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O 3º MILÊNIO – O QUE NOS ESPERA?
JB Xavier
Parte 01
Todos nós, de certa forma, buscamos a eternidade. Seja através da arte, dos filhos, ou de outro meio qualquer que nos projete no futuro. (Ver artigo
“Em Busca da Permanência”.)
 
Assim, penso, nos cabe, no amanhecer do terceiro milênio, uma reflexão sobre nosso futuro mediato.
 
Somos todos passageiros de uma gigantesca nave espacial, a Terra. Para quantos passageiros teria sido construída? Esta é a primeira questão decisiva para a sobrevivência desta espaçonave sobre a qual os planejadores precisam se debruçar. Por enquanto, e parece que por muito tempo ainda, só teremos ela para nos abrigar em nossa viagem pelo cosmo.
 
Esta é a Terra como hoje se oferece ao homem: Uma nave espacial cósmica, em rota através da noite sem fim do universo. Sua construção é invulgar e extremamente frágil para a gigantesca viagem a que se propõe: Suas paredes não são de chapas de aço, mas de partículas atômicas sensíveis que o magnetismo terrestre dispõe em capas.
 
A cabine não é plana, e está montada sobre uma placa rochosa. Apesar disso, a nave espacial Terra não se distingue em nada de uma espaçonave comum ou de uma estação espacial típica.
 
A análise do crescimento populacional e sua tendência é crucial para entendermos as transformações que ocorrerão na geografia do mundo e as alterações do meio ambiente e sustentabilidade que nos esperam num futuro próximo.
 
Em termos históricos, tão recentemente quanto até a Primeira Revolução Industrial, no século XVIII, portanto, há meros trezentos anos, a população desta nave espacial era de menos que 1 bilhão de passageiros. Entretanto, conforme dados divulgados em 2010 pelo Fundo de População das Nações Unidas (Fnuap), ela saltou para formidáveis 6,9 bilhões de pessoas.
 
Aonde vamos parar? Ou, reformulando a pergunta, pararemos de crescer um dia? Como faremos para deter a escalada de passageiros de nossa frágil nave espacial, que, obviamente, tem um limite?
 
A pergunta é direta e exige resposta direta. Se continuarmos a tergiversar sobre o assunto, fazendo de conta que ele não existe, se deixarmos apenas por conta dos especialistas em demografia a discussão deste assunto, dia chegará em que a nave Terra, que tem sido tão gentil conosco ao longo dos milênios, dirá BASTA!
 
Mas como faremos isso, se devemos aos progressos conseguidos a duras penas, boa parte dessa explosão demográfica? Por exemplo: Um dos motivos para o aumento dos viajantes da nave espacial Terra foi o desenvolvimento tecnológico, e os da Medicina mais que todos, por prolongarem a expectativa de vida. Mas há outros, como a intensificação da produção de alimentos, as técnicas de armazenamento e de transporte, as noções de higiene etc.
 
O fato é que nossa nave espacial terá, até 2050 9 bilhões de pessoas! Ou seja, muitos de nossos filhos e certamente nossos netos viverão neste mundo. E isto numa projeção otimista, onde se adotou uma taxa de crescimento populacional de 0,33% ao ano, bem inferior à taxa atual, que é de 1,2%.
 
A má notícia? É que a população crescerá justamente nos locais onde há menor condição de mantê-la: Os continentes africano e asiático, além da América Latina.
 
Em contrapartida, Europa poderá ter crescimento negativo! O insano disso tudo é que o que poderia ser uma boa notícia para os europeus, é na verdade um grande problema, porque as baixas sofridas pel Europa serão ocupadas, obviamente, pelo transbordamento de pessoas nos países pobres.  
 
Com 6,9 bilhões de passageiros a bordo, que possuem, como nunca, o poder de modificá-la,  Onde a conduzirão? Conduzi-la-ão ao paraíso imaginado pelo homem? Destruí-la-ão?
 
Qualquer nave espacial é construída para abrigar determinado número de passageiros. Numa missão espacial da NASA, os vôos orbitais são planejados para a sobrevivência de um número exato de pessoas. Um a mais que pegasse carona nesse vôo, morreria de fome, ou de frio. Do mesmo modo, há um limite para a nave espacial Terra. Para quantos passageiros teria sido ela construída? Essa é uma questão decisiva que os planejadores terão que urgentemente responder e com a qual devemos começar a nos preocupar.
 
Os planejadores do passado já contaram e recontaram, fizeram e refizeram as estimativas de lotação dessa nave espacial, e, pelos seus cálculos, essa lotação máxima já foi atingida há muito tempo. Ainda assim, o homem tem conseguido extrair de sua espaçonave os recursos necessários à sua sobrevivência.
 
Hoje, os planejadores de plantão afirmam que ainda não atingimos o limite dessa extração. O que precisamos, dizem eles, é aprender a distribuir o seu produto de maneira equânime. O volume do desperdício mundial de recursos, sejam de geração de energia, de alimentos ou de bens - segundo eles – é praticamente igual ao volume efetivamente consumido! Por esse raciocínio, infere-se que a nave espacial Terra, suportaria, em tese, o dobro dos passageiros que agora abriga.
 
