ROMBO DE US$ 35 BILHÕES AOS COFRES PÚBLICOS DO BRASIL

PRIVILÉGIOS PRIVADOS NOS TRANPORTES PROVOCAM ROMBO DE

U$ 35 BILHÕES ANUAIS AOS COFRES PÚBLICOS DO BRASIL

Estudos técnicos e levantamentos da FAEF (Associação dos Engenheiros Ferroviários) apontam prejuízos brutais aos cofres públicos do país, causados pela distorção na matriz de transportes.

Os dados foram encaminhados ao Ministro dos Transportes de FHC,no dia 09 de janeiro de 1995, com propostas e projetos alternativos.

Ocorre que no Brasil 85% dos passageiros urbanos, 90% dos passageiros de longo percurso e 80% das cargas se utilizam do modal rodoviário. Exceção feita ao minério de ferro e petróleo.

Ocorre anualmente no Brasil, um milhão de acidentes, mutilando cerca de 200 mil pessoas e tirando a vida de 60 mil homens e mulheres com idade média de 31 anos, provocando perdas de US$ 10 bilhões anuais, sendo que as vítimas desses acidentes ocupam 50% dos leitos hospitalares.

O desperdício energético provocado pelos congestionamentos, somado a atual depredação do sistema viário resultante do excesso de peso por eixo, onera a nação em outros US$ 10 bilhões anuais.

Alguns cidadãos equivocados e mal informados sobre o sistema de transportes do Brasil, afirmam que a ferrovia dá prejuízo, quando na verdade, temos prejuízo pela falta de interesse das autoridades com as ferrovias existentes e pela quase total ausência de investimentos no modal ferroviário.

Para atender a fortes lobbies de montadora estrangeiros, confortavelmente instaladas no Brasil e a grupos privados de transportes rodoviários, além de estar levando os transportes do país ao caos.

Ocorre que o transporte rodoviário gera vultosos lucros à iniciativa privada que fica com a manutenção de suas carretas e ônibus, enquanto o poder público democratiza o custeio, manutenção e prejuízos entre os cidadãos-contribuintes que pagam à conta da manutenção das estradas, da fiscalização, do policiamento e construção de novas rodovias e ruas.

Para as montadoras estrangeiras aqui instaladas quanto maior for o numero de ônibus e carretas melhor e quanto mais tombarem e combustíveis conceberem melhor ainda, azar do Brazil como dizem!

Se o governo brasileiro não alterar a matriz de transportes e buscar uma política nacional de transportes coerente e adaptada à realidade brasileira, o chamado corte nos gastos públicos, não passará de “piada de mão gosto” e mais arrocho para o trabalhador comum, para aposentados e pensionistas como sempre.

Em tempo: A cidade de Corumbá-MS é o principal ponto de entroncamento da única ferrovia transcontinental da América Latina que liga Santos-SP a Arica no Chile. Além de se constituir em dos maiores potenciais do Centro Oeste e centro da América do Sul para o inicio de uma grande estação multi-modal de transportes, devido ao Porto fluvial como ligação oceânica, a rodovia, a ferrovia brasileira e boliviana, os aeroportos do Brasil e da Bolívia e ainda a ligação dutoviária.

Discute-se Mercosul e integração latino-americana e o governo brasileiro, na contramão da história e das novas tecnologias de transporte ordena a desativação do ultimo Trem de Passageiros do Oeste do Brasil.

Obs.: fiz este artigo em 1996 na Campanha “O Trem do Pantanal não pode parar” Na ocasião era dirigente sindical dos ferroviarios na federação independente e no sindicato da categoria e estava em Corumbá-MS em plena Campanha para tentar impedir a retirada do Trem do Pantanal pelo governo, passaram-se mais de 10 anos e dois governantes e pouca coisa mudou da realidade descrita. Manoel Vitório

Manoel Vitorio
Enviado por Manoel Vitorio em 24/10/2008
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