CRENTES ATEUS

Do mesmo modo que descrevi o caráter dos ateus crentes, demonstrando que a certeza dos ateus na não existência de Deus é firmada em crendices, pois jamais se produziu qualquer prova disso, e que ateus também são os que criam deuses, seja por ignorância quanto à existência de Deus ou por opor-se a Ele, neste texto demonstrarei o caráter dos crentes ateus, que confessam a existência de Deus, mas vivem como se Ele não existisse.

Sei, entretanto, que pessoas quererão classificar as posições humanas em relação a Deus entre ateus, ímpios e crentes, porém, isto para eles, pois no conceito bíblico os que ignoram a existência de Deus são tão ímpios quanto os que crêem em Deus, mas não se sujeitam a Ele, sendo que todo que rejeita ao Deus ativo, Criador de todas as coisas, é ateu, pois a etnologia da palavra ateu não requer classificação, significando apenas não Deus e não somos obrigados a aderir ou admitir a algo apenas porque esse algo existe e reconhecemos que existe. Por exemplo: política existe e ninguém contesta isso. Entretanto, há os apolíticos, ou não políticos, querendo dizer que desconhecem, não se envolvem, não praticam política.

Muitos dos que neste texto chamarei de crentes ateus, são de fato crentes, crêem na existência de um Deus Criador e pessoal, freqüentam igrejas cristãs, participam ativamente dos ofícios das suas congregações, más, na prática de suas vidas comuns, não reproduzem o caráter de Deus, demonstram desconhecer Sua soberania, ignorando Suas Leis, quando tratam mal Seus filhos, suas esposas, seus pais, quando remuneram mal seus funcionários, faltam com os respeito e misericórdia para com eles, não praticam a justiça, etc., sendo então ímpios, o que são todos que praticam a desumanidade e falta de misericórdia, certos de que seus atos não produzirão recompensa. Em regra, os ateus produzem caráter impiedoso, frio, desumano, injusto, sem compaixão, indiferente, certos de fazer o que é certo quando remuneram mal (o salário de mercado), quando não se apieda de um pedinte, pois o classifica de vagabundo e sem mérito, quando punem com impiedade, quando são intolerantes, ect.. O caráter vil dos ateus e ímpios, conforme a classificação que eles fazem de si mesmos, começa por não reconhecer a justiça, o que se dá quando ignoram as virtudes das pessoas e das coisas, como não reconhecer as qualidades elevadas dos ensinamentos bíblicos, seus efeitos positivos sobre os indivíduos e as sociedades em qualquer nível, seus objetivos e qualidades pacificadoras, agregativas, compassivas e justas, que defendem os direitos dos indivíduos, não por leis, mas por mudança no caráter de cada um, conformando-os com o pensamento que visa servir, não ser servido, doar-se, não tomar, dar a vez, não ser o primeiro, perdoar, não ser perdoado, tolerar, não ser tolerado, compreender, não ser compreendido, etc., que está muito acima do padrão de justiça propalado e praticado por ateus e ímpios.

Estou certo que a cristandade não deu bom exemplo durante o Feudalismo e a Idade Média, mas não é justo lembrar os três milhões que a dita “Santa” Inquisição matou em séculos e esconder os cem milhões que o ateísmo comunista matou em menos de um século. É justo também reconhecer que a Bíblia jamais instigou qualquer ação maldosa, discriminativa, injusta e violenta. Ao contrário, nos livros do Velho Testamento por diversas vezes foi dito que o estrangeiro teria os mesmo direitos do natural, que Deus era Deus para todos os povos e que Sua Casa seria casa de oração para todos os povos. E Jesus disse: “Ide Por todo o mundo pregando esse evangelho do reino a todas as nações, língua e povo (...)”.

Os que viriam a ser os iluministas, que passariam a decretar que Deus não existe, a exemplo de Voltaire, que dizia na França da revolução que Jesus era um impostor, decretando a inexistência de Deus, – esses que vieram a ser os que determinaram que a razão humana era deus, nada de seu sangue foi derramado em favor da liberdade de consciência e abertura científica. Justo é reconhecer que os mártires que produziram a abertura pela qual o conhecimento ganhou campo para se expandir foram os reformadores e os cientistas cristãos, que ao custo de excomunhão produziram o conhecimento que abriu a fresta por onde a luz permeou as trevas da Idade Escura.

É justo diferenciar cristandade de cristãos, os quais sempre existiram, mas considerar que no momento em que venceu Roma o cristianismo perdeu o caráter cristão, retornando ao paganismo, e Cristo passou a ser pregado como um carrasco, capaz, não de morrer para salvar e purificar o pecador, mas de matar para purificar a alma dos “impenitentes”. Todavia, apesar de que a Igreja mergulhou o mundo na Idade das Trevas, sempre houve resistência no interior da congregação, embora ao custo de muitas vidas que foram sacrificadas pelos católicos paganizados, além de resistência que sempre correu por fora da Igreja, sendo perseguida pelos matos e cavernas, recebendo denominação e tratamento de herege por querer preservar o cristianismo inicial. Essa força escondida, essas pessoas discriminadas, seus sacrifícios contínuos e ações aparente inúteis insistentes é que no final da Idade Média forçaram com o próprio sangue a abertura por onde todos passaram, da qual os próprios ateus se valeram para produzir mais conhecimentos, mas pegando carona no sangue dos mártires e dos pais da ciência moderna, que eram todos cristãos. Aliás, se não fosse Galileu, um excomungado da Igreja por praticar a ciência, talvez o ditos ateus ainda estivessem na alquimia em vês de praticando a ciência experimental, que, diga-se de passagem, os ateus resistiram até mais ou menos um século atrás.

