Velha criança.

Quando criança costumava guardar o que aprendia, e mesmo que fosse lenda ou fato concreto, não importava, pois assim que fora dito ficava eternamente preso na minha mente. E muitos destes casos permaneceram pela vida toda, mas na minha fase adulta, já nos plenos poderes do conhecimento, ainda relutava em esquecer ou deixar de lado certos dizeres que ouvi quando ainda vivia a minha infância. E mesmo hoje quando sempre dizem que não tem nada a ver o que me falaram, ainda prefiro ficar com o que a minha imaginação me proporcionou naqueles belos tempos, podendo assim manter sempre a minha fantasia, que neste mundo agora tão conturbado, consigo com isto me manter afastado de tudo que me possa parecer agressivo, destrutivo, porque ainda sonho os mesmos sonhos do passado.

Nada nos obriga a esquecer a criança que existe dentro de nós só porque viramos adultos, e aqueles que ainda conseguem mantê-la presente entendem mais sobre respeito, obediência, e tudo mais que se possa levar a paz, porque isto são valores que alguém lhes repassou quando ainda ensaiavam os primeiros passos. E é assim que me sinto, uma velha criança, com todos os ditos de outrora, com todas as fábulas, e as fantasias, pois guardo ainda comigo que aquela sombra na lua quando vista daqui da terra era sem duvida São Jorge montado em seu belo cavalo, fazer o que! Se foi isto que um dia me falaram. Isto não é querer fugir da realidade, é apenas o meu modo de não deixar que certos fatos venham a distorcer o que há muito tempo tenho comigo guardado, esta criança, que a meu ver, muitos não deveriam deixar vir a morrer.

DIASMONTE
Enviado por DIASMONTE em 18/01/2011
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