Autoestima e relacionamentos

Autoestima e relacionamentos interpessoais

Autoestima e os relacionamentos interpessoais estão intimamente ligados. Pela qualidade de minha autoestima posso medir a qualidade de minhas relações com o outro. Então tratemos primeiramente do que venha a ser Autoestima e o que ela implica em nosso dia-a-dia. Pra começo de conversa é bom saber como viemos a este mundo. A forma singular como fomos escolhidos para estarmos aqui hoje e agora.

Somos frutos de uma relação sexual. Com ou sem amor foi a partir daí que se deu o início do existir de cada pessoa. Para que uma criança venha ao mundo é preciso que um homem e uma mulher se relacionem obviamente. Mas o ponto a que me quero ater são os números, a matemática e sua poesia, que existe no ato da concepção que muitos desconhecem e que sempre nos surpreende. No ato sexual o homem quando ejacula libera em média 5 ml de esperma que contém por sua vez também em média 400.000.000 (Quatrocentos milhões) de espermatozóides. Pra se ter uma idéia da quantidade que isso representa comparemos com a população brasileira que hoje ultrapassa a casa dos 170.000.000 (Cento e setenta milhões).

Pois bem, dado a ejaculação todos esses espermatozóides saem em fúria obedecendo um único comando: encontrar um óvulo e fecundá-lo. Eis aí a beleza da concepção, a poesia divina do ato de criar. 400 milhões para que apenas um, ou em alguns casos dois ou três e mais raramente quatro, possam dar início a uma nova vida humana. A maioria de nós existimos a partir da fecundação de um único espermatozóide e um óvulo. Probabilisticamente isso significa que a possibilidade de não existirmos é muito maior que a de existirmos. A possibilidade de “não sermos” é bem maior do que a de “sermos”, visto que a possibilidade de existir foi de apenas um em 400 milhões. Somos únicos! Se no momento da fecundação outro espermatozóide fecundasse o óvulo que não tenha sido o que me deu a origem eu não estaria aqui hoje e sim outra pessoa. Poderia ter traços iguais, olhos iguais, personalidade parecida, mas não seria eu, seria outra pessoa.

Visto isto, matematicamente cada pessoa é singularíssima. Foi escolhida a dedo. Alguma força maior quis que fosse aquele gameta paterno que tenha dado a origem de determinada pessoa e não outro. Cada ser humano é especial pelo simples fato de existir.

Contudo o tempo é curto, o ser humano é como a brisa que sopra. A aventura terrestre humana é breve. A média de vida do brasileiro é de 74 anos. Deus nos deu essa vida para dela fazermos uma obra de arte. Digna de ser uma vida humana. Viver com excelência, viver em plenitude, em abundancia, feliz.

Contudo encontramos por aí pessoas que fazem deste passagem terrestre um caminho de dor e sofrimento. Vivem tragando o pessimismo. Estão habituadas, programadas a ver apenas o lado sombrio das coisas, da vida, das pessoas. Já acordam de manhã e se agarram ao que chamamos de Kit-desgraça. Acreditando que o dia será péssimo, que nada de bom acontecerá, que será tudo igual de novo. Que a vida é difícil, que a violência está em todo lugar, que os tempos estão difíceis, e bla bla bla...

Porém se observarmos bem podemos encontrar pessoas que são oposto disso. Positivas, pessoas de fé, alto astral, que alcançam seus objetivos. Pessoas que sonham e correm atrás da realização de seus sonhos. Pessoas que mesmo em tempos difíceis, tristes, dolorosos escolhem ser felizes. Que se permitem chorar , que tem momentos de tristeza, que tem dificuldades, mas que mesmo assim não perdem a alegria de viver.

O que então faz com que uns sejam mais felizes que outros? Que tenha controle sobre si e suas emoções? A resposta é simples: Autoconhecimento e Autoestima.

A autoestima influencia tudo que fazemos, mas para tê-la em medida de qualidade precisamos nos conhecer. Ninguém ama aquilo ou aquele que não conhece. Só amo o que conheço. O quanto você se conhece? Muito? Pouco? A maior parte das pessoas acredita que se conhece, mas na verdade se conhece muito pouco. Você ama alguém, confia em alguém que pouco conhece? Geralmente amamos e confiamos apenas em quem conhecemos muito! E se você não se conhece como quer acreditar mais em sua própria capacidade? Como quer ir em busca de seus sonhos se não acredita ser capaz? E por que não acredita ser capaz? Porque não sabe quem você é. Por isso, o autoconhecimento é fundamental para desenvolver o amor por si mesma e fortalecer a auto-estima.

Mas como me conhecer ? É muito difícil alguém se conhecer interiormente quando a busca está sempre no externo. Busca-se cuidar da pele, mudar o corte do cabelo, comprar roupas, carros, eliminar alguns quilinhos, mas quase sempre esquece-se que o caminho deve ser o contrário, de dentro para fora.

Quando uma pessoa está bem com ela mesma você percebe isso não pela roupa que está usando, ou o carro que está dirigindo, mas pelo brilho em seu olhar, o sorriso em seu rosto, a paz em seu espírito. Como alguém que dorme mal toda noite pode sentir paz? Como alguém que está constantemente se criticando, se culpando, se achando errada, pode se amar? Amar-se é condição básica para elevar a auto-estima. É importante identificar os fatores que estão te impedindo de elevar sua auto-estima.

Autoestima, falamos tanto sobre isso, mas você sabe o que é auto-estima?