Digo em tese, porque há outros fatores envolvidos na sobrevivência da raça humana, além dos nomeados acima.
 
Há mais de cinqüenta anos se conhecem os efeitos da superpopulação. Em experimentos de laboratório, cobaias devoravam-se umas às outras depois de ultrapassado determinado número de indivíduos por unidade de espaço físico. Ou seja, cada indivíduo precisa de um determinado espaço físico ao redor de si. Sem esse espaço o tecido social se rompe.
 
John Femlin, um cientista estudioso do assunto, forneceu um limite máximo absoluto para o número de pessoas sobre o planeta: 120 pessoas por metro quadrado, incluído os mares. O mundo imaginado pelo cientista é um mundo pavoroso. Ele não considerou os recursos naturais como fatores limitantes do crescimento, porque partiu do princípio de que os homens, férteis em invenções, conseguiriam, prover as necessidades de alimento e habitação desse número de pessoas. O fator limitante, na verdade, seria o calor gerado por essa massa humana. “Ninguém gostaria de viver num mundo onde se morre pelo calor gerado pela própria humanidade” disse a respeito o zoólogo vienense Wolfgang Wieser.
 
Pois então saiba que a massa humana prevista por John Femlin – 60 trilhões de pessoas – será atingida em escassos 900 anos, se a população da terra continuar a crescer ao ritmo atual.
 
Atualmente, cada dia traz ao mundo 350.000 pessoas – mais de 120 milhões por ano, ou seja, pouco mais da metade da atual população brasileira. Isto significa que por volta do ano de 2030 – que muitos de nós alcançará - haverá cerca de 14 bilhões de pessoas sobre a terra, e em 2060, algo em torno dos 28 bilhões. Um cálculo da ONU, nos anos 70, informava que a Terra estaria com aproximadamente 7 bilhões de pessoas por volta do ano 2000. Isto mostra a precisão dessas projeções.
 
No presente momento, salvo se algo de extraordinário acontecer, dirigimo-nos a uma velocidade aterradora par a realidade descrita por Fremlin.
 
A questão central é: Em quantos bilhões deverá estaciona a população terrestre para que as pessoas que nela vivem possam ter um mínimo de qualidade de vida? A National Academy of Sciences, da Inglaterra considera 30 bilhões o limite. O economista britânico Colin Clark crê que o planeta estará completamente lotado quando tiver sobre sua superfície 35 bilhões de pessoas. Outros economistas admitem cifras mais elevadas. O americano De Witt fala em 146 bilhões. Com esse número cada habitante disporia de 750 m2 de espaço vital, o que, segundo ele, seria suficiente. “Nossas cidades atuais” – raciocina ele - “disponibiliza em média 220 m2 para cada habitante, e ainda assim há espaço para parques de diversões, praças etc.”.
 
Obviamente, sabemos que a distribuição de um espaço tão exíguo, e, portanto muito valorizado, não seria igualitária, e, portanto, teríamos, a julgar pelos parâmetros atuais, uma enorme massa de pessoas vivendo em situação absolutamente insustentável. Hoje já é possível se ter uma clara idéia desse problema.
 
O ideal seria que a espaçonave Terra não atingisse esses limites de população, mas a descoberta inquietante é: as possibilidades de conter o aumento populacional antes dos 15 bilhões é praticamente nula.
 
Até pouco tempo atrás, o planejamento da população era feito em função de uma data mágica: o ano 2000. Agora ele é pensado em função de um número: 15.000.000.000. Pouco mais que o dobro da população terrestre atual.
 
Fim da Parte 01
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THE 3th MILLENNIUM-WHAT'S WAITING FOR US? PART 1
JB Xavier

All of us in some way, seek eternity. Whether through art, children, or any other means that we use to project the future.
 
So, I think, we should make a reflection about our near future, at the dawn of the third millennium.
 
We are all passengers of a spaceship named “Earth”. How many passengers would have been it built for? This is the first decisive question for the survival of the spacecraft on which planners need to address his attentions. For now, and it seems that for a long time, we’ve got only this spaceship to take us in our journey through the cosmos.
 
This is how the Earth today is offered to mankind: A cosmic spacecraft, en route through the endless night of the universe. Its construction is unusual and extremely fragile to the giant travel which it is proposed for: Its walls are not made of steel plates, but sensitive atomic particle that the terrestrial magnetism put in covers.
 
The cabin is not flat, and is mounted on a rock plate. nevertheless, the spaceship Earth is no different at all from a common spacecraft or a typical space station.
 
The analysis of population growth and its tendency is crucial for understanding the transformations that take place in world geography and changes in environment and sustainability that await us in the near future.
 
In historical terms, even as recently as the First Industrial Revolution in the seventieth century, therefore, a mere three hundred years ago, the population of the spacecraft was less than 1 billion passengers. However, according to data released in 2010 by the United Nations Population Fund (UNFPA), she jumped into stunning 6.9 billion people.
 
