COMO DEIXEI DE FUMAR

(SEM ESTRESSE, SEM TRAUMA)

Conto direto, sem rodeios.

Um dia, resolvi marcar rigorosamente os horários em que eu fumava. Quase quarenta horários no dia; quase quarenta cigarros.

O primeiro cigarro que eu fumava no dia, acendia-o ainda deitado, assim que acordava, por volta das 5 e 15, já que eu começava o trabalho às seis horas da matina. Este era o cigarro ao qual eu dera o número 1. Por volta das onze da noite, quando eu ia dormir, tinha dado um número perto de quarenta ao último cigarro dia.

Resolvi suprimir de minha vida, apenas o cigarro número 1, durante uma semana, e fumava todos os outros. Não foi difícil levantar-me sem fumar aquele que então era o primeiro.

Semana seguinte, ele já não me fazia nenhuma, absolutamente, nenhuma falta. Fiquei animadíssimo: tinha largado de fumar – o primeiro cigarro. Fiz o quê? Aboli, com rara facilidade, durante a segunda semana, aquele que era o cigarro de número três. Fumei durante essa segunda semana o cigarro número dois e todos os outros.

No início da terceira semana, eu tinha largado outra vez de fumar – largado o cigarro número três. Suprimi, durante a semana que começava, o cigarro de número cinco. Fácil, fácil. Bastou apenas atenção, critério.

E assim foi. A cada semana eu deixava de fumar o próximo cigarro de número ímpar. Ao fim de vinte semanas (cinco meses), eu encurtara meu vício de 40 cigarros para 20. Duvido que você que está lendo este texto, faça uma leve ideia da alegria que se apossou de mim. E do ânimo.

Aí eu passei uma semana inteirinha fumando 20 cigarros por dia.

Refiz o programa. Suprimi na primeira semana do programa refeito, aquele que seria o cigarro número dois do dia. Semana seguinte, o número quatro; depois, o seis, o oito, o dez, até chegar ao 20. Assim se passaram dez semanas; e assim encurtei meu vício para dez cigarros por dia. Duvido que você que está lendo este texto, faça uma leve ideia da alegria que se apossou de mim. Neste ponto, preciso afirmar que os cigarros que não queimei, não me fizeram absolutamente nenhuma falta.

Outra vez, ainda, refiz o programa. Na primeira semana, não fumei o número um. Na segunda, o número três; o cinco, o sete, o nove. Reduzi meus cigarros para cinco ao dia. Deus é testemunha e sabe de minha alegria.

Refiz: Na primeira semana, não fumei o dois. Na segunda, o quatro. Quantos então eu fumava? Três! De quarenta, passei a fumar três. Economizava dinheiro, não fedia; economizava, sobretudo, saúde. Dia 19 de maio de 1.985 (um domingo), EU PAREI DE FUMAR. FAZ VINTE E SEIS ANOS QUE PAREI.

Quer saber? Tenho 63 anos, saúde excelente, disposição pra dar e vender. Bebo com moderação e me alimento bem. Nunca fui sedentário.

Lá em cima, eu disse: sem estresse, sem trauma. De fato. Eu não necessitei de me perguntar: como eu “me vou ver”, na roda de amigos, sem um cigarro? Não vivi essa “questão psicológica”, porque parei bem devagar, apenas com critério.

Se você pretende parar, tente esse método, comece. Só quem já fumou sabe quanto é bom não fumar.

Torço por você, meu irmão, minha irmã. Abraços. JOSÉ IZIDRO MANOEL.

Cuiabá, 22/12/2011.