Atender bem ultrapassa os limites da formalidade

A questão do atendimento ao cliente tem ocupado amplamente o interesse das empresas. Muito se tem estudado e se dedicado a desenvolver estratégias que buscam cuidar, cada vez melhor, do cliente. Investe-se na qualificação dos funcionários com o objetivo de aprimorar o atendimento e assim, conquistar sua fidelidade.

No entanto a realidade aponta para outros diferenciais que provocam reações mais favoráveis. Além da satisfação do cliente é preciso desenvolver um vínculo entre a empresa e este cliente, de tal sorte que provoque a lealdade, e esta, ultrapassa a mera satisfação.

Necessário se faz compreender que a empresa é o produto do comportamento das pessoas que a constituem. Lembrando que o cliente é também pessoa, torna-se fácil perceber que a relação interpessoal é que determina o grau de lealdade que se estabelece entre elas.

Quando consideramos o comportamento, trazemos à tona a consistência das ações, as intenções e valores que nele transparecem, e que são responsáveis pela construção de “pontes” que ligam o coração das pessoas, propiciando assim espaço seguro e confiável, onde transita a tão desejada lealdade.

Ouvir o cliente torna-se mais que apenas levantar suas necessidades em relação ao produto ou serviço, que a empresa oferece. É fundamental associar a satisfação da necessidade com o contentamento que esta satisfação produz. E isso só é possível quando o relacionamento humano ganha profundidade, qualidade no convívio, um valor autêntico criando, pois, um elo inquebrantável. Desta forma, o cliente nem se imagina negociando com outra empresa, ou permitindo-se envolver com alguma conversa ou ação que deprecie esta empresa. Estará sempre disposto a divulgar a atenção especial que dela recebe, enfatizando a eficácia em seu procedimento.

A vida em sua essência é transformação; as mudanças não param de acontecer e as relações sócio-econômicas, ocorrem dentro deste cenário dinâmico que pressiona toda a sociedade. É inevitável acompanhá-las e criar instrumentos que possibilitem a versatilidade em aprofundar as relações humanas.

Conquistamos o desenvolvimento tecnológico; a excelência na divulgação das vantagens que o produto ou serviço oferece; o requinte de subprodutos que se associam a ele, porém, lidamos com a incapacidade em cumpri-los na medida em que foram garantidos, vez que esbarramos em impedimentos que fogem ao nosso controle.

Portanto, temos aí um impasse que não nos permite conservar o cliente totalmente satisfeito e, no entanto, não há possibilidade de reverter esta questão, já que não alinhamos a empresa à realidade.

O desafio aí está. Estruturarmos, de maneira satisfatória, a mudança social, retomando, talvez, algo que se perdeu ou, quem sabe, deixou-se de lado: A valorização do relacionamento humano.

A comunicação, a visão sistêmica, a conexão do micro com o macro, a criatividade, a determinação de aprender e o respeito, me parecem ser os ingredientes básicos que deverão ser utilizados na composição da sociedade que estamos presenciando se formar.

Viver é aventurar-se a vencer os obstáculos empenhando-se em conhecer, o mais possível, as dificuldades que vão surgindo. Realizar esta façanha sozinho é colocar-se em risco permanente, porém, se o fazemos em conjunto, valorizando os parceiros, atuando em sintonia com todos que nos cercam, teremos resultados surpreendentes, além de colaborar na construção de um mundo melhor.

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 26/11/2006
Código do texto: T301785