiano estabeleceu um acordo com os professores, cumprindo uma decisão nacional quanto ao piso nacional, estabelecendo que pagaria 22% equivalente ao aumento confirmado pela presidenta Dilma Rousseff.
Percebam que existiu um acordo, ou seja, o governo acertou algo com a categoria dos docentes.
Não foi uma promessa, foi um acerto oficial, inquestionável, inviolável, enfim, de caráter magnânimo.
O que aconteceu depois disso?
Durante o ano de 2012, ele pagou aos profissionais que não possuíam graduação o valor definido pelo governo federal.
Não pagou esse valor aos professores graduados.
Todos, graduados ou não, tiveram um aumento de 6,5%.
Mas tal aumento de 6,5% alcançou todos os servidores públicos da Bahia.
Eis o que levou os professores à greve.
Os nobres profissionais pedem que o governo estadual cumpra somente o que foi acertado, concedendo o ganho, estabelecido oficialmente, aos professores que nada ganharam.
Penso que esse motivo é grave demais.
O governo fez um acordo com os professores, depois não cumpriu. Isso realmente é sério.
Alega o governo não ter dinheiro, mas não abre os "cofres" do FUNDEB, não mostra quanto tem nem quanto gastou referente aos recursos desse importante fundo federal
O governo não dialoga e vem utilizando uma estratégia bem maquiavélica a fim de enfraquecer o movimento.
Desde o início da greve, vem utilizando uma propaganda sistemática na qual mente demais.
Tais mentiras não podem ficar sem a nossa repulsa, pedem um esclarecimento urgente e oportuno destacando a verdade.
2- Vou revelar fatos importantes que vocês merecem conhecer.
Logo começando a greve, a mesma foi declarada ilegal pela Justiça.
Os professores não respeitaram tal decisão judicial e mantiveram a greve.
O governo estadual decidiu cortar os dias não trabalhados.
Com a sequência da greve, os profissionais da educação conseguiram que uma decisão judicial suspendesse o não pagamento dos salários, estabelecendo que os salários de maio (a greve começou em 11 de abril) fossem pagos.
O governo estadual não cumpriu tal decisão e conseguiu, logo depois, com outra ordem judicial, revogar a determinação anterior.
A grande maioria dos professores, portanto, já está três meses sem receber salário.
Nesse momento, muitos dirão que os professores não merecem receber já que não estão trabalhando.
Considerando essa argumentação, vale indagar se o professor tem o direito de fazer greve ou não tem.
Se alguém imagina que o professor não pode fazer greve, tudo bem.
Caso você ache que ele também pode efetuar essa justa reivindicação de qualquer trabalhador, o ato de cortar o salário imediatamente como foi feito, é mesquinho demais.
Primeiro é importante ressaltar que o salário de um professor é indigno e desperta piedade em quem verifica o contracheque de um mestre do ensino público.
Mas há pessoas que ganham um salário mínimo, talvez retruquem alguns.
Então, o professor merece somente o salário mínimo?
3- É importante agora fazer uma observação bem oportuna.
Quando é anunciado o salário do professor, costuma-se citar o valor que ele recebe dando quarenta horas (trabalhando dois turnos), incluindo vários cursos que o professor costuma fazer a fim de melhorar seu salário.
Cita-se tal valor levianamente ou esquecendo de explicar esse detalhe.
Na prática, meus amigos, muitos professores ocupam os três turnos e há aqueles que possuem uma outra atividade, sem ferir a lei, totalmente alheia a sua formação de professor (eu sou uma dessas pessoas que, além de lecionar, possui uma atividade fora das salas de aula nada relacionada à educação).
Desejo registrar que os professores deveriam ganhar o suficiente para apenas trabalhar um turno, ou seja, vinte horas.
Assim ele teria direito a uma vida digna, teria condições de se reciclar e contribuiria verdadeiramente para uma educação de qualidade.
Mas a realidade não é essa, nós sabemos.
Tristes salários recebem os professores, precisam ocupar, se possível, todos os três turnos, não conseguem nem sequer preparar suas aulas graças a tanta correria, não vivem nada satisfeitos e, humanamente falando, expressam um desgaste que muito entristece a mim, que envergonha o país, que suscita nojo em relação aos nossos políticos e deveria despertar o repúdio da sociedade consciente.
Que triste!
Eis a nossa realidade.
Mas os que podem pagar apenas desejam colocar seus filhos nas verdadeiras "fábricas de alunos" que há por aí.
