sinais e o poeta

Estive pensando hoje sobre o que é a poesia...

Li alguns alguns textos e francamente ainda nao tenho uma ideia clara...

continuo a escreve-la, ou melhor a capturá-la, pois a poesia está no mundo

estamos rodeada por ela.

Os poetas tem essa sensibilidade, esse abandono no mundo, que lhe permite

enxergar um pouco mais que a maioria dos mortais...

Isso passa pela aceitação da vida.

Aceitar os dois lados da vida, principalmente seu lado B, seu lado sombra...

Um riso bonito é aquele contaminado e misturado ou, até mesmo confundido com a tristeza...

Porque é uma expressão otimista de uma vida nem sempre feliz...O poeta ver

esse cinza quase preto que serve como paramentro para alegria.

As pessoas procuram a felicidade o tempo todo e o fazem com um lanço na mão..

prender as situações ou mesmo seus amores. Não funciona, porque esse fluir

que dá gosto e misterio ao mundo.

O homem cansado é aquele que conseguiu o impossivel, criou uma realidade

pra morar. O cansaço vem da profunda insatisfação de viver uma vida sem renovaçao

ou criatividade.

O poeta é um criador de sinais. Ele vai pelas profundezas da vida e deixa pistas.

Pra ele reconhecer o caminho percorrido e acima de tudo pra ser encontrado.

poemas sao ilhas de salvação, um lugar pra respirar ou passar a noite, nessa corrida

de encontro a eternidade...

Todos fugimos da dor. A dor é nosso bicho-papão.

Se perguntarem as crianças como é esse bicho, receberemos respostas variadas,

pois essa impessoalidade do medo permite criar subjetivamente o monstro que cada um

suporta. O enfrentamento desses limites nos causa dor, nosso corpo se contrai.

Desconstruimos formas e perspectiva do mundo.

Aceitar o mundo em suas diversas facetas é o que faz o poeta.

Ele enxerga uma possibilidade diferente e o escreve graficamente. E isso só é possivel

porque ele entra inteiramente nessa experiencia. O corpo inteiro, a mente inteira.

Uma poesia verdadera, pelos menos assim compreendo, é essa ausencia do medo, que confundida com o proprio amor, dá forças prosseguir um caminho nem sempre saboroso.

Muitas vezes o poeta chega em lugares tenebrosos. Sua exploração não é chegar ao paraiso.

É chegar em algum lugar e transformá-lo.

O poeta entrega seu mundo, que antes era tenebroso, transformado, transmutado. Essa alquimia

é um presente do poeta ao mundo.

"pode vir que aqui é seguro" agora é seguro, porque alguém ja percorreu