BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O “STRESS”

BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O “STRESS”

Dr. Wagner Paulon

11/2009

Alguém já não se sentiu “estressado” em determinados momentos da vida? Já ouvimos tantas vezes que “aquela pessoa está com stress” ou “vá viajar, você anda estressado!”.

Existem pessoas que procuram tratamento para “curar o stress”, necessitam de ajuda porque andam estressadas e sua vida esta muito desagregada. Nas livrarias, bancas de jornal, restaurantes, padarias e em uma infinidade de lugares encontramos livros de auto ajuda, sobre o tema estresse.

Afinal, o que é “stress”? O dicionarista Aurélio Buarque de Hollanda define estresse (ou “stress”) como “o conjunto de reações do organismo à agressões de ordem física, psíquica, infecciosa e outras capazes de perturbar-lhe a homeostase”.

Fica difícil entender na prática que reações exatamente são essas e, principalmente, se quando isso ocorre é sinal de que precisamos de tratamento médico ou, mais especificamente, de tratamento psiquiátrico.

O QUE ENTENDEMOS POR “STRESS”?

O “stress” é um estado específico que se caracteriza por uma série de mudanças no equilíbrio biológico ou psicológico de um indivíduo e que causam uma sensação de perigo iminente.

Conforme as pressões internas ou externas superam a capacidade do indivíduo responder a elas, ocorre um descontrole (desagregação) na maneira pela qual este indivíduo se organiza. A essa desagregação podemos chamar de “stress”. As pressões internas podem ser de ordem biológica (infecções, dores, traumas físicos e outras doenças) ou psicológica (medo, frustrações, luto) e as externas estão geralmente relacionadas a situações sociais e econômicas.

Fisiologicamente, o “stress” se caracteriza por causar o aumento da liberação cerebral (ou mais especificamente da Hipófise) de uma substância chamada hormônio adrenocorticotrópico ou ACTH. Esta liberação hormonal faz com que a glândula supra-renal (localizada acima dos rins) libere outro hormônio, chamado cortisol. Umas séries de situações são tidas como estressantes por provocar um aumento marcante na taxa de secreção do cortisol. Entre elas: qualquer tipo de trauma, infecção, calor ou frio intenso, intervenções cirurgias e doenças debilitantes. O cortisol atua aumentando, através de alterações do metabolismo corporal, as fontes de energia (incluindo a glicose) para preparar o indivíduo para um grande desgaste físico e/ou da psique.

PODEMOS DESIGNAR O “STRESS" COMO UMA DOENÇA?

O “stress” não é por si só uma doença médica, pois não satisfaz critérios básicos exigidos para isso. Porém, o “stress” pode tanto ser, como vimos anteriormente, a reação do indivíduo ao início de uma doença (“stress” como resposta), como a situação desencadeadora de uma doença ("stress" com estímulo).

Dentre as doenças médicas gerais (não psiquiátricas), algumas são famosas por terem seu início ou agravamento associado ao “stress”. Um exemplo desse tipo de doença é a asma brônquica, muitas vezes relacionada a um "stress" emocional que antecede as crises. Outros exemplos desse tipo são: úlcera, hipertiroidismo, impotência, infertilidade, rinite alérgica, esofagite, quadros dermatológicos e muitos outros.

Grande parte de pesquisadores dos Distúrbios Psiquiátricos preocuparam-se em investigar se o "stress" poderia ser um fator de predisposição para as diferentes doenças mentais. Ou seja, uma tendência biológica ou psicológica que a pessoa desenvolveria em algum momento da vida, uma doença mental.

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