Flagelo voluntário

Olhar para o ontem e se lembrar do que aconteceu, do que poderia ter acontecido. Olhar para o amanhã e ver o que deseja que aconteça, mas as possibilidades são muito pequenas e o estoque de esperança anda vazio. Sempre vai aparecer alguém pra causar isso, não importa o lugar. Até no transporte público! Nunca vou esquecer daquela mão que pegou na minha cintura no ônibus lotado. Brincadeiras à parte, essa situação é bem deprimente, mas ao mesmo tempo é prazeroso ter as fantasias de travesseiro, que surgem na mente antes de dormir e na hora de acordar nos dias de ócio. Vão desde uma vida profissional bem sucedida até a junção de philia e eros. Como diria o hit da semana da minha cabeça (”Perfect World”, do Gossip): “Relax, it’s only dreaming facts giving way to feelings. No one never stays long, it’s over when you wake up”. Não acredito em coincidências, mas não poderia haver momento mais certo pra essa música ser lançada.

O que fazer pra amenizar esse flagelo psicológico diário? Tentar ganhar relevância para o indivíduo. Tento fazer isso sem sequer arranjar uma maneira bem planejada, só sei que quando dá certo, me sinto como quando como chocolate: nas nuvens. Essa alegria dura apenas até o dia seguinte, um dia de fracasso e cabeça baixa, a queda das nuvens. Isso também me lembra uma música, “Wide Awake” da Katy Perry: “Gravity hurts, you made it so sweet. ‘Till I woke up on the concrete. Falling from cloud nine, crashing from the high”. O remédio mais eficiente e viável pra isso tudo seria a música, mas ela só faz me lembrar do que me atormenta!

Os sonhos, geralmente, eu esqueço, só lembro de como acordei, o que senti na hora. As fantasias de travesseiros às vezes ultrapassam as fronteiras do quarto e me perseguem a todos os lugares onde a minha cabeça perde a concentração. Enquanto não consigo o que quero, ou não me torno 100% blasé e imune a influências sensorias e sentimentais externas, vou continuar perdendo meu precioso tempo nessas viagens conscientes, inconscientes e subconscientes viciantes.

Doug Mota
Enviado por Doug Mota em 08/04/2012
Código do texto: T3601731
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