Where do we stop? Or, reframing the question, will we stop growing one day? How do we stop the escalation of passenger of our fragile spacecraft, which obviously has a limit?
 
The question is straightforward and requires a direct answer. If we continue to tergiversate about it, pretending it does not exist, if we leave the problem only in the hands of demographic experts, the day will come when the spaceship Earth, which has been so kind to us over the millennia, say ENOUGH!
 
But how do we do that if we  must to debit to progress we got on hard way, much of the population explosion? For example: One of the reasons for the increase of travelers from Spaceship Earth was the technological development of medicine and most of all, to prolong life expectancy. But there are others such as intensification of food production, the techniques of storage and transport, the notions of hygiene etc..
 
The fact is that our spaceship will have nine billion people in 2050! So, many of our children and our grandchildren certainly will live in this crazy world. And this in an optimistic projection, which adopted a population growth rate of 0.33% per annum, too much below the current rate, which is 1.2%.
 
The bad news? It's just that the population will grow in places where there is less condition to support it; The African and Asian continents, and Latin America.
 
In contrast, Europe may have negative growth! The insane thing about this is that what could be a good news for Europeans, is actually their biggest problem, because the casualties will be occupied, of course, by the overflow of people in poor countries.
 
With 6.9 billion passengers on board, that have, like never had, the power to modify it, where will they lead it? Will they lead it to paradise imagined by man? Will they destroy it?
 
Any spacecraft is built to shelter certain number of passengers. An NASA space mission, the orbital flights are planned for the survival of an exact number of people. More than one that catch a ride on this flight, would die of hunger or cold. Similarly, there is a limit to the spaceship Earth. How many passengers would it have been built for? This is a crucial question that planners will have to respond urgently and with which we should start to worry.
 
The planners of the past already counted several times, made and remade the estimated capacity of spacecraft Earth, and by his calculations, the maximum capacity has been reached long ago. Still, the man has managed to extract from their spacecraft resources needed for their survival.
 
Today, planners say that the spaceship has not reached the limit of extraction yet. What we need, they say, is to learn to distribute their product fairly. The volume of the global waste of resources, no matter if energy generation, food or goods - they say - is almost equal to the volume actually consumed! By this reasoning, it appears that the spaceship Earth, can, in theory, sustain the double of the number of passengers that now shelter.
 
I say theoretically, because there are other factors involved in the survival of mankind, than those named above.
 
For over fifty years the scientists knows the effects of overpopulation. In laboratory experiments, guinea-pigs devoured each other after exceeding a certain number of individuals per unit of physical space. So, each individual needs a certain physical space around it. Without this space disrupts the social fabric.
 
John Femlin, a scientist expert in the subject, provided an absolute ceiling for the number of people on the planet: 120 people per square meter, including the seas. The world imagined by the scientist is a terrifying world. He did not consider natural resources as factors limiting growth, because he assumed that men, fertile in invention, could providing the food and housing needs of people. The limiting factor, in fact, would be the heat generated by this mass of humanity. "Nobody wants to live in a world where one dies by the heat generated by humanity itself" said the Viennese zoologist Wolfgang Wieser.
 
Well, then you must to know that the human body provided by John Femlin - 60 trillion people - will be reached within a few 900 years, if the earth's population continues to grow at current pace.
 
Currently, each day brings 350,000 people to the world - over 120 million per year, or slightly more than half the current population of Brazil. This means that by the year 2030 - which many of us reach - there will be about 14 billion people on earth, and in 2060, somewhere around 28 billion. According a calculation of the United Nations Organization, in seventies, reported that the Earth would be about 7 billion people by the year 2000. This shows the accuracy of its projections.
 
At the present time, unless something extraordinary happens, we turn to a frightening speed toe the reality described by Fremlin.
 
The central question is: How many billions should stop the world population for people who live there can have a minimum quality of life? The England's National Academy of Sciences, believes that 30 billion is the limit. The British economist Colin Clark believes that the planet is completely full when its surface has 35 billion people. Other economists admit higher numbers. The American De Witt speaks around 146 billion. With this number every inhabitant would have 750 m2 of living space, which he said would be enough. " Today our cities" - he says - "offers 220 m2 on average per inhabitant, and yet there is room for amusement parks, squares, etc.."
 
Obviously, we know that the distribution of a space so tight, and therefore highly valued, it would not be equitable, and therefore we would have, judging by today's standards, a huge mass of people living in absolutely untenable situation. Today it is possible to have a clear idea of this problem.
 
Ideally, the Earth spacecraft did not reach these limits of population, but the troubling discovery is: the possibility of the population stop  to growth before the 15 billion is practically nil.
 
Until recently, population planning was done according to a magical date: 2000. Now it is thought due to a number: 15.000.000.000. Little more than double the current population on Earth.
 
End of Part 01
JB Xavier
Enviado por JB Xavier em 12/04/2011
Reeditado em 13/09/2011
Código do texto: T2903746
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