Reitero que se não tivesse havido descrença jamais teria havido distorção e maldade, impiedade na sociedade humana. Se os crentes tivessem agido conforme a crença a qual professam jamais teria havido conflitos religiosos e a Idade Escura. É justo reconhecer que os verdadeiros crentes (os verdadeiros cristãos) jamais promoveram discriminação, injustiça, guerra e perseguição, ao contrário, foram perseguidos e esses devem ser distintos dos outros tidos por crentes, pois seu diferencial está em praticar verdadeiramente a Bíblia, não distorcê-la para negá-la ou favorecer intentos individuais. Aliás, diga-se de passagem, além de ser uma das mais atuantes entidades humanitárias no mundo, os membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia têm atuando nas guerras como médicos e enfermeiros, seja dentro dos exércitos, cuidando dos agressores e agredidos, seja na ajuda humanitária em assistência às vítimas. É bom saber que muitas pessoas nas localidades ribeirinhas do Mato Grosso, do Amazonas e localidades isoladas da América do Sul, África e outros recantos têm os médicos adventistas como única assistência de saúde que conhecem. Ao mesmo tempo, a Igreja Adventista mantém vários hospitais, patrocinando e promovendo pesquisas médicas em todos os níveis científicos em conjunto com suas universidades, estando à frente em qualidade de muitos outros estabelecimentos médicos e científicos. Isto tudo sem contar o trabalho assistencial local, reconhecido pelos órgãos reguladores dos governos e da ONU. Coincidentemente e Igreja Adventista do Sétimo Dia é a única que estuda a Bíblia como livro de vestibular, como objeto científico, restaurando a prática dos mandamentos de Deus, demonstrando seus efeito na vida física, intelectual, espiritual e social de seus praticantes e convivas, ensinando o amor ao próximo como a nós mesmos, a justiça, a igualdade (o que os ateus e ímpios não concordam), a misericórdia e a ação humanitária desde ao vizinho até os mais distantes confins. Isto tudo posto de forma sucinta para não acabar escrevendo um livro.

Portanto, decretar que crentes são irracionais e que o cristianismo promoveu mortes e guerras é simplesmente mais um ato de preconceito de minimização, redução, “ensacamento” pois, embora não se possa ter e nunca se terá provas científicas de que Deus existe (no caso do ateísmo também não se tem do contrário), a crença nEle não é tabu, pois há evidências contundentes em número infinitamente superior, seja na natureza, no Universo e nas vidas das pessoas, além que há trabalhos científicos sérios reforçando evidências e trazendo provas da infalibilidade da Bíblia, o que produzirá sempre maior confiabilidade também na afirmativa bíblica de que Ele existe, sendo que na vida dos indivíduos eles mesmos percebem Sua atuação, às vezes, direta.

Quanto a mim, porém, não preciso de milagres, tampouco provas científicas para reconhecer a atuação de um ser inteligente na coerência da natureza e da natureza animal e humana. Sou inteligente o suficiente para não precisar que me provem o que está diante dos meus olhos. Tenho inteligência também para ver que os mecanismos de nosso DNA perderam um pouco a coerência matemática, pelo que, apesar que funcionam ao ponto de nos formar e reproduzir, nos permitem degenerar e morrer, isso porque também sei que agregamos fatores agressivos e desestabilizastes à nossa vida por causa de nossa atuação à parte do Manuel de Instruções do Fabricante, a Bíblia. Isto porque a maioria de nós ignora propositalmente o Fabricante, outros opõe-se à Sua autoridade, enquanto uns outros aceitam tudo, mas ainda assim não conseguem praticar tudo.

Sendo assim, crentes que não se sujeitam a Deus, ao contrário, agem para com os seres humanos e a humanidade com a indiferença, impiedade e injustiça, o que também norteia as ações dos incrédulos, o fazem porque não crêem que a justiça de Deus um dia os atingirá, como duvidam os que não crêem na existência de Deus. Todavia, quanto a muitos amigos ateus e ímpios que leram mais este texto para criticar, estou certo que já não será por falta de conhecimento que deixarão de conhecer a Deus e Sua promessa para depois que a inteligência da humanidade destruir a capacidade deste planeta de manter a vida.

Muito obrigado a todos que leram a seqüência de textos, especialmente os que criticaram, dando-me subsídios para satisfazer um pouco das dívidas que debilitam a humanidade.