A ESCOLA NÃO COMEMORA OU NÃO COM MEMÓRIA?

domingo, 14 de março de 2010

Claudeci Ferreira de Andrade

A nota alta da semana foi “Dia Nacional da Alfabetização". O Brasil todo comemorou, tratando avidamente do assunto! Será que as entidades de ensino lembraram-se? As que frequento não, e o Brasil também não, ou melhor, pelo menos não vi! Por essa e outras tantas razões, creio que realmente atravessamos um tempo de insensibilidade intencional, com relação às influências dos temas sociais no currículo das entidades públicas educacionais. E digo melhor, as datas comemorativas são devidamente sugestivas para a inserção de nossos alunos na cultura e nos conhecimentos sociais. Mas, quem é culpado dessa vacância?

Para uma atuação correta é preciso entender a importância e o papel da escola na comunidade. Enquanto, os atores da entidade não se entenderem, o conflito permanecerá com maior prejuízo para o alunado. Não bastaria um ou outro professor lembrar e pedir simples atividades de última hora para a classe realizar, as datas comemorativas e as festividades sociais deveriam está no planejamento pedagógico da unidade escolar (coordenadora pedagógica plantada na sala de professor não é útil a escola toda!) e, levado à concretização depois de encontros reflexivos com os docentes para maior fluxo de novas ideias e ampliação, vejam que falei encontros reflexivos, não “paradas pedagógicas” que é uma expressão pejorativa!

Talvez eu esteja enganado, pensando que tudo pode ser tão simples assim! Quem vai tomar a iniciativa? Eis a grande questão! Até porque em muitos setores, pode não haver meios, recursos humanos e materiais, isso eu compreendo, só não sei mesmo é quem poderia articular o evento, por causa dos encaixes: tema tal é pertinente a que tal e tal, quem será o tal responsável! E coisa e tal! Também, os propósitos podem tornar-se tão destorcidos que se opina melhor pela inatividade.

É! Selecionar um tema transversal, um aqui, outro acolá, examinando sei lá o quê! Na esperança de haver feito a melhor escolha, será que vale o desgaste detetivesco! “Cada onça de impureza custa o seu preço em ouro!”

Na tentativa de explicar melhor tudo que quero dizer: se queremos uma escola atualizada inteligentemente e útil, precisamos deixar de sermos ignorantes a respeito de como queremos atender as necessidades de nossos alunos. Se queremos que eles sejam intelectuais, precisamos incentivá-los a largar a mesmice. Se queremos fazer deles cidadãos, precisamos inseri-los corretamente nos assuntos do mundo letrado. O reverso disso significa que, se queremos que eles, nossos alunos, sejam “nada na vida”, deixemos-los como estão para vermos como é que ficam!