Não adianta mascarar a realidade.
A qualidade do ensino geral vem caindo, o país já enfrenta um forte colapso nessa área.
Tentar fugir da reflexão e jamais se preocupar com a questão simplesmente porque tem condições de pagar uma escola particular, me parece uma tola omissão.
As pessoas que fazem isso empurram uma sujeira terrível para embaixo do tapete.
A violência cresce, cresce, cresce...
Nossa cultura já quase não existe...
O país parece sucumbir ao descaso com a vital educação, que precisa ser capaz de alcançar a grande massa visando a refazer um Brasil hoje decadente.
O tal crescimento econômico, o número de construções de escolas e faculdades divulgado com alarde, os discursos dos parlamentares, as músicas que chegam lá fora fazendo barulho, o país que dizem estar sendo notado...
Tudo isso é pura ilusão e bobagem.
Estamos tentando negar que temos um país quase falido no quesito Educação, um Brasil desculturizado, enfatizando o circo do futebol, da música chula, do sexo desvairado, das igrejas salvacionistas, da televisão irresponsável, dos muitos feriados, dos bares cada vez mais lotados, das drogas ganhando cidadania, da violência totalmente banalizada...
Por exemplo, basta conversar rapidamente com alguém (sem celular) e veremos que as pessoas um dia desses correrão o risco de não conseguirem mais elaborar uma simples frase com algum sentido sem dizer um palavrão e ressaltando um mínimo de elegância.
Parece exagerado, mas a coisa realmente está feia!
4- Permitam que eu volte a falar sobre a greve dos professores baianos.
Jaques Wagner, o governador, resolveu contratar uma empresa, administrada por Jorge Portugal, a fim de ministrar aulas para os alunos do terceiro ano, tentando, segundo ele, preparar esses estudantes para o Enem.
O contrato estabelece que cada professor ganhará 250 reais por hora-aula.
Essa informação é assustadora.
Um professor particular ganha cerca de 25 reais hora-aula e o professor da rede estadual (esse mesmo que está parado) recebe um valor inferior a nove reais.
Nesse contexto, o governo, sempre alegando não ter dinheiro para pagar os professores, estabeleceu um contrato de valor tão exorbitante, completamente fora da realidade, objetivando fornecer aulas aos alunos que estão encerrando o Ensino Médio!
O que é isso?
Que loucura é essa?
Não seria mais fácil negociar com o professor, dando um aumentozinho qualquer que justificasse sua volta menos humilhante à sala de aula?
O que adianta pagar tanta grana para essa ilusória preparação miraculosa de alguns alunos nesse momento?
E os outros alunos, mais de 90%, ficarão esquecidos, aguardando o fim da greve?
Afinal de contas, negociar e tentar convencer os professores pagando qualquer migalha o governo não pode, porém pode mentir nas propagandas, gastando um bocado, pode também pagar muita grana a um grupo de oportunistas que não resolverá coisa alguma quanto ao despreparo dos alunos?
Será que ele resolveu bater o pé e não pagar ao professor custe o que custar?
Será tudo isso uma pirraça?
Será que o Jaques é um sujeito pirracento?
Que absurdo é esse, pessoal?
5- O meu objetivo é mostrar o que está acontecendo na Bahia, permitindo assim que você tire a sua conclusão sobre os fatos.
Não é defender o professor, não é necessariamente condenar o governador baiano.
É destacar os fatos.
Eu não omiti que os professores desrespeitaram, no início da greve, uma decisão da Justiça declarando a greve ilegal.
Resumindo:
* Mente o governo quando diz que deu o aumento de 22% aos professores ou que haverá um curso no fim desse ano favorecendo esse aumento.
No momento, os professores graduados só receberam, assim como todos os funcionários públicos do estado, um aumento de 6,5%.
Isso significa que o retorno deles agora os deixaria na mesma condição do dia em que a greve começou.
* Tudo começou porque o governo não cumpriu um acordo assinado pelo próprio governo.
* Diz o governador não ter dinheiro para pagar o professor, mas consegue dinheiro para o tal contrato milionário com Jorge Portugal e gasta um bocado com uma propaganda mentirosa.
Essas três coisas precisam ficar claras:
Professores graduados nenhum aumento tiveram.
Tudo começou porque um acordo não foi honrado.
A grana está rolando fácil para contratos questionáveis e propagandas enganadoras.
Tudo começou porque um acordo não foi honrado.
A grana está rolando fácil para contratos questionáveis e propagandas enganadoras.
Um abraço!