EU DEVIA OBRIGAÇÃO A ELE (a)...

EU DEVIA OBRIGAÇÃO A ELE (a)...

Poet ha, Abilio Machado.

Eu devia obrigação a ele (a)!

Neste período eleitoral foi comum nas ruas, ônibus e filas ouvir este comentário de meu título. Uma cruel realidade, onde as pessoas se julgam presas a um ação profissional e a colocam em grau de endividamento pessoal.

Acontece isso ao médico, pois ele me atendeu aquele dia que estava de plantão e eu devo a ele isso. Meu amigo isto é errado, pois ele não fez mais do regia a sua obrigação naquele instante, não se prenda a esta função para que esta pessoa vá daí por diante lhe dirigir um futuro, pois provavelmente ela deixará até mesmo de clinicar ou nem ao menos se fará presente em sua função pública, e como ficarão seus interesses depois?!

Também ocorre com pequenas e necessárias áreas públicas, exemplarei aqui com a profissional de serviço social, que prega aos trovões que através dela é que se conseguiu os remédios que se faziam necessidade, até aí nenhuma obrigação porque era a função desta pessoa em realizar a pleno gosto a situação que assumiu em concurso ou cargo comissionado.

Sobre isso minha vizinha, já senhora idosa falou-me:

__Mas vê? Ela me colocou na frente dos outros no meu problema...

E logo invadi com minha inquisição sobre se a ação desta funcionária teria sido dentro do quadro da moral e da ética, e se o caso era tão extremo que precisasse deste furo de fila de uma ação social, vim, a saber, que foi um oferecimento da mesma agente pois a senhora citada é amiga de uma comadre da também citada funcionária.

Temos na região o caso de um motorista de caminhão, trabalha prestando serviço às obras e à provopar vem também se utilizando das conquistas agradecedoras de sua função no transporte de mercadorias, pessoal, materiais e até nos serviços de mudanças que uma ou outra família através do órgão administrativo lhes enviam, mas que em seu proveito retém algumas centenas de votos de endividados pelo seu cumprimento profissional como uma obrigação.

Infelizmente, a grande maioria não sabe que a lei, diz que o governo tem de prover a saúde, a qualidade de vida, a educação, que o cidadão tem este direito... Mas vivem arraizadas ao passado que ainda é presente culturalmente, que o processo é sob as asas da permuta, se me der eu voto se votar eu dou.

“Teve um garoto politizado que falou que isto jamais mudará, pois enquanto houver necessidade, abandono administrativo à população irá a essência política viver deste hábito que virou cultura da troca.”

Como reeducar o povo na febril batalha política se acaba sendo consensual nos atos corruptivos seja ele passivo ou ativo, fatores que nenhum dos lados quer perder, um que se ganhar antes teve a sua parcela então o restante que vá se lamentar depois e aquele que acha que já que lhe custou favores dar antes por que irá defender depois senão seus únicos interesses...

Fato curioso também é de um conhecido que a mulher colocou um painel no portão de uma coligação, o marido enfeitou o carro com de outra coligação, o filho trabalha para outra coligação, escolheram inclusive os três mais fortes candidatos, mas saindo de seus lábios, o homem disse que:

__Este aqui disse que como sou da polícia militar eu não precisarei de concurso para entrar na guarda municipal então me arrisco e se der certo vou trabalhar menos, ganhar bem e ainda vou mandar, que posso ser chefe lá. O que a mulher está apoiando disse que um trabalho em alguma secretaria está garantido, se ela ganhar eu continuo na policia militar e ela vai ganhar bem no lado dela, meu garoto ta ganhando agora, quis estudar à noite e precisava de serviço, e o candidato dele é assim com o presidente de um dos clubes de futebol e ele pode entrar no time... Sem falar que meu menino foi pego dirigindo meu carro sem carteira e depois de uma festa, estava um pouco alterado e a polícia era de fora, não acreditaram que era meu filho, filho de PM senão tinham liberado de cara, minha filha teve de ligar para o futuro candidato naquele dia e meu guri foi liberado na hora...

Coisas curiosas e fatos que ficamos estupefatos, foram apenas alguns exemplos, e quantos outros que não ocorrem dentro deste país de meu Deus, de permutas até pela vida, ou até pela morte como caixões para que um ente querido seja velado e enterrado, quando ouvimos mas vem aquela pergunta suave e cheia de veneno:

__ Você votou porque quer o bem comum a toda a população ou também deve uma obrigação a ele ou a ela?!