Autoestima é a opinião e o sentimento que cada um tem por si mesmo. É ter consciência de seu valor pessoal, acreditar, respeitar e confiar em si. Coisas nem sempre tão simples assim. A auto-estima, juntamente com o amor-próprio, é a base para o ser humano. É a cura para todas as dificuldades e sofrimentos. E mais, é a cura para todas as doenças de origem emocional e relações destrutivas.

A auto-estima começa a se formar na infância, a partir de como as outras pessoas nos tratam. Ou seja, as experiências do passado exercem influência significativa na auto-estima quando adultos. Perde-se a auto-estima quando se passa por muitas decepções, frustrações, em situações de perda, ou quando não se é reconhecido por nada que faz. O que abala não é só a falta de reconhecimento por parte de alguém, mas principalmente a falta de reconhecimento por si próprio.

Quando a auto-estima está baixa a pessoa se sente inadequada, insegura, com dúvidas, incerta do que realmente é, com um sentimento vago de não ser capaz. Como ela mesma não se ama, se sujeita a qualquer tipo de relação para ter alguém ao seu lado, tornando-se dependente de relações destrutivas e não conseguindo forças para sair delas. Vale lembrar que esse processo acontece inconscientemente. A pessoa não tem consciência do por que está agindo assim, apenas sente o sofrimento que pode se expressar em forma de angústia, dor no peito, choro, pesadelos, vazio, agressividade, depressão, punição, doenças.

Culpam os outros pelos próprios erros, encaram todas as críticas como ataques pessoais e tornam-se dependentes de relações doentes. O maior indicador de uma pessoa com baixa auto-estima é quando sente intensa necessidade de agradar, não consegue dizer "não", busca aprovação e reconhecimento por tudo o que faz, sempre querendo se sentir importante para as pessoas, pois na verdade, não se sente importante para si mesma. Com isso, se abandona cada vez mais.

A auto-estima também influencia a escolha dos relacionamentos e a forma com nos relacionamos em geral. Aqueles com elevado amor-próprio em geral atraem pessoas com a mesma característica, gerando uniões saudáveis, criativas e harmoniosas. Já a baixa auto-estima acaba atraindo ou mantendo relacionamentos destrutivos e dolorosos. Quando há amor-próprio não se deixa envolver nem manter relações destrutivas.

Conviver é preciso! Somos o resultado exclusivo dos relacionamentos humanos que temos na terra. Nós somos a qualidade dos relacionamentos humanos que nos temos na terra. Quando pequeninos convivemos com nossos pais, amigos de nossos pais, vizinhos, parentes. Quando crescemos passamos a escolher as pessoas com as quais queremos conviver.

Ninguém é feliz ou se realiza sozinho. Nossa realização se dá no outro e pelo outro. O diferente é necessário em nossa vida. O diferente nos completa. Nesta vida, disse certa vez José Luiz Tejon, precisamos de cinco níveis de relacionamentos humanos. Gente de verdade, que convivemos. Gente da sua vida real.

Relações de amor. Amor Eros, afetivo, fraternal, paternal, materno, filial de amigos.

Relações Intelectuais. Gente que processa informação, o conhecimento do mundo. Pessoas que buscam o conhecimentos em geral. Nascemos gerados e precisamos destas relações pra aprender as coisas do mundo, da ciência, etc.

Relações racionais. Amigos, pessoas, conhecidos que trabalham com a razão. As coisas que exigem a razão, com as coisas que precisam ser feitas hoje agora. Advogados, contadores etc. Pessoas que te trazem pro chão, pro planeta, aqui agora hoje.

Relações espirituais. Precisamos nos relacionar com pessoas que tenham a capacidade da espiritualidade. O que transcende aquilo que você não enxerga, não vê. Pois mais de 90% do que existe no universo é desconhecido pra nós, não vemos.A espiritualidade, a transcendência seja na arte, seja na filosofia, seja na religião. O transcende é o invisível dentro de você.

Relações provocadoras. Nenhum dos grupos anteriores funciona se o grupo dos provocadores não existir. Neste grupo de pessoas estão aqueles que nos provocam, os adversários, dos concorrentes, dos que pegam no pé, que enchem o saco que nos fazem andar. Aqueles que cutucam, colocam uma tocha atrás da gente. Este grupo de pessoas nos estimulam a romper barreiras, preconceitos porque sem ele de nada vale o amor, o intelectual, o racional e o espiritual. Devemos buscar cultivar este grupo de pessoas.

Não é preciso cair de amor por todo mundo, nem buscar ser amigo de todos, mas criar um convivência saudável com todos. Se respeitando em primeiro lugar e depois respeitando cada um em sua individualidade.

Há também uma relação direta e muito importante entre desempenho profissional e auto-estima. A pessoa que tem uma autoestima saudável e zela por ela consegue se relacionar bem com todos, inclusive com as que menos lhe atraem, as pessoas difíceis do ponto de vista pessoal.

Por fim nesta vida o que buscamos, pelas nossas relações e tantas outras coisas que envolvem a vida humana, é a felicidade. Queremos e devemos ser felizes. Para tanto devemos escolher a felicidade como opção de vida, buscarmos relacionamentos saudáveis e contribuirmos para eles.

Na verdade, todos estamos à procura de amor. E esse sentimento ainda é o que rege tudo o que buscamos, fazemos e somos. Principalmente o amor por si mesmo, que é a base da construção da auto-estima e relações saudáveis para uma vida mais feliz. Vamos começar?

Gleisson Melo
Enviado por Gleisson Melo em 03/02/2012
Reeditado em 22/06/2013
Código do texto: T3478437
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.