Palestrante Espírita - compartilhando uma experiência

Gostaria de compartilhar uma experiência: sou espírita e este ano fui convidada a fazer minha primeira palestra em um Centro Espírita. Por ser estudante da casa, assim me orientaram:

- Escolha um tema que traga CONSOLO aos participantes. As pessoas vêm a uma casa espírita porque buscam algum tipo de consolo; seja para as provas e dificuldades que enfrentam no momento, seja referente alguma doença ou mesmo para lidar melhor com o desencarne de algum ente querido. Por isso não fale de coisas “técnicas” como psicofonia, psicografia, “incorporação”... busque um tema cuja mensagem promova o consolo e a evolução MORAL. (“Reforma Íntima”, em outras palavras).

Passei dias pensando em qual tema abordaria. Cheguei a pedir à dirigente de meu curso (também presidente da casa) que me indicasse alguns temas para eu poder escolher um entre eles. Ela apenas disse:

- Busque um tema no livro “Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. Ali você encontrará o que precisa.

Li novamente vários capítulos do livro procurando pelo tema ideal, sem no entanto conseguir me decidir.

Certa noite, já deitada na cama e totalmente sem sono, meu pensamento “viajou” e comecei a imaginar que estava no Centro Espírita e que era chegado o momento de minha palestra. Comecei a vivenciar este momento em meus pensamentos, e as palavras começaram a vir em minha mente e fluíam de forma tão natural, como se tudo de fato estivesse acontecendo. Rapidamente levantei da cama, acendi a luz, peguei um caderno e comecei a escrever tudo o que vinha à minha mente... e assim, aproximadamente quarenta minutos depois, estava pronto o texto de minha palestra!

No dia seguinte, reli o que havia escrito e fiz uma correção ou outra... pequenas alterações apenas para melhorar o texto, que falava sobre a “Felicidade Real”. Depois, lendo o “Evangelho Segundo o Espiritismo”, percebi que o texto tinha relação com um subcapítulo intitulado “A Felicidade Irreal”.

Chegou enfim a semana em que aconteceria a palestra. Relendo o texto preparado, senti certa insegurança, pois achei que era muito simples e que eu deveria talvez mudar o tema... Mas então lembrei a maneira como havia “produzido” aquele texto – ou talvez deva dizer: “recebido” o texto. Então pensei comigo:

“Nada é por acaso! Provavelmente alguém que estará presente à palestra neste dia, necessita desta mensagem!”

E assim resolvi manter o texto e o tema, sem saber que a maior beneficiária da mensagem seria EU MESMA. Era eu quem precisava daquela lição...

Estudei bem o texto lendo-o diversas vezes; simulei a apresentação em minha casa e estava tranqüila para a apresentação. Um dia antes da palestra recebi um e-mail de uma amiga, com um texto que falava sobre a SIMPLICIDADE - como podemos encontrar a felicidade nas coisas mais simples da vida e ser felizes vivendo também de maneira mais simples. Este texto que recebi estava totalmente de acordo com a palestra que eu daria no dia seguinte, por isso o separei para lê-lo também no Centro Espírita.

Interessante que a pessoa que o enviou para mim, não fazia nenhuma idéia de que eu tinha uma palestra marcada para o dia seguinte e que o conteúdo estava totalmente dentro do tema proposto. Mas como espírita, sei bem que “coincidências” não existem... tudo tem seu motivo maior e as coisas simplesmente acontecem guiadas pela mão de Deus.

Chegou então o momento da palestra. Eu estava tranqüila, pois havia me preparado e dominava bem o conteúdo de que deveria falar.

A palestra correu normalmente e em alguns momentos senti que tudo fluía com uma facilidade imensa, como se de fato houvesse “alguém” agindo e falando através de mim, apesar de eu manter total consciência de tudo.

Passada agora a palestra, faço uma análise e agradeço a Deus esta oportunidade, que me fez entender de forma clara que quando falamos a alguém, na verdade estamos falando a nós mesmos! Todo o conteúdo da palestra era voltado para mim, para minha própria vida... e se serviu para mim, provavelmente também serviu para alguém entre os demais que a assistiram.

As pessoas costumam achar que a parte difícil de fazer uma palestra em um Centro Espírita é você se expor, falar em público... o que tenho a dizer é que esta foi a parte mais fácil, até porque sou professora e estou acostumada a falar em público (aos alunos). A parte difícil foi (e continua sendo) VIVENCIAR tudo aquilo que falei.

A mensagem da palestra – “A Felicidade Real” – nos chamava atenção para a importância de valorizar o que realmente deve ser valorizado. Agradecer tudo de bom que temos em vez de chorar ou reclamar pelas coisas que não estão de acordo com nossa vontade.

Diversas vezes, durante meu preparo para a palestra, me peguei “puxando minha própria orelha”. Eu me perguntava:

“Será que estou vivenciando o que estou prestes a falar para o público? Lembre-se de que quem apenas fala e não vivencia suas próprias palavras, age na HIPOCRISIA”.

Assim, a experiência de realizar esta palestra na Casa Espírita que participo, foi imensamente rica para mim. Provavelmente foi a forma que meu Anjo da Guarda encontrou para me trazer a lição que necessito aprender – e só tenho a agradecer essa experiência e desejar que de alguma forma a mensagem tenha também contribuído com aqueles que a ouviram. Pois para mim, foi de grande valor!

Lady J
Enviado por Lady J em 03/10/2011
Reeditado em 03/10/2011
Código do texto: T3255302
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