O que, REALMENTE, deveria ter constado nesse (des) ACORDO ORTOGRÁFICO - "capítulo" II

Em continuidade ao nosso artigo de ontem,

que traz o título acima, apresentamos mais três itens que, também

deveriam integrar o pretenso (des) acordo ortográfico (apenas a tí-

tulo de esclarecimento : a expressão irônica "(des)acordo ortográfi-

co" para nominar essa discutível reforma ortográfica ainda não está

sacramentada por Portugal. Como, então, atribuir o título de "acordo"

ortográfico, se um dos dois mais proeminentes participantes - Portu-

gal, no caso - ainda não começou a adotá-lo e se ainda levanta ques-

tões a ele (o acordo) pertinentes ?

Bem, as nossas três sugestões de hoje se-

riam : (continuamos a partir do item 9, pois, ao que parece, em nosso

artigo anterior sobre o mesmo assunto, paramos no item 8)

9) ABOLIÇÃO dessa figura de linguagem chamada SILEPSE (que, para

nós, é uma negação de algumas das regras gramaticais, no que

se refere a CONCORDÂNCIA) .

Ex.: Hoje - seguindo o que estabelece essa figura de linguagem -

não seria erro, mas "possibilidade" essas alternativas :

"O povo SOFREM nos regimes políticos autoritários"

A justificativa para essa DIScordância verbal é que, ao se

usar o coletivo "povo" e considerando-se que por "povo"

deve-se entender "o conjunto de MILHARES ou MILHÕES

DE PESSOAS", deve -se, então, aplicar a chamada "concor-

dância ideológica", ou seja, aquela que toma por base a-

quilo em que estamos pensando (no caso, que "povo" é sinô-

nimo de "MILHARES ou MILHÕES de pessoas) e não o que re-

za (=preconiza/ensina) a Gramática da língua portuguesa.

10) ABOLIÇÃO da MESÓCLISE (um dos casos da COLOCAÇÃO PRO-

NOMINAL).

Entendemos - assim como a maioria das pessoas - que "a me-

sóclise é como essa famigerada lei dos 15 minutos para o cli-

ente ficar em fila de banco" : não "pegou", não deu certo.

E aquilo que não dá certo, não adianta insistir. Num universo

de 1000 pessoas, pelo menos 998 JAMAIS USARAM UMA FRASE

EMPREGANDO A MESÓCLISE. Ela é simplesmente detestável,

antipática. E quem se atreveria - a não ser em livro - a usá-

la numa linguagem coloquial ? Imagine, no meio de uma con-

versa entre amigos, um deles - o mais "intelectual" deles diri-

gir-se a um dos colegas e dizer-lhe :

"Emprestar-ME-ias 5 reais para eu pagar o ônibus para voltar

para casa" ? Risível. Ridículo!

11) ABOLIÇÃO do dígrafo XC,

como acontece na palavra "eXCesso", que deveria passar a

ser grafada assim : eceço (se bem que - pela imagem ortográ-

fica que já temos processado em nosso cérebro - é esquisita

"prá burro" essa forma. Mas, se é para facilitar...

13) Se fosse aplicada a TENTATIVA DE SE APROXIMAR A PARTE GRÁ-

FICA DA PARTE FONÉTICA (utilização do ALFABETO FONÉTICO) ,

também não se justificaria a continuidade da existência dos DÍ-

GRAFOS NASAIS (am/an, em/en, im/in, om/on, um/un).

Assim sendo, ao invés de grafarmos "SENSO" (=juízo), escreve-

ríamos assim : sêço (é um til sobre o "e" e não, acento circun-

flexo).

A adoção disso, excluiria mais uma das dificuldades ortográficas

existentes atualmente ("emprega-se M antes de P ou B e N antes

das demais consoantes". A palavra "bomba" seria : bõba )

14) Far -se-ia (olha a mesóclise aí, gente!) uma INVERSÃO dos termos

TÍPOLOGIA para GÊNEROS TEXTUAIS (aliás, num dos nossos arti-

gos anteriores, questionamos o emprego do primeiro - "tipologia" -

quando, para nós, o correto DEVERIA ser "gêneros textuais" : des-

crição, narração e dissertação. Só que ACRESCENTARÍAMOS um

quarto gênero : O GÊNERO I N F O R M A T I V O (abaixo expli-

caremos)

E por que questionamos isso ? Levando-se em conta o ASPECTO

SEMÂNTICO : A palavra GÊNERO tem um espectro semântico IMEN-

SAMENTE MAIOR, em termos de ordem de grandeza, se comparado

com "tipologia".

Defendemos que os GÊNEROS TEXTUAIS seriam os que hoje são

classificados como TIPOLOGIA TEXTUAL. Para nós, seria, a grosso

modo, melhor ilustrado assim :

Na área da representação cênica, por exemplo, te-

(ría) mos o GÊNERO TEATRAL. E dele fariam parte ou a ele

estariam ligados os seguintes tipos de textos teatrais : O drama,

a comédia, a tragicomédia, etc, etc.

O mesmo ocorreria - seguindo esse parâmetro - com

relação aos textos em geral :

(Repetindo:) Teríamos os citados QUATRO gêneros -

descrição, narração, dissertação e o texto INFORMATIVO - e

esses gêneros comportariam os seguintes "subgêneros textuais":

Tomando-se por base o gênero textual "NARRAÇÃO" :

Seus subgêneros possíveis (considerando-se que todos

os abaixo, por terem os elementos essenciais da narração : persona-

gens, tempo, espaço...,) seriam : fábula, crônica, romance, conto, etc.

Ao GÊNERO INFORMATIVO - tomando-se por base o

objetivo desse tipo de texto, e é o objetivo que caracteriza o texto -

estariam vinculados :

A carta, o telegrama...o texto instrucional, o texto

científico, o texto publicitário...e a esses se seguiria uma INFINIDADE

de outros TIPOS (e não, GÊNEROS).

(Gente, eu não "tô maluco" - embora tudo leve

a crer o contrário !).

Novamente, aguardo os comentários críticos

dos colegas professores de língua portuguesa (e/ou de outros leitores

em geral que se dignarem a tal...) .

É isso aí...

pedralis
Enviado por pedralis em 14/05/2009
Código do texto: T1